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ONU decide encerrar missão de paz no Haiti

13 de abril de 2017

Por unanimidade, órgão aprova fim da Minustah e determina retirada gradual de capacetes azuis nos próximos seis meses. Resolução reconhece progresso significativo acerca da estabilização após recentes eleições no país.

A maior parte do efetivo da Minustah é composta por oficiais brasileiros
A maior parte do efetivo da Minustah é composta por oficiais brasileirosFoto: Getty Images/AFP/H. Retamal

O Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu nesta quinta-feira (13/04), por unanimidade, encerrar a sua missão de paz no Haiti após 13 anos de operação. A chamada Minustah, chefiada militarmente pelo Brasil, terá fim em outubro e será substituída por uma força unicamente policial.

A resolução, aprovada pelos quinze membros do órgão, determina a retirada gradual dos 2.370 capacetes azuis ao longo dos próximos seis meses, além de reduzir a presença policial de 2.600 para 1.275, que permanecerão no país com a missão de treinar as forças haitianas.

Os países do Conselho de Segurança da ONU já haviam manifestado, durante um debate na terça-feira, seu apoio ao fim da Minustah, recomendado pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. 

Sandra Honoré, chefe da Minustah, afirmou aos membros do órgão de segurança durante a discussão no início da semana que "as perspectivas políticas do Haiti para 2017 e os próximos anos melhoraram significativamente" desde as eleições presidenciais e legislativas do ano passado.

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, destacou que o atual contexto político no Haiti, graças ao recente pleito, prova que o país está pronto para uma missão nova e menor. Washington está revisando as 16 operações de paz das Nações Unidas para avaliar custos e eficácia.

A resolução aprovada nesta quarta-feira reconhece "o marco significativo em direção à estabilização" do Haiti, alcançada pela realização bem-sucedida de eleições no ano passado e pelo retorno da "ordem constitucional" ao país.

O texto destaca, no entanto, a necessidade de um apoio internacional para fortalecer, profissionalizar e reformar a força haitiana, bem como auxiliar o país a promover o desenvolvimento e enfrentar os "desafios humanitários significativos" após o furacão Matthew, ocorrido em outubro de 2016.

A Missão da ONU para Estabilização do Haiti foi criada em 2004 a fim de restabelecer a paz no país do Caribe após a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide.

Ao longo dos anos, a Minustah, que tem maior parte do efetivo vinda do Brasil, chegou a se envolver em graves polêmicas, incluindo acusações de abuso sexual infantil por parte de capacetes brancos do Sri Lanka então alojados no país. Tropas da ONU também foram responsabilizadas pelo surto de cólera que afetou o Haiti nos últimos anos, deixando, desde 2010, mais de 9.500 mortos.

EK/ap/lusa/efe/rtr/dpa

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