País havia sido declarado livre do vírus pela segunda vez em setembro deste ano. Criança de dez anos é o mais novo caso da epidemia, que já matou 11.300 pessoas na África Ocidental.
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Foi confirmado nesta sexta-feira (20/11) um novo caso de ebola na Libéria, país que havia sido considerado livre do vírus em setembro e luta para acabar com a epidemia que já matou cerca de 11.300 pessoas na África Ocidental. Antes, em maio, a OMS também declarara o país livre da doença, porém seis semanas depois novos casos surgiram, com duas mortes.
Segundo a ministra da Saúde do país, Bernice Dahn, o paciente com caso confirmado é uma criança de dez anos que vive com seus pais e três irmãos em Paynesville, subúrbio ao leste da capital Monróvia. Todos os seis membros da família, assim como pessoas que tiveram contato com eles, estão sendo atendidos e passam por exames num centro de tratamento contra o ebola.
"No momento, o hospital está descontaminando a unidade. Todos os profissionais da saúde que entraram em contato com o paciente foram notificados", afirmou Dahn numa coletiva de imprensa. "Nós sabemos como o ebola se propaga, sabemos como parar o ebola, mas nós temos que ser vigilantes e trabalhar juntos", acrescentou.
Bruce Aylward, responsável por respostas à epidemia do ebola na Organização Mundial da Saúde (OMS), informou que a criança não tinha histórico de contato com sobreviventes ou vítimas do vírus. A forma com contraiu a doença ainda está sendo investigada. "A família está claramente em risco e passando por exames, pois dois irmãos estavam sentindo-se mal nos últimos dois dias." Um deles também está sendo tratado.
Na noite de quinta-feira, antes de o novo caso ser confirmado, a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, fez um discurso elogiando a "resistência" da população ao superar o ebola. "Sem a ajuda individual e coletiva e a cooperação de todos os cidadãos, teria sido difícil vencer essa batalha."
Segundo dados da OMS, a Libéria registrou mais de 10.600 casos da doença e 4.808 mortes causadas pelo ebola desde o começo da epidemia, em março de 2014. A infecção matou cerca de 11.300 pessoas na Guiné, Libéria e Serra Leoa. Este último país foi considerado livre do vírus no dia 7 de novembro deste ano.
A Guiné, de onde partiu a epidemia, já começou a contagem regressiva até se considerar livre do ebola. A contagem de 42 dias para declarar a Guiné livre do ebola começará quando o último paciente testado tiver os resultados negativos do exame para o vírus.
BRV/lusa/rtr
Ebola: luta contra o vírus mortal
Apesar das medidas preventivas, algumas pessoas já se contaminaram com o vírus na Europa e Estados Unidos. Cuidadores utilizam trajes para prevenir a propagação, mas na África a proteção ainda deixa a desejar.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Traje de proteção
Na luta contra o ebola, roupas de proteção adequadas para médicos e enfermeiros são essenciais. Toda a pele deve ser coberta com material impenetrável pelo vírus. Mas trajes apenas não bastam, também é necessário seguir corretamente as prescrições de segurança.
Trabalho em conjunto
Os profissionais de saúde devem treinar a colocação correta dos trajes protetores. Como aqui, na unidade especial de isolamento de Düsseldorf. Novos trajes são utilizados a cada vez, para que não haja risco de contaminação no processo. Dessa forma, cuidadores sem proteção também podem ajudar os colegas a se vestir.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Isolamento total
Os quartos dos pacientes na unidade de isolamento em Düsseldorf são completamente protegidos do mundo exterior. O ar é filtrado e as águas residuais são tratadas separadamente. As vestes de proteção, que os cuidadores trajam permanentemente, são pressurizadas. Essas medidas de segurança vão além do necessário: o ebola pode ser transmitido por objetos contaminados, mas não pelo ar.
Após o tratamento dos pacientes, todo o traje é aspergido por fora com desinfetante, a fim de eliminar potenciais contaminações viróticas. Somente após essa ducha as vestimentas podem ser removidas, cuidadosamente.
Foto: picture-alliance/dpa/Sebastian Kahnert
Ajuda externa
Durante a remoção dos trajes protetores, os profissionais de saúde devem ser extremamente cautelosos. Luvas de proteção permanentemente instaladas nas aberturas da câmara permitem ajuda externa sem contato direto com o traje. Após o uso, estes são imediatamente descartados e incinerados.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Enfermeiras contaminadas
Apesar dos altos padrões de segurança, , na Espanha e Estados Unidos três enfermeiras contraíram a doença. As circunstâncias da contaminação ainda não foram esclarecidas. As residências das profissionais (na foto, Texas) foram isoladas e desinfetadas após a descoberta do contágio.
Foto: Reuters/City of Dallas
Proteção na África
Agora, médicos e enfermeiros da África Ocidental também foram equipados com trajes protetores. No entanto, estes nem sempre obedecem as normas para uma proteção efetiva. Por vezes, pequenas áreas da pele ficam descobertas ou o material usado é permeável. Além disso, colocar e retirar o traje pode ser arriscado.
Foto: picture alliance/AP Photo
Isolando os mortos
Os funerais das vítimas do ebola também requerem cuidados extremos. Na África Ocidental, a tradição de os familiares de lavarem os corpos dos mortos resultou em numerosas novas infecções. Para família e amigos, costuma ser difícil compreender e acatar as rigorosas medidas de isolamento.
Foto: Reuters/James Giahyue
Isolamento em barracas
Numa região onde os cuidados médicos são extremamente precários, uma epidemia das atuais proporções representa um enorme desafio. Os infectados são tratados em barracas improvisadas, como se vê na foto feita na Libéria. No entanto, até mesmo um país como a Alemanha ficaria sobrecarregado nessas circunstâncias. No momento, há apenas 50 leitos nas unidades de isolamento alemãs.
Foto: Zoom Dosso/AFP/Getty Images
Incineração em vez de sol
Em algumas regiões afetadas na África Ocidental, os trajes contaminados são pendurados para secar ao sol, numa tentativa de desinfetá-los para reutilização. No entanto, é muito mais seguro as roupas serem imediatamente incineradas após o uso, como ocorre na Guiné. Escassez e altos custos dos trajes dificultam essa medida: as roupas de proteção custam entre 30 e 200 euros.
Foto: Cellou Binania/AFP/Getty Images
Controles nos aeroportos
As viagens aéreas são a maior ameaça na transmissão de longa distância do vírus. Por esse motivo, a temperatura dos passageiros está sendo monitorada em alguns aeroportos. Entretanto, o método não oferece garantia absoluta, já que o período de incubação do ebola é de 21 dias.