As condições no campo de prisioneiros que os EUA mantêm em Guantánamo (Cuba) são "desumanas e ilegais". É o que afirma uma declaração aprovada por unanimidade pelo Conselho da Europa, nesta terça-feira (26/04), em Estrasburgo.

No documento, os deputados integrantes da Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa fazem um apelo aos EUA para que respeitem os direitos humanos e o Estado de direito "também na luta contra o terrorismo".

O eurodeputado britânico Kevin MacNamara, autor do relatório, acusou os EUA de submeter prisioneiros em Guantánamo a condições subumanas, sem contato com o exterior, sem acusação formal nem direito à defesa. Muitos seriam torturados com a conivência dos Estados Unidos. "Não devemos esquecer que os terroristas atacam nossa liberdade, o Estado de direito e a democracia. Mas se descermos ao nível deles, seremos cúmplices", disse MacNamara.

A ex-ministra alemã da Justiça Sabine Leutheuser-Schnarrenberger disse que "a situação em Guantánamo é ilegal". Os EUA têm status de observador no Conselho da Europa (que conta com 41 países-membros), com o qual se comprometeram a respeitar os direitos humanos.