Nova composição de colegiado tem ao menos 12 parlamentares com problemas na Justiça, um suspeito de violência doméstica, dois citados na delação da JBS e ex-governador que classificou sua administração de "90% honesta".
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Corrupção, obstrução da Justiça, estelionato, violência doméstica, fraude, lavagem de dinheiro. Esses são alguns crimes que podem levar um parlamentar a entrar na mira do Conselho de Ética do Senado. No entanto, essas são acusações que pesam sobre mais de uma dezena de membros da nova composição do próprio colegiado.
Após meses de atraso, o conselho começou a ganhar forma novamente, conforme os partidos finalmente passaram a indicar os 30 novos membros, entre titulares e suplentes. Vinte e quatro já foram indicados pelas bancadas.
Entre eles estão o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que responde a oito inquéritos no STF, e o primeiro senador condenado pelo Supremo Tribunal Federal desde a redemocratização, Ivo Cassol (PP-RO). No total, há seis senadores investigados ou citados no âmbito da Operação Lava Jato, e dois no caso JBS. Um dos membros ainda é acusado de violência doméstica, e outro renunciou ao mandato de senador nos anos 2000 por suspeita de corrupção.
O Conselho tem como principal função apurar denúncias de quebra de decoro parlamentar, e pode recomendar sanções, inclusive a cassação de senadores. Uma das primeiras tarefas da nova composição será a de examinar a representação apresentada pela Rede e o PSOL contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), devido a seu envolvimento no caso da JBS e na Lava Jato.
Veja quais são as pendências judiciais ou o histórico de controvérsias de 16 dos 24 membros já indicados.
João Alberto Souza (PMDB-MA)
Figura conhecida do Conselho de Ética, vai completar seu sexto período no colegiado, que presidiu por cinco mandatos. Aos 81 anos, é o favorito para ocupar mais uma vez a presidência.
Tem fama de "engavetador" por ter agido na blindagem de aliados com problemas na Justiça, como os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR), e ter atrasado a cassação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT). Antes disso, havia se notabilizado por atuar em favor de Jader Barbalho (PMDB-PA) e José Sarney (PMDB-MA) quando estes foram acusados de irregularidades.
Em 2015, na esteira da primeira lista de Janot, que apontou dezenas de deputados e senadores envolvidos no Petrolão, Alberto minimizou a divulgação. "Não tenho acompanhado nada. Não tenho lido. Não tenho acompanhado nem visto. Não vi nenhum pronunciamento oficial a esse respeito. Não sei de nada”, disse à época.
Em 1990, assumiu o governo do Maranhão, quando o antecessor deixou o cargo para assumir vaga no Senado. A posse de Alberto foi considerada ilegal pela Assembleia do Estado. Ele ignorou os deputados e se trancou no palácio empunhando um revólver calibre 38. Ameaçou atirar em quem tentasse tirá-lo dali. Numa entrevista anos depois, disse "se alguém lá entrasse, eu matava". Quando deixou o governo, em 1991, classificou sua administração como "90% honesta".
Romero Jucá (PMDB-RR)
Aliado do presidente Michel Temer, foi o pivô do primeiro grande escândalo da administração em 2016. Dez dias após a posse interina do novo presidente, Jucá deixou o cargo de ministro do Planejamento quando foi revelada uma gravação em que ele sugeria um pacto para sabotar a operação Lava Jato. Ele é alvo de oito inquéritos no STF, que apuram, entre outras suspeitas, participação no esquema de desvios na Petrobras e obstrução da Justiça.
Antes disso, já colecionava escândalos nas suas passagens pelo Ministério da Previdência no governo Lula e na Funai no governo Sarney. Em abril deste ano, um delator da Odebrecht afirmou que o senador recebeu 9 milhões de reais para atuar em favor da empresa na edição de medidas provisórias. Em junho de 2016, o Ministério Público pediu sua prisão, mas não foi atendido pelo STF.
Ivo Cassol (PP-RO)
Em 2013, Cassol se tornou o primeiro senador condenado pelo STF desde a vigência da Constituição de 1988. Apesar disso, vem exercendo suas funções normalmente enquanto recorre da decisão. A pena imposta pelo tribunal foi de quatro anos e oito meses de detenção em regime semiaberto e pagamento de multa de 200 mil reais por crime de fraude em licitação.
