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Conselho de Segurança rejeita prorrogação de embargo a Irã

15 de agosto de 2020

EUA queriam extensão indeterminada de sanção armamentista marcada para terminar em outubro. Entre 15 países-membros, apenas dois votos favoráveis. Teerã vê americanos "isolados"; Pompeo acusa ONU de habilitar terrorismo.

Sala de reuniões do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York
Conselho de Segurança da ONU é sediado em Nova YorkFoto: AFP/S. Platt

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (UNSC) rejeitou nesta sexta-feira (15/08) o pedido dos Estados Unidos de uma prorrogação por tempo indeterminado do embargo armamentista contra o Irã.

Para uma aprovação, seriam necessários pelo menos nove votos, de um total de 15 Estados-membros, porém os EUA e a República Dominicana foram os únicos favoráveis. A China e a Rússia votaram contra a resolução proposta por Washington, enquanto os 11 demais membros se abstiveram, inclusive Alemanha, França e Reino Unido, aliados tradicionais de Washington.

Pouco após o anúncio do resultado, o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, comentou que a votação "mais uma vez mostra que unilateralismo não recebe respaldo, e que intimidação fracassará". Por sua vez, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, criticou a rejeição em comunicado, classificando como: "indesculpável" a "falha do Conselho de Segurança de agir decisivamente em defesa da paz e segurança internacionais".

Num tuíte, o chefe da diplomacia americana foi mais longe, acusando o Conselho de "habilitar um dos principais financiadores estatais do terrorismo a comprar e vender armas letais, e ignorar as exigências de países do Oriente Médio". Pompeo prometeu que "a América continuará trabalhando para corrigir esse erro".

Teerã saudou a decisão. O porta-voz do Ministério iraniano do Exterior, Abbas Mousavi publicou no Twitter: "A comunidade internacional, mais uma vez e com voz clara, rejeitou a inescrupulosa e fútil tentativa dos EUA de minarem a credibilidade do UNSC. O regime americano deveria tirar uma lição de seus fracassos totais e deixar de passar vergonha na ONU, senão ficará isolado, ainda mais do que agora."

Segundo uma cláusula da Resolução 2.231 da ONU, em que o Conselho de Segurança endossa o acordo nuclear entre Teerã e um grupo de potências mundiais, a suspensão do embargo armamentista contra o Irã está marcada para outubro.

Todos os cinco países-membros permanentes do UNSC (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) aprovaram em 2015, em Viena, o acordo nuclear, que também contou com as assinaturas da Alemanha e da União Europeia. Em maio de 2018, no entanto, Donald Trump abandonou o pacto promovido por seu antecessor, a que se opunha desde a posse.

AV/ap,afp,rtr

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