País continua entre os maiores consumidores de álcool do mundo, ficando agora, porém, atrás de Alemanha e França. Resultado de políticas públicas, diminuição impulsionou aumento da expectativa de vida.
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Apesar de permanecer um dos países onde mais se bebe no mundo, o consumo de álcool na Rússia caiu 43% em relação a 2003, revelou um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado nesta terça-feira (01/10). A redução foi alcançada graças a políticas governamentais.
De acordo com o relatório, os russos consomem em média o equivalente a 11,7 litros de álcool puro por ano, continuando entre os maiores bebedores do mundo. Com a redução, porém, o consumo anual per capita no país ficou abaixo dos 13,4 litros da Alemanha. Meio litro de cerveja contém quase 20 gramas de álcool.
"Há muito tempo, a Rússia é considerada um dos países onde mais se bebe no mundo", reconhece a OMS, destacando que o álcool contribuiu significativamente para o aumento das mortes nos anos 1990 e a crise demográfica que se seguiu à queda da União Soviética, "no entanto, nos últimos anos, essas tendências foram revertidas". De acordo