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Conservadores de Merkel lideram eleições europeias na Alemanha

25 de maio de 2014

Apesar de ligeiras perdas, democrata-cristãos mantêm liderança. Ultradireita sai vitoriosa na França, segundo estimativas. Votação deve confirmar crescimento significativo de eurocéticos na Grécia, Reino Unido e Áustria.

Foto: Reuters

De acordo com pesquisas de boca de urna deste domingo (25/05), os democrata-cristãos da aliança política da chanceler federal alemã, Angela Merkel, saíram como vencedores das eleições para o Parlamento Europeu na Alemanha, mantendo-se como maior força política do país. Em diversas nações vizinhas, entretanto, as legendas governistas foram punidas nas urnas.

Os partidos eurocríticos conseguiram obter alto índice de votos. Na França, a agremiação de extrema direita Frente Nacional sai, pela primeira vez, como maior força. Na Grécia, a Coligação da Esquerda Radical (Syriza), hostil a Bruxelas, também teria conquistado o posto de partido mais forte, segundo previsão.

Na Alemanha, um destaque foi a votação dos eurocríticos moderados da Alternativa para a Alemanha (AfD), fundada no ano passado, que atingiu 6,6%, conforme bocas de urna. A União Democrata Cristã (CDU) de Merkel apresentou perdas de quase dois pontos percentuais em comparação a 2009, mas se manteve na frente, com mais de 36%.

Os social-democratas do SPD ganharam força, alcançando cerca de 27,5% (contra os 20,8% de 2009). Já os Verdes caíram ligeiramente, obtendo cerca de 10,8%. O partido A Esquerda praticamente igualou o resultado anterior, com algo entre 7,5% e 7,8%, enquanto os liberais do FDP obtiveram cerca de 3% (contra 11% de cinco anos atrás).

Pela primeira vez desde 1979, o comparecimento às urnas não foi menor do que na votação anterior. Segundo o Parlamento Europeu, 43,1% dos cidadãos dos 28 países da UE participaram do pleito – resultado praticamente idêntico ao de cinco anos atrás, quando houve comparecimento de 43% dos eleitores. Eles deverão definir os nomes que ocuparão as 751 cadeiras do Parlamento pelos próximos cinco anos.

Os alemães registraram o maior comparecimento às urnas, de 48%, consideravelmente maior do que em 2009. Na França e em Portugal também foi registrada uma participação alta. No entanto, poucos cidadãos atenderam à convocação para votação no Leste Europeu.

Resultado histórico para Frente Nacional

Na França, pesquisas de boca de urna dão a vitória à Frente Nacional (FN), de extrema direita. Pela primeira vez, a legenda liderada por Marine Le Pen sai de uma votação no país como o partido mais votado. Uma triunfante Le Pen reivindicou já na noite de domingo, antes mesmo da divulgação dos resultados oficiais, a dissolução do Parlamento e conclamou novas eleições no país.

De acordo com as sondagens, a agremiação obteve entre 24% e 25%, o que pode ser o resultado mais elevado em toda a Europa de um partido anti-União Europeia e anti-imigração. A FN ficou à frente dos conservadores da União para uma Maioria Popular (UMP), com 20%, e do Partido Socialista francês (PS), do presidente François Hollande, que ganhou pouco mais de 14% dos votos. Nas últimas eleições europeias, a FN havia conseguido somente 6,3%.

Marine Le Pen: Frente Nacional comemora votação recordeFoto: Reuters

Partidos eurocéticos alcançaram ganhos significativos na Grécia, no Reino Unido e na Áustria, segundo estimativas. Na Grécia, a Syriza teria vencido a eleição, chegando à frente do conservador Nova Democracia (ND), do primeiro-ministro Antonis Samaras. Os social-democratas, que governam em coalizão com o ND, teriam obtido apenas o quarto lugar, atrás do partido neonazista Aurora Dourada.

No Reino Unido, o UK Independence Party (Ukip), liderado pelo carismático Nigel Farage, que defende a saída do país da UE e a limitação para a entrada de imigrantes, deve registrar o maior crescimento de votos da história da legenda, tirando vários assentos tanto do governo quanto da oposição britânica.

Na Áustria, a agremiação de extrema direita Partido da Liberdade Austríaca (FPÖ), teria obtido cerca de 20%, em torno de sete pontos percentuais a mais em relação a 2009. Isso significaria um terceiro lugar, atrás do conservador Partido Popular Austríaco (VP) e dos social-democratas do SP, que governam o país em coalizão.

Já na Holanda, o anti-islâmico e nacionalista Partido para a Liberdade (PVV), de Geert Wilders, amargou perdas de eleitores. Surpreendentemente a legenda só deverá obter cerca de 12% dos votos, ficando em quarto lugar, conforme sondagem do instituto Ipsos.

MD/afp/lusa/rtr

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