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Congresso peruano voltará a debater cassação do presidente

16 de março de 2018

Parlamentares aprovam um novo pedido de destituição contra Pedro Pablo Kuczynski, acusado de envolvimento no escândalo de corrupção da Odebrecht. Líder se salvou de outro processo de afastamento em dezembro.

Kuczynski se salvou de um pedido de cassação debatido no Congresso em dezembro
Kuczynski se salvou de um pedido de cassação debatido no Congresso em dezembroFoto: Reuters/C. Platiau

O Congresso do Peru aprovou nesta quinta-feira (15/03) o debate de uma nova moção de cassação contra o presidente do país, Pedro Pablo Kuczynski, por permanente incapacidade moral, devido às suspeitas de seu envolvimento no escândalo protagonizado pela empreiteira brasileira Odebrecht.

Em votação no Congresso, 87 parlamentares se disseram favoráveis ao pedido de destituição, 15 votaram contra e outros 15 se abstiveram. O debate será realizado nos próximos dias, e a votação deve ocorrer em 22 de março. Kuczynski poderá se defender na companhia de um advogado.

"Como eu disse desde o início, não tenho nada a esconder e estou disposto a me pronunciar com total transparência perante as instâncias correspondentes", disse o líder nesta quinta-feira no Twitter.

O presidente peruano é acusado de ter recebido repasses no valor de 782 mil dólares da Odebrecht. Os depósitos aparecem num documento da construtora brasileira enviado à comissão parlamentar que investiga os desdobramentos da Operação Lava Jato no Peru.

O pagamentos feitos à Westfield Capital, empresa de Kuczynski, aconteceram entre novembro de 2004 e dezembro de 2007, e coincidem com o período em que ele ocupou os cargos de ministro da Economia e, posteriormente, de primeiro-ministro do país.

O presidente do Peru nesse período era Alejandro Toledo (2001-2006), ele próprio acusado de ter recebido propina da Odebrecht no valor de 20 milhões de dólares.

Kuczynski insiste que o dinheiro se trata de pagamentos legítimos por serviços de consultoria e nega ter recebido propina ou cometido qualquer ato ilícito. A Odebrecht, por outro lado, admitiu ter desembolsado, desde 2001, subornos de mais de 785 milhões de dólares em 12 países – dez deles latino-americanos – para assegurar contratos de obras públicas.

Só no Peru, a construtora, que é a maior da América Latina, pagou propinas no valor de 29 milhões de dólares a funcionários do governo entre os anos de 2005 e 2014.

O pedido de moção contra Kuczynski foi apresentado em 8 de março passado pela oposição. Na ocasião, a solicitação recebeu 28 assinaturas de apoio, duas a mais que o mínimo requerido. Entre os apoiadores estão parlamentares da Força Popular, Frente Ampla, Novo Peru, Aliança para o Progresso, Partido Aprista e independentes.

Trata-se da segunda moção de destituição contra Kuczynski aprovada para debate no Congresso em apenas três meses. Em dezembro, os parlamentares peruanos discutiram um primeiro pedido, do qual o presidente se salvou graças à abstenção de dez legisladores do fujimorismo.

Três dias depois, Kuczynski concedeu um indulto humanitário ao ex-presidente Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade. A medida levantou a suspeita de que o presidente teria feito um pacto com o parlamentar Kenji Fujimori, filho do ex-presidente, para permanecer no cargo.

EK/efe/dpa/ap/afp

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