Conselho de Segurança aprova sanções contra Coreia do Norte
22 de dezembro de 2017
Aprovadas por unanimidade, sanções são resposta ao recente teste com míssil balístico intercontinental realizado por Pyongyang. Medida atinge petróleo e norte-coreanos que trabalham no exterior.
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Por unanimidade, Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta sexta-feira (22/12) novas sanções à Coreia do Norte. A medida é uma resposta ao teste com um míssil balístico intercontinental realizado por Pyongyang no final de novembro.
Apresentada pelos Estados Unidos e apoiada pelos outros 14 países do Conselho de Segurança, a resolução endurece ainda mais as amplas sanções internacionais contra o regime de Kim Jong-un.
As novas sanções buscam, entre outras coisas, restringir boa parte do fornecimento de produtos derivados do petróleo a Pyongyang e a repatriação dos norte-coreanos que estão trabalhando no exterior e que geram receitas que beneficiam o governo do país.
Na Coreia do Norte, ato reúne multidão para comemorar míssil
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De acordo com os EUA, a resolução, em combinação com sanções anteriores, reduzirá em 89% o acesso do regime a gasolina, diesel e outros derivados do petróleo. As medidas incluem ainda provisões segundo as quais o Conselho de Segurança se compromete a cortar ainda mais o fornecimento de petróleo ao país em caso de novos testes com mísseis balísticos intercontinentais.
A resolução determina também que todos os países expulsem num prazo máximo de dois anos trabalhadores norte-coreanos. Segundo Washington, quase 100 mil norte-coreanos trabalham fora do país, a grande maioria na China e na Rússia. Os impostos que a Pyongyang impõe a essas pessoas geram ao regime mais de 500 milhões de dólares por ano.
Contra programa armamentista
"Pyongyang escolheu o caminho do isolamento", disse a embaixadora americana, Nikki Haley, imediatamente depois do voto. De acordo com a diplomata, a resolução mostra que a comunidade internacional continuará respondendo às "ações agressivas" de Kim com sanções sem precedentes.
O objetivo das sanções é dificultar as autoridades norte-coreanas a conseguir financiamento para seus programas armamentistas e forçá-las a negociar.
"As sanções apertarão e tornarão ainda mais difícil que o regime consiga financiar os seus programas nucleares e de mísseis. Ao mesmo tempo, vamos garantir que não estamos tornando a vida ainda mais difícil aos pobres cidadãos norte-coreanos", afirmou o embaixador britânico, Matthew Rycroft.
Neste ano, a ONU endureceu em várias ocasiões as sanções contra a Coreia do Norte devido ao aumento dos testes nucleares e com mísseis por parte do regime. A resolução desta sexta-feira é uma resposta pelo teste realizado no fim de novembro. Segundo Pyongyang e numerosos especialistas, o projétil lançado seria capaz de alcançar todo o território continental dos Estados Unidos.
Em setembro, o país asiático anunciou que foi capaz de desenvolver e detonar uma bomba de hidrogênio compacta o suficiente para ser instalada num míssil balístico internacional, elevando ainda mais as tensões na região.
CN/efe/lusa/ap/rtr
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Verdades e mitos sobre a dinastia Kim
Família governa a Coreia do Norte desde a fundação do país, há quase sete décadas, com um culto quase divino às personalidades de Kim Il-sung, Kim Jong-il e Kim Jong-un.
Foto: picture alliance / dpa
Um jovem líder
Kim Il-sung, o primeiro e "eterno" presidente da Coreia do Norte, assumiu o poder em 1948 com o apoio da União Soviética. O calendário oficial do país começa no seu ano de nascimento, 1912, designando-o de "Juche 1", em referência ao nome da ideologia estatal. O primeiro ditador norte-coreano tinha 41 anos ao assinar o armistício que encerrou a Guerra da Coreia (foto).
Foto: picture-alliance/dpa
Idolatria
Após a guerra, a máquina de propaganda de Pyongyang trabalhou duro para tecer uma narrativa mítica em torno de Kim Il-sung. A sua infância e o tempo que passou lutando contra as tropas japonesas nos anos 1930 foram enobrecidas para retratá-lo como um gênio político e militar. No congresso partidário de 1980, Kim anunciou que seria sucedido por seu filho, Kim Jong-il.