Cassol e outros três réus foram acusados de operar esquema criminoso de licitação e serviços na prefeitura de Rolim de Moura (RO) entre 1998 e 2002. O Tribunal de Contas da União (TCU) também condenou o senador a pagamento de multa.
Além disso, o senador tem uma condenação em Rondônia por abuso de poder econômico e político por sua conduta nas eleições de 2010. Também é réu por corrupção eleitoral. Ao todo, é alvo de dez inquéritos no STF – um deles relacionado à delação da Odebrecht na Lava Jato. Um ex-funcionário da empresa afirmou que o senador recebeu 2 milhões de reais em propinas referentes à construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio.
Jader Barbalho (PMDB-PA)
Figura conhecida de escândalos políticos, Jader renunciou em 2001 à presidência do Senado e ao mandato após a revelação do seu envolvimento com desvios de recursos da Sudam e do Banco do Pará. No ano seguinte, chegou a ser preso pela Polícia Federal, mas foi solto no mesmo dia.
Desde 2004, é réu em uma ação penal no STF por desvio de recursos públicos. A quadrilha da qual ele foi acusado de fazer parte é suspeita de desvios que superam 1 bilhão de reais.
Uma consulta ao STF revela que existem dez inquéritos e cinco ações penais contra Jader – alguns desses casos já prescreveram. Recentemente, seu nome voltou aos holofotes por seu envolvimento na Lava Jato, em que também é alvo de inquérito. O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró relatou que repassou propina de 6 milhões de dólares para Renan Calheiros e Jader.
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Outro envolvido na Lava Jato, Braga é alvo de um inquérito que apura crimes de corrupção passiva, ativa, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa. Segundo o MPF, ele é suspeito de ter recebido um 1 milhão de reais das empreiteiras Odebrecht e Camargo Corrêa quando era governador do Amazonas. O valor está relacionado à construção da Ponte do Rio Negro, obra que foi tocada na sua administração.
Mais recentemente, seu nome foi citado na delação da JBS. O diretor de relações institucionais da holding J&F, Ricardo Saud, afimou que Braga recebeu 6 milhões de reais para apoiar a ex-presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014.
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
É alvo de inquérito no STF que apura seu envolvimento com crimes eleitorais, como abuso de poder econômico, político e de autoridade. Em 2005, quando era deputado federal, se tornou alvo de outro inquérito por suspeita de crimes contra a administração pública. O caso envolvia irregularidades na execução dos convênios entre o município de Macapá e o governo federal. O processo foi arquivado em 2007 por falta de provas.
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Foi preso em 2004 durante operação da Polícia Federal por suspeita de participação em um esquema de fraudes em concorrências públicas. O caso envolvia uma construtora que à época pertencia ao senador. Foi solto quatro dias depois. Em 2011, o STF determinou o arquivamento do inquérito após pedido do Ministério Público Federal.
Eduardo Amorim (PSC-SE)
Foi citado em inquérito da Lava Jato, mas a investigação acabou sendo devolvida para o Ministério Público Federal por iminência de prescrição. Segundo o MPF, Amorim recebeu junto com a senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE) 600 mil reais do setor de propinas da Odebrecht.
É ainda alvo de um inquérito no STF que investiga a suspeita de crimes contra a Lei de Licitações e improbidade administrativa, quando ocupou o cargo de Secretário da Saúde do Sergipe, entre 2003 e 2004. Ele nega qualquer irregularidade.
José Pimentel (PT-CE)
Ex-líder do governo Dilma Rousseff, é alvo no STF de inquérito da Operação Zelotes, que investiga fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal de recursos da Receita Federal. O inquérito também envolve o senador Romero Jucá e os deputados Alfredo Kaefer (PSL-PR) e Jorge Côrte Real (PTB-PE). Eles são suspeitos de corrupção passiva e prevaricação e de atuarem para beneficiar empresas durante a CPI do Carf.
