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Confrontos deixam dezenas de feridos em Jerusalém

27 de julho de 2017

Palestinos e forças de segurança de Israel entram em choque no Monte do Templo, local sagrado para onde milhares de fiéis acorreram depois da retirada de detectores de metal das entradas.

Pessoas em fuga no Monte do Templo, em Israel
Palestinos se afastam depois de gás lacrimogêneo ter sido usado por forças israelensesFoto: Reuters/M. Awad

Mais de cem pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira (27/07) em confrontos entre palestinos e a polícia israelense no Monte do Templo, em Jerusalém Oriental, ao qual milhares de muçulmanos se dirigiram para rezar após o fim de medidas especiais de segurança.

A polícia disparou balas de borracha e usou gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que atiraram pedras no local, sagrado tanto para muçulmanos como para judeus e também conhecido como Esplanada das Mesquitas.

Entenda: O que é o Monte do Templo, em Jerusalém Oriental?

A polícia israelense afirmou que reagiu quando pedras foram arremessadas contra policiais nos portões de entrada. O Crescente Vermelho afirmou que as tensões aumentaram quando soldados israelenses fecharam um dos portões, onde um grande número de fiéis tentava entrar.

O Crescente Vermelho afirmou que dezenas de pessoas foram atendidas perto do Portão dos Leões (pelo qual se chega à esplanada), enquanto outras ficaram feridas já dentro do recinto, onde já estavam dispostas as forças de segurança israelenses.

Quatro dos feridos foram levados para um centro hospitalar, afirmou o serviço de emergência. O Crescente Vermelho precisou que alguns dos feridos apresentavam ferimentos causados por balas de borracha, outros devido a espancamentos, incluindo fraturas de ossos. Além disso, um policial ficou ferido devido a uma pedrada, disseram as autoridades.

Os manifestantes levantaram bandeiras palestinas no topo da mesquita de Al Aqsa, dentro do recinto sagrado, algo que não é permitido. As bandeiras foram recolhidas pela polícia.

Dias de violência

Milhares de fiéis acorreram ao local nesta quinta-feira, seguindo o apelo das autoridades islâmicas para que rezassem no recinto. O apelo surgiu após um período de 11 dias em que os muçulmanos não rezaram no local, em protesto contra as medidas especiais de segurança colocadas pelas autoridades israelenses na sequência de um ataque.

Em 14 de julho, três árabes-israelenses que estavam deixando o Monte do Templo, muito perto do acesso de Huta (próximo do Portão dos Leões), mataram a tiros dois policiais israelenses. Em resposta, forças de segurança de Israel mataram os três agressores.

Devido ao atentado, Israel fechou temporariamente o Monte do Templo. No dia 15, o governo anunciou que o local seria reaberto, mas com dispositivos de segurança, como detectores de metais e câmeras, nos portões de acesso.

Em resposta, os palestinos se recusaram a entrar no Monte do Templo e passaram a acusar Israel de tentar alterar o status quo do local, que afirma que apenas palestinos podem orar dentro dele.

No dia 21, a polícia de Israel bloqueou a Cidade Antiga de Jerusalém, onde fica o Monte do Templo, para homens com menos de 50 anos. Protestos de grande escala aconteceram ao redor da Cidade Antiga e na Cisjordânia, com registro de confrontos entre forças de segurança e manifestantes.

Em dois dias, cinco palestinos foram mortos, e três israelenses foram mortos a facadas por um palestino num assentamento na Cisjordânia.

No dia 25, temendo que a violência aumentasse ainda mais e em meio à forte pressão internacional, o governo de Israel decidiu retirar os detectores de metal e as câmeras de segurança dos portões de entrada do Monte do Templo. A retirada foi concluída nesta quinta-feira.

AS/lusa/efe/ap/afp

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