Foto: picture-alliance/AP Photo
No comando até o fim
Em 1992, Kim Il-sung começou a escrever e publicar sua autobiografia, "Memórias – No transcurso do século." Ao descrever sua infância, o líder norte-coreano afirmou que ao 6 anos participou de sua primeira manifestação contra os japoneses e, aos 8, envolveu-se na luta pela independência. As memórias permaneceram inacabadas com a sua morte, em 1994.
Foto: Getty Images/AFP/JIJI Press
Nos passos do pai
Depois de passar alguns anos no primeiro escalão do regime, Kim Jong-il assumiu o poder após a morte do pai. Seus 16 anos de governo foram marcados pela fome e pela crise econômica num país já empobrecido. Mas o culto de personalidade em torno dele e de seu pai, Kim Il-sung, cresceu ainda mais.
Foto: Getty Images/AFP/KCNA via Korean News Service
Nasce uma estrela
Historiadores acreditam que Kim Jong-il nasceu num campo militar no leste da Rússia, provavelmente em 1941. Mas a biografia oficial afirma que o nascimento dele aconteceu na montanha sagrada coreana de Paekdu, exatamente 30 anos após o nascimento de seu pai, em 15 de abril de 1912. Segundo uma lenda, esse nascimento foi abençoado por uma nova estrela e um arco-íris duplo.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Problemas familiares
Kim Jong-il teve três filhos e duas filhas com três mulheres, até onde se sabe. Esta foto de 1981 mostra Kim Jong-il sentado ao lado de seu filho Kim Jong-nam, fruto de um caso com a atriz Song Hye-rim (que não aparece na foto). A mulher à esquerda é Song Hye-rang, irmã de Song Hye-rim, e os dois adolescentes são filhos de Song Hye-rang. Kim Jong-nam foi assassinado em 2017.
Foto: picture-alliance/dpa
Procurando um sucessor
Em 2009, a mídia ocidental informou que Kim Jong-il havia escolhido seu filho mais novo, Kim Jong-un, para assumir a liderança do regime. Os dois apareceram juntos numa parada militar em 2010, um ano antes da morte de Kim Jong-il.
Foto: picture-alliance/AP Photo/V. Yu
Juntos
Segundo Pyongyang, a morte de Kim Jong-il em 2011 foi marcada por uma série de acontecimentos misteriosos. A mídia estatal relatou que o gelo estalou alto num lago, uma tempestade de neve parou subitamente e o céu ficou vermelho sobre a montanha Paekdu. Depois da morte de Kim Jong-il, uma estátua de 22 metros de altura do ditador foi erguida próxima à de seu pai (esq.) em Pyongyang.
Foto: picture-alliance/dpa
Passado misterioso
Kim Jong-un manteve-se fora de foco antes de subir ao poder. Sua idade também é motivo de controvérsia, mas acredita-se que ele tenha nascido entre 1982 e 1984. Ele estudou na Suíça. Em 2013, ele surpreendeu o mundo ao se encontrar com Dennis Rodman, antiga estrela do basquete americano, em Pyongyang.
Foto: picture-alliance/dpa
Um novo culto
Como os dois líderes antes dele, Kim Jong-un é tratado como um santo pelo regime estatal totalitário. Em 2015, a mídia sul-coreana reportou sobre um manual escolar que sustentava que o novo líder já sabia dirigir aos 3 anos. Em 2017, foi anunciado pela mídia estatal que um monumento em homenagem a ele seria construído no Monte Paekdu.
Foto: picture alliance/dpa/Kctv
Um Kim com uma bomba de hidrogênio
Embora Kim tenha chegado ao poder mais jovem e menos conhecido do público que seu pai e seu avô, ele conseguiu manter o controle do poder. O assassinato de seu meio-irmão Kim Jong-nam, em 2017, serviu para cimentar sua reputação externa de ditador impiedoso. O líder norte-coreano também expandiu o arsenal de armas do país.