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Conferência sobre o Afeganistão supera expectativas

av1 de abril de 2004

Um acordo contra o tráfico de ópio, apoio da comunidade internacional na reconstrução, concessão de oito bilhões de dólares e a promessa de eleições em setembro no Afeganistão. Saldo positivo para o encontro em Berlim.

Joschka Fischer e presidente afegão, Hamid Karsai, em BerlimFoto: AP

“A Conferência sobre o Afeganistão transcorreu melhor do que o esperado”: uma frase que circulou ao fim dos dois dias de debates em Berlim, nesta quinta-feira (01). Ela não só expressa alívio, como lembra a incerteza que envolveu a realização do encontro. Ele contou com 700 delegados de 60 países.

A comunidade internacional está disposta a apoiar aquele país da Ásia no processo de estabilização, com meios políticos e militares. Dentre as metas comuns está o combate intensificado à produção e tráfico de ópio, o desarmamento das milícias regionais e a manutenção da tropa internacional de segurança ISAF.

Esta é formada por 6500 soldados. Até agora os países envolvidos têm recusado prolongar a missão, alegando a limitação de suas próprias capacidades. O secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, lembrou que a ISAF não pode garantir a segurança em todo o país.

Contribuição substancial

Como ficara definido na véspera, o Afeganistão pode contar com 8,2 bilhões de dólares para seu reerguimento, nos próximos três anos, assim como com o envio de mais cinco equipes de reconstrução regional (provincial reconstruction teams – PRTs), formadas por soldados, policiais e assistentes civis.

Seu papel é melhorar as condições de segurança nas províncias fora de Cabul, onde o domínio dos senhores locais debilita a autoridade do governo central, na figura do presidente interino Hamid Karsai. As PRTs criam “ilhas de estabilidade” indispensáveis antes que se possa pensar em segurança abrangente. A Alemanha mantém uma PRT em Kunduz, no norte do país. Trata-se da única equipe sob o comando da ISAF.

Em sua declaração final, a conferência de Berlim, a terceira do gênero realizada na Alemanha, elogiou o anúncio de Karsai de que haverá eleições presidenciais e parlamentares em setembro. Ele prometeu que seu país “trabalhará duro”, para um dia poder “manter-se sobre os próprios pés”.

Sobre o combate ao ópio, ele reforçou que, a longo prazo, o plantio da papoula tem que ser substituído por outras culturas. Juntamente com o Paquistão, China, Irã, Tadjiquistão e Uzsbesquistão assinaram um acordo para coordenação do combate contra o plantio e comercialização da droga.

Esforços premiados

O secretário norte-americano de Estado, Colin Powell, instou a comunidade internacional a apoiar o Afeganistão no restabelecimento da segurança e estabilidade. Do contrário, poderão perder-se todos os progressos alcançados desde a queda do regime talibã, há dois anos e meio. Ele prometeu enviar tropas, “até que o Afeganistão possa garantir sua própria segurança”.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, considerou a concessão de 8,2 bilhões de dólares um “importante sinal” da comunidade internacional. Quanto às eleições transferidas para setembro, estas seriam mais um passo em direção à paz e à democratização. Segundo o ministro, a conferência demonstrou que existem garantias internacionais duradouras para a segurança do Afeganistão.

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