A cinco semanas das eleições parlamentares alemãs, sondagem mostra empate com social-democratas pela primeira vez desde 2017. Verdes perdem popularidade e caem para terceira colocação.
Anúncio
Faltando cinco semanas para as eleições parlamentares alemãs, os conservadores da chanceler federal alemã, Angela Merkel, continuam enfrentando tendência de queda nas intenções de voto.
Sondagem semanal realizada pelo instituto de pesquisas Insa publicada neste domingo (22/08) pelo jornal Bild am Sonntag aponta queda de três pontos percentuais para os conservadores de Merkel e seu candidato à sucessão, Armin Laschet. Ele conseguiria 22% dos votos.
Os social-democratas, com seu candidato Olaf Scholz, sobem dois pontos, também obtendo 22%. Com isso, Scholz consegue um empate com Laschet. É a primeira vez desde abril de 2017 que uma pesquisa aponta um empate entre os dois campos políticos, que atualmente formam a coalizão de governo alemã: a aliança conservadora entre a União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU), que formam uma bancada parlamentar, e o Partido Social-Democrata (SPD).
O Partido Verde perde um ponto percentual na enquete do Insa e vai a 17%. O Partido Liberal Democrático (FDP) sobe um ponto, chegando a 13%. Os nacionalistas de direita do Alternativa para a Alemanha (AfD) também crescem um ponto, subindo para 12%. O partido A esquerda permanece estável, com 7%.
Para a enquete, o Insa entrevistou 1.352 pessoas entre 16 e 20 de agosto.
Anúncio
Coalizão atual seria inviável
Se esses resultados se confirmarem nas urnas, nenhum partido conseguiria votos suficientes para governar sozinho, e a formação de um governo só seria possível através de uma coalizão envolvendo três partidos. A atual coalizão governamental, entre SPD e CSU/CDU não seria mais viável, já que juntos não conseguiriam controlar mais de 50% do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão.
A pesquisa publicada neste domingo, embora longe de ser uma representação final das decisões dos eleitores no dia da eleição, marca uma grande queda no apoio aos conservadores de Merkel desde a eleição de 2017, quando conquistaram 33% dos votos.
Com Merkel deixando o cargo de chanceler este ano, tem havido muita discussão sobre se seu sucessor como chefe da CDU, Armin Laschet, pode ser tão bem-sucedido quanto ela.
Se o chefe de governo pudesse ser eleito diretamente, o social-democrata Scholz ganharia a votação por ampla margem de votos. De acordo com a pesquisa da Insa, ele obteria 34%, aumento de 5 pontos percentuais em relação à semana anterior. Já Armin Laschet cai três pontos, com 12%, ocupando o terceiro lugar, atrás da candidata verde Annalena Baerbock, que mantém 13%.
md (DPA, ots)
Os candidatos a chanceler federal da Alemanha
Conheça os possíveis sucessores de Angela Merkel na chefia do governo alemão. Eles representam os seis partidos que devem ter representação no Parlamento após as eleições gerais de setembro, e sua eleição é indireta.
Annalena Baerbock (Partido Verde)
Annalena Baerbock, de 40 anos, é copresidente do Partido Verde desde 2018. Desde 2013, ela é deputada federal no Bundestag. Formada em Direito Internacional em Londres, é a mais jovem candidata a chanceler federal desde 1949. Seus apoiadores a veem como determinada, corajosa, ambiciosa, autoconfiante. Seus oponentes apontam para sua falta de experiência no governo.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
Armin Laschet (CDU)
Armin Laschet, de 60 anos, é o presidente do Partido Democrata Cristão (CDU, sigla do nome em alemão) e é governador da Renânia do Norte-Vestfália, o estado mais populoso da Alemanha. Ele representará os partidos conservadores CDU e CSU nas eleições parlamentares de setembro. Há mais de três décadas na política, ele é descrito por aliados como "um batalhador".
Foto: picture-alliance/dpa/G. Fischer
Olaf Scholz (SPD)
O atual vice-chanceler e ministro das Finanças tem a missão de recuperar a influência do Partido Social-Democrata (SPD), em declínio nos últimos anos. Segundo Lars Klingbeil, secretário-geral do SPD, Scholz, de 62 anos, representa quatro objetivos principais: neutralidade de carbono em 2045, um sistema de transporte mais moderno, soberania digital e um forte sistema de saúde.
Foto: Imago Images/R. Zensen
Christian Lindner (FDP)
Christian Lindner, de 42 anos, entrou para o Partido Liberal Democrático (FDP) aos 16 anos de idade e preside o partido desde 2013. O oficial da reserva e filho de professor é nascido no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália e estudou Ciências Políticas. Ele espera juntar-se a uma coalizão governista após as eleições de setembro, e a conservadora união CDU/CSU é sua preferência declarada.
Dietmar Bartsch, de 63 anos, e Janine Wissler, de 39, complementam-se. Bartsch vem do leste da Alemanha e é um pragmático que lidera seu partido no Parlamento desde 2015. Wissler vem do oeste alemão e é copresidente do partido desde fevereiro. Ela representa as posições mais radicais da esquerda, como o fim imediato das missões militares no exterior e de todas as exportações de armas.
O copresidente Tino Chrupalla, de 46 anos, juntou-se à Alternativa para a Alemanha (AfD) em 2015, atraído pela plataforma anti-imigração. O pintor e decorador da Saxônia é deputado desde 2017 e apoia a ala de extrema direita, mas defende uma linguagem de campanha moderada. Weidel, economista de 42 anos, é copresidente da bancada da AfD no Bundestag. Membros da AfD a acusam de não saber se impor.