Acir Gurgacz (PDT-RO)
No STF, responde a inquérito por dano ao erário e é réu em uma ação penal que envolve acusação de estelionato, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos e crimes contra o sistema financeiro. O MPF afirma que uma empresa de ônibus da família de Gurgacz obteve financiamento fraudulento de 1,5 milhão de reais junto ao Banco da Amazônia. A empresa disse que iria adquirir veículos novos, mas usou o valor para comprar combustível.
Os países mais corruptos do mundo
01:39
Wellington Fagundes (PR-MT)
É alvo de inquérito no STF por suspeita de corrupção ativa, passiva, peculato e ocultação de bens no caso do esquema das sanguessugas. Segundo o empresário Luiz Antônio Vedoin, Fagundes recebia 10% de comissão de cada emenda proposta por ele que seria usada no esquema, revelado nos anos 2000. O inquérito vem se arrastando há 11 anos no STF.
Paulo Bauer (PSDB-SC)
É citado na delação premiada da JBS. Segundo uma planilha entregue pela empresa, o tucano recebeu 100 mil reais em propina disfarçada de doação de campanha em 2010 e mais 400 mil em 2014.
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Antigo suplente do senador João Ribeiro (morto em 2013), apareceu como beneficiário de 6,2 milhões de reais repassados por empresas ligadas ao bicheiro Carlinhos Cachoeira, segundo a CPI que investigou as relações do contraventor com políticos. O caso não foi analisado pela Comissão de Ética e nunca entrou na mira do MPF.
Em 2010, uma construtora que pertence ao senador fez doações acima do limite permitido para a campanha de Siqueira Campos (PSDB) ao governo do Tocantins. Ele chegou a ser condenado pela Justiça Eleitoral, mas está recorrendo.
Em 2012, quando um decreto extinguiu o pagamento de 14 e 15 salários para os senadores, Cassol reclamou da medida e disse que os políticos não eram bem renumerados. "O político no Brasil é muito mal renumerado. Tem que atender o eleitor com pagamento de passagens, remédio, é convidado para patrono e tem que pagar as festas de formatura porque os jovens não têm dinheiro", disse.
Gladson Cameli (PP-AC)
É um dos investigados no âmbito da Lava Jato no superinquérito que investiga 30 políticos do PP por suspeita de ligação com os desvios na Petrobras. Cameli nega qualquer irregularidade.
Em 2012, quando ainda era deputado, foi flagrado dirigindo alcoolizado em Brasília. O caso rendeu uma ação no STF, mas como a pena prevista era inferior a um ano de detenção, o processo foi suspenso.
Lasier Martins (PSD-RS)
Ex-jornalista, Martins é acusado pela esposa de violência doméstica. Com base na Lei Maria da Penha o ministro Edson Fachin, do STF, determinou no início do ano que Martins se afastasse de casa e o proibiu de entrar em contato com a mulher. Martins nega as acusações.
Otto Alencar (PSD-BA)
É alvo de uma ação por improbidade administrativa na Justiça Federal da Bahia por seu papel em um caso de grampos ilegais, ocorrido no início dos anos 2000 e que envolveu ainda o ex-senador e ex-governador Antônio Carlos Magalhães, o ACM. O MPF afirma que os dois participaram de um esquema para registrar conversas de adversários políticos.
Capítulos do desgaste político do governo
Ações do governo e de parlamentares aprofundam desgaste da população com políticos. Rejeição a governo Temer cresce, e acusações de suposto "acordão" para barrar Lava Jato alimentam crise política.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Queda do ministro do Trabalho
05/07: uma decisão do Supremo afastou o ministro do Trabalho, Helton Yomura de suas funções. Ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes na concessão de registros para sindicatos. Yomura entregou o cargo no mesmo dia. Caio Vieira de Mello assumiu a pasta.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Greve dos caminhoneiros
21/05: uma greve nacional de caminhoneiros paralisou o Brasil por dez dias. O governo inicialmente não abordou o problema, deixando que a greve ganhasse força. No final, Temer cedeu a todas as exigências dos grevistas e abandonou a política de preços da Petrobras para segurar o preço do diesel. A medida derrubou as ações da Petrobras e levou à saída do presidente da empresa, Pedro Parente.
