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Conselho de Segurança aprova resolução de paz para Síria

18 de dezembro de 2015

Em rara unanimidade, órgão máximo da ONU endossa roteiro para acabar com conflito sírio e esboça plano para cessar-fogo. Texto, no entanto, não faz menção ao papel futuro de Assad.

Foto: Getty Images/A. Burton

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta sexta-feira (18/12), por unanimidade, uma resolução endossando um roteiro para um processo de paz na Síria. A decisão é uma rara demonstração de unidade entre as grandes potências sobre um conflito que já causou a morte de mais de 250 mil pessoas.

O secretário de Estados dos EUA, John Kerry, afirmou que a resolução envia "uma mensagem clara a todos os envolvidos de que chegou o momento de parar a matança na Síria". Os Estados Unidos, a Rússia e os outros três membros permanentes do Conselho de Segurança – França, Reino Unido e China – procuraram o endosso da ONU pelos esforços diplomáticos para destacar a unidade internacional sobre o caminho a ser seguido na Síria.

A resolução, no entanto, não faz menção nenhuma à questão mais controversa – o papel futuro do presidente sírio, Bashar al-Assad. "Obviamente, diferenças acentuadas permanecem", disse Kerry, em alusão ao destino de Assad. O texto reconhece que o processo de paz não acabará com o conflito porque ele precisaria que "grupos terroristas" operando no país, incluindo o "Estado Islâmico" (EI) e a Frente al-Nusra, participem de um cessar-fogo.

A resolução afirma que a "única solução duradoura para a atual crise na Síria é por meio de um processo político inclusivo e liderado pela Síria que atenda às aspirações legítimas do povo sírio". E o secretário de Estado americano acrescentou: "Se é para por um fim à guerra, é imperativo que o povo sírio concorde sobre uma alternativa em termos de governo."

Ministros das Relações Exteriores de 17 países se reuniram por mais de cinco horas, em Nova York, para trabalhar e superar divergências no texto. A resolução se apoia no plano esboçado em Viena no mês passado que conduziria ao estabelecimento de um governo de transição não sectário na Síria no prazo de seis meses e novas eleições dentro de 18 meses.

O texto encarrega a ONU da criação e implementação de um cessar-fogo nacional. Ele também pede que o secretário-geral do órgão, Ban Ki-moon, apresente opções para um mecanismo de monitoramento de um eventual cessar-fogo dentro de um mês.

Assim como em resoluções anteriores voltadas à situação humanitária na Síria, o conselho também exigiu "que todas as partes imediatamente cessem todos os ataques contra civis e alvos civis".

Obama: "Assad perdeu legitimidade"

Em Washington, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que o presidente sírio perdeu em legitimidade aos olhos da maioria em seu país e precisa deixar o poder para abrir o caminho para um fim ao "derramamento de sangue" na Síria.

"Acho que Assad terá de deixar o posto a fim de parar o derramamento de sangue no país e para que todas as partes envolvidas sejam capazes de avançar de uma forma não-sectária", disse Obama, em coletiva de imprensa na Casa Branca. "Ele perdeu legitimidade aos olhos da grande maioria do país."

PV/rtr/ap/afp

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