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Confronto entre polícia e traficantes mata 21 no México

1 de dezembro de 2019

Grupo armado tenta invadir cidade localizada próxima a fronteira com os Estados Unidos. Ataque teria sido organizado pelo Cartel do Noroeste. Vários civis estão desaparecidos.

Marcas de balas em prédio da prefeitura de Villa Unión, no México
Ataque deixou marcas na prefeitura de Villa Unión Foto: picture-alliance/AP Photo/G. Sanchez

Um confronto entre a polícia e traficantes numa cidade mexicana próxima a fronteira com os Estados Unidos, no estado Coahuila, deixou neste sábado (30/11) pelo menos 21 mortos.

O incidente ocorre poucos dias depois de o presidente americano, Donald Trump, aumentar a tensão entre os países ao dizer que pretendia declarar os cartéis de drogas do México "organizações terroristas".

O confronto ocorreu uma pequena localidade chamada Villa Unión, que fica a 65 quilômetros de Piedras Negras, que faz fronteira com os Estados Unidos. O governo de Coahuila afirmou que o enfrentamento entre agentes de segurança e um grupo fortemente armado, composto por supostos integrantes do Cartel do Noroeste (CDN), começou por volta do meio-dia (horário local). O tiroteio durou mais de uma hora.

De acordo com o governador de Coahuila, Miguel Angel Riquelme, há pelo menos quatro policiais entre os mortos, seis ficaram feridos e vários trabalhadores municipais estão desaparecidos. Os agressores teriam aparentemente sequestrados civis para ajudá-los a sair da cidade.

Riquelme disse ainda que o grupo armado invadiu a cidade de 3 mil habitantes num comboio de caminhonetes, atacando escritórios governamentais e obrigando as forças estaduais e federais a intervir. Dez supostos membros do Cartel do Noroeste, que surgiu de uma divisão do cartel de Los Zetas, foram mortos pela polícia, acrescentou.

Segundo o governador, 14 veículos foram usados no ataque. Mais de uma dúzia de armas foram apreendidas pelas autoridades. Ele assegurou que a polícia permanecerá em Villa Unión por alguns dias para restaurar a segurança. As autoridades pediram que a população permaneça em casa para evitar riscos.

Em vídeos postados nas redes sociais, é possível ver veículos em chamas e marcas de balas na fachada da prefeitura. Ao fundo, se escuta o som de disparos e pessoas desesperadas dizendo que tiveram que deixar familiares para trás. Aparece também uma caminhonete com a inscrição CDN destruída.

Em comunicado, a Secretaria de Segurança afirmou que o governo responderá "com força total" a ações como essa e disse que "o combate a grupos criminosos é permanente". "Não se permitirá que esses bandos entrem no território do estado", diz o texto.

O surto de violência ocorreu em meio a uma escalada de tensão nas relações bilaterais entre México e EUA. Numa entrevista na terça-feira, Trump disse que planejava declarar os cartéis mexicanos organizações terroristas, provocando preocupações de que a medida seria um pretexto para uma intervenção no país vizinho.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, respondeu que não aceitaria uma intervenção estrangeira no país para lidar com os violentos cartéis. Ele destacou que o México tem a capacidade de resolver o problema. Após o ataque em Villa Unión, Riquelme endossou a posição de López Obrador.

"Não acho que o México precise de intervenção. O México precisa de colaboração e cooperação. Estamos convencidos que o Estado tem poder para superar os criminosos", disse o governador que é de um partido de oposição.

Coahuila tem um histórico de violência de gangues. A taxa de homicídio no estado que faz fronteira com o Texas caiu nos últimos anos. À nível nacional, porém, esses números vêm crescendo.

A taxa de homicídios no México subiu 2% nos primeiros 10 meses da presidência de López Obrador.  Até agora, em 2019, as autoridades mexicanas contabilizam 29.414 assassinatos, contra 28.869 no mesmo período de 2018.

CN/lusa/rtr/efe/ap

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