Foto: DW/N. Pontes
Prisão de amigos de Temer
29/03: uma operação da Polícia Federal prendeu dez pessoas, entre eles dois amigos do presidente Temer: o ex-assessor da Presidência José Yunes e o ex-coronel da PM João Baptista Lima Filho. Ambos foram apontados como operadores de propinas pagas a Temer. Na mesma operação foi preso o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (MDB).
Foto: Reuters/U. Marcelino
Governo desiste da reforma da Previdência
16/02: uma das principais pautas de Temer, a PEC da reforma da Previdência foi definitivamente abandonada pelo Planalto após o decreto de intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. A previsão é que a intervenção dure até o final do ano. Até lá, pelas regras constitucionais, nenhuma PEC pode ser aprovada. Antes mesmo do anúncio, o governo já enfrentava dificuldades para aprovar a reforma.
Foto: Agência Brasil/Antonio Cruz
Nomeação de ministra é suspensa
08/01: Após a saída de Ronaldo Nogueira do Ministério do Trabalho, o governo indicou para o seu lugar a deputada Cristiane Brasil. A posse, no entanto, foi suspensa por um juiz, que entendeu que a nomeação ofendia a “moralidade administrativa”. Brasil era acusada de empregar funcionários sem carteira assinada. Em fevereiro, diante do impasse, o partido de Brasil desistiu de insistir na indicação.
Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Câmara rejeita denúncia
25/10: Apesar da tentativa da oposição de esvaziar o plenário e adiar a votação, a Câmara dos Deputados rejeitou a segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente da República, Michel Temer, pelo placar de 251 contra 233. A decisão livra novamente o presidente de uma investigação por parte do STF.
Foto: Reuters/A. Machado
Brasileiros veem aumento da corrupção
09/10: Para 78% dos brasileiros, o nível de corrupção aumentou no país nos últimos anos, segundo relatório da organização Transparência Internacional publicado em Berlim. Entre os 20 países analisados, o Brasil é o quarto da lista, atrás de Peru (79%), Chile (80%) e Venezuela (87%). Além disso, 56% dos brasileiros acham que o governo não combate a corrupção no setor público de forma satisfatória.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Popularidade despenca
28/09: Uma pesquisa do Ibope mostrou que a aprovação do governo Temer caiu para apenas 3%. Trata-se do menor índice obtido por um presidente desde o início da série histórica do instituto, em 1986. Antes de Temer, o pior havia sido José Sarney, que em junho/julho de 1989 ficou com 7%. A reprovação do governo Temer chegou a 77%.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Segunda denúncia contra Temer
14/09: O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou Temer por obstrução de Justiça e organização criminosa. A segunda denúncia envolvendo o presidente, enviada ao STF, se baseia na delação de executivos da JBS, bem como do operador Lúcio Funaro. Segundo Janot, Temer teria poder de decisão no chamado "quadrilhão do PMDB da Câmara", além de ter atuado para comprar o silêncio de Funaro.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
STF autoriza inquérito contra Temer
12/09: O ministro do STF Luís Roberto Barroso autorizou a abertura de inquérito para investigar Temer, o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures e dois empresários por acusações de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro, em caso que envolve o chamado Decreto dos Portos. A defesa de Temer rechaçou as acusações e afirmou que as investigações têm o objetivo de enfraquecer o governo.
Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
PF vê indícios de crimes por Temer e ministros
11/09: Em inquérito que apura a suspeita de crimes praticados pelo PMDB da Câmara Federal, a Polícia Federal concluiu que "ficaram comprovados indícios da prática do crime de organização criminosa". Segundo a PF, integrantes da cúpula do partido "mantinham estrutura organizacional com o objetivo de obter vantagens indevidas em órgãos da administração pública direta e indireta".
Foto: Getty Images/AFP/E.Sa
Temer se salva, mas com Congresso dividido
02/08: Após uma ofensiva intensa para reagrupar forças junto aos parlamentares, Temer conseguiu se livrar do processo por corrupção passiva. A Câmara dos Deputados rejeitou a denúncia contra o presidente, com 263 votos contra o envio da matéria ao STF, e 227 a favor. Após a votação, Temer descreveu o resultado no plenário como "claro e incontestável".
