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Ajuda à Líbia

1 de setembro de 2011

"Mais de 60 países estão de prontidão para ajudar a reconstruir o país" foi a mensagem da conferência sobre a Líbia realizada em Paris. No aniversário de 42 anos de seu regime, Kadafi avisa que "nunca se entregará".

Secretária de Estado Hillary Clinton em Paris com Mustafa Abdel Jalil, do conselho de transição líbioFoto: dapd

Ao final da conferência sobre a Líbia, realizada nesta quinta-feira (01/09) em Paris, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, recomendou que o Conselho de Segurança envie uma missão civil ao país o mais rápido possível. Ele chamou a atenção para a necessidade de ajuda humanitária imediata à população, especialmente no fornecimento de água, alimentos e remédios. Segundo Ban, mais de 860 mil pessoas deixaram o país desde o início do conflito.

A ONU e as grandes potências prometeram retornar ao país bilhões de dólares em bens congelados no exterior, em troca da promessa de democracia, estabilidade e reconciliação na Líbia, segundo disse o anfitrião do encontro, o presidente Nicolas Sarkozy.

O Conselho Nacional de Transição (CNT)  foi representado na capital francesa pelo presidente Mustafa Abdel Jalil e pelo primeiro-ministro Mahmud Jibril. No início da conferência, eles solicitaram a liberação, o quanto antes, dos bens congelados de Kadafi no exterior. O dinheiro será usado para pagar funcionários públicos, que estão há meses sem salário. Além disso, seria preciso assegurar com urgência o abastecimento de água à capital, Trípoli, onde 60% dos habitantes estão sem água.

Ao fim do encontro, Sarkozy disse que a França está "pronta para desbloquear os fundos do passado da Líbia para desenvolver a Líbia do futuro." Segundo ele, Paris  descongelou nesta quinta-feira 1,5 bilhão de euros.

A União Europeia já levantou algumas das sanções contra a Líbia: os bens congelados de 28 empresas, como bancos, portos e empresas petrolíferas, foram novamente liberados para reconstruir a economia. A Holanda já disponibilizou cerca de 1,5 bilhão de euros. A Alemanha anunciou o descongelamento imediato de 1 bilhão de euros em bens do regime.

Ao todo, segundo Sarkozy, já foram liberados 15 bilhões de dólares em recursos líbios congelados no exterior.

Presidente Nicolas Sarkozy (centro) foi anfitrião do encontro que reuniu dezenas de líderes políticosFoto: dapd



Kadafi envia nova mensagem

A conferência, convocada pelos governos da França e do Reino Unido, ocorreu precisamente no aniversário de 42 anos do golpe de estado que levou Muammar Kadafi ao poder na Líbia. Enquanto o Ocidente discutia a reconstrução do país após a queda do regime, o líder deposto anunciou em mensagem de áudio que "nunca se entregará". A declaração foi transmitida pela televisão síria. Ele ainda convocou seus aliados a continuarem na luta, "mesmo que a Líbia tenha que queimar".

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, ressaltou que a batalha ainda não terminou, e que o mandato da Otan "continua pelo tempo que for necessário para proteger os civis".

Já Hillary Clinton, secretária de Estado norte americana, apelou para que os líderes interinos da Líbia busquem a reconciliação e não a vingança depois de sua vitória sobre Kadafi e prometeu apoio à transição para a democracia.

"Vencer a guerra não é nenhuma garantia de conquistar a paz. O que vai acontecer daqui para frente será crítico", disse Clinton. Ela ainda destacou que os rebeldes precisam proteger os depósitos de armas de Kadafi e assegurar que elas não se tornem uma ameaça para outros países.

Apoio aos rebeldes

Pouco antes do início da reunião, a Rússia reconheceu o Conselho Nacional de Transição como governo legítimo da Líbia. A China se recusa a aceitar oficialmente o CNT, mas elogia seu "papel significativo". O conselho de transição já é reconhecido por 80 nações.

Ao todo, participaram da conferência 31 chefes de Estado e de governo e muitos ministros do Exterior, além do secretário-geral das Nações Unidas e de altos representantes da Liga Árabe e da União Africana.

FF/afp/dpa/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer

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