Foto: picture-alliance/Photoshot
Líder do governo na Câmara condenado
01/08: A Justiça de Sergipe condenou o líder do governo Temer na Câmara, o deputado federal André Moura (PSC-SE), por improbidade administrativa, com a perda de seus direitos políticos por oito anos. A sentença menciona convênios fraudulentos e prejuízo de 1,4 milhão de reais ao patrimônio público.
Foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados
Temer vence na CCJ, mas com manobras
13/07: A Comissão de Cidadania e Justiça (CCJ) da Câmara rejeitou o parecer que recomendava o avanço da acusação de corrupção passiva contra ele. Mas a vitória foi tática e impulsionada por uma série de manobras, com a distribuição de verbas e a substituição de membros da CCJ não considerados suficientemente leais ao Planalto.
Foto: Agência Brasil/Wilson Dias
Janot denuncia Temer
26/06: O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente Michel Temer ao STF pelo crime de corrupção passiva. É a primeira vez que um presidente da República é denunciado à Corte no exercício do mandato. A acusação tem como base uma investigação contra o peemedebista decorrente da delação de executivos da JBS. Ex-assessor Rodrigo Rocha Loures também foi denunciado.
Foto: Reuters/U. Marcelino
STF confirma delações
22/06: a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou a favor da manutenção da homologação do acordo de delação premiada dos executivos da empresa JBS. Os magistrados decidiram ainda que o relator Edson Fachin deve permanecer no caso. As delações causaram um terremoto político e colocaram Michel Temer no centro de um escândalo de corrupção.
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Primeira derrota
20/06: no mesmo dia em que Temer assistiu a uma apresentação de balé em Moscou, a bandeira reformista do governo sofreu uma derrota significativa. O projeto que prevê mudanças na legislação trabalhista foi rejeitado por uma comissão do Senado, graças a uma combinação de indiferença e abandono de alguns membros da base aliada.
Foto: picture-alliance/Estadao Conteudo/A. Dusek
Viagem à Rússia e Noruega
20/06: numa conturbada semana, para passar uma imagem de "normalidade", Temer viaja à Rússia e Noruega, onde destaca melhora na economia do Brasil. Em Moscou, o presidente se reuniu com Putin para estreitar os laços entre os países. Em Oslo, foi alvo de críticas. A premiê norueguesa expressou preocupação com a Lava Jato e o desmatamento no Brasil.
Foto: Picture alliance/dpa/A. Nikolsky/TASS
Presidente acusado por corrupção
19/06: em relatório preliminar entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a investigação envolvendo Michel Temer e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, a Polícia Federal (PF) acusa o presidente pelo crime de corrupção passiva, mas pede um prazo maior para concluir o inquérito referente aos delitos de organização criminosa e obstrução de Justiça.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Processo no TSE
09/06: A decisão do Tribunal Superior Eleitoral de absolver a chapa Dilma-Temer deu sobrevida ao governo, mas não lhe ajudou muito a melhorar a imagem perante a opinião pública: a vitória por 4 votos a 3 só se deu porque os depoimentos da Odebrecht e dos marqueteiros do PT não foram levados em conta no processo.
03/06: o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente Michel Temer, foi preso pela Polícia Federal em Brasília. A detenção
abriu mais uma frente para o governo: Loures foi apelidado de "homem da mala" pela imprensa após ter sido filmado carregando 500 mil reais entregues por um emissário da empresa JBS.
Foto: Wikipedia/R. Theodorovy
Presidente acusado de obstrução à Justiça
17/05: Revelação de conteúdo de diálogo entre o presidente Temer e o empresário Joesley Barbosa, da JBS, mergulha país no caos e ameaça governo. Presidente, segundo reportagem do jornal "O Globo", teria consentido com pagamento de mesada para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso em outubro de 2016.
Foto: imago/Agencia EFE
O preço alto das reformas
05/05: Diante da obsessão do governo em aprovar com celeridade a aprovação das reformas da previdência e trabalhista, Palácio do Planalto teria dado aval à aprovação de medidas para negociar dividas fiscais de empresas com a Receita Federal e também cede a interesses da bancada ruralista.
Foto: Luis Macedo /ABr
Cúpula arrastada para o caos
11/04: O relator da Lava Jato no Supremo, ministro Luiz Edson Fachin, pede abertura de inquérito contra 76 políticos, entre os quais oito ministros do governo Temer, entre eles Eliseu Padilha (PMDB, Casa Civil, na foto com Temer), Moreira Franco (PMDB, Secretaria-Geral da Presidência); Helder Barbalho (PMDB, Integração Nacional); e Aloysio Nunes (PSDB, Relações Exteriores).
Foto: Getty Images/AFP/E.Sa
Machismo no Planalto?
08/03: Declarações do presidente na ocasião do Dia Internacional da Mulher provocam perplexidade na sociedade brasileira e no exterior, e indignação de movimentos feministas. Presidente citou a mulher, Marcela Temer, ao analisar a importância da figura feminina na educação dos filhos e no controle do orçamento familiar, nas compras de supermercado, relegando a mulher a atividades domésticas.
Foto: Getty Images/AFP/M. Sharma
A blindagem sob o comando de Romero Jucá
15/02: O senador Romero Jucá (PMDB-RR), braço-direito de Temer no Congresso, protocola emenda constitucional para blindar presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB). Pela regra, eles só poderiam ser responsabilizados por atos cometidos no exercício de seus mandatos. Ou seja, seriam blindados de investigações da Lava Jato. Diante do constrangimento, Jucá recuou.
Foto: Geraldo Magela/Agencia Senado
A aula de fisiologismo de Eliseu Padilha
14/02: O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, diz em palestra flagrada pelo jornal "Estado de S.Paulo" que os ministérios de Temer foram montados para garantir votos no Congresso. Ele diz que havia intenção de nomear "notáveis" e citou como exemplo a Saúde. O PP indicou o deputado Ricardo Barros. "Vocês garantem todos os nomes do partido em todas as votações? Então o Ricardo será o notável."
Foto: Wilson Dias/Agencia Brasil
Caso Marcela: a censura de Temer à imprensa
10/02: A pedido da Presidência, Justiça proíbe o jornal "Folha de S.Paulo" de divulgar dados sobre a chantagem de um hacker contra Marcela Temer, a primeira-dama. O hacker, condenado a 5 anos e 10 meses de prisão, clonou o celular de Marcela e disse ter acesso a um áudio que comprometeria o presidente. A investigação foi coordenada por Alexandre de Moraes, depois nomeado ministro da Justiça.
Foto: Imago
Nomeação de Moraes para o Supremo
06/02: O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes (PSDB), é indicado para a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal. Havia a expectativa de que Temer indicaria um nome técnico, do meio jurídico, não ligado à política. A enorme proximidade de Moraes com Temer tornou a indicação bastante polêmica, já que ele será o revisor da Lava Jato no Supremo, e Temer foi citado 44 vezes em delações.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Foro privilegiado para Moreira Franco
03/02: Temer dá status de ministro a Moreira Franco, que era secretário-executivo do Programa de Parceria de Investimentos. Ele virou ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Citado 34 vezes em delações da Lava Jato, com o codinome "Angorá", Franco passa a ter foro privilegiado, ou seja, só pode ser julgado pelo Supremo. Pela demora dos julgamentos, o foro é visto como benefício a políticos.
Foto: Reuters/A. Machado
Novos ministérios: a contradição
03/02: No dia em que nomeou Moreira Franco ministro, Temer anunciou a criação de outro ministério, o de Direitos Humanos, entrando em rota de colisão com o discurso antes da posse. Tanto o presidente quanto seu partido, o PMDB, defenderam o enxugamento da máquina e a redução das pastas e criticavam o número de ministérios sob Dilma Rousseff. O governo tem hoje 28 pastas. Sob Dilma, tinha 32.
Foto: Wilson Dias/ABr/CC BY 3.0 BR
Senado e Câmara X Lava Jato
01/02: O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) é eleito sem dificuldades para a presidência do Senado, com os votos de 61 dos 81 senadores. Na Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) derrota grupo ligado a Eduardo Cunha (PMDB), preso na Lava Jato, e permanece na presidência da Casa. Os dois foram eleitos em sintonia com o Palácio do Planalto. Ambos tiveram os nomes citados em delações da Lava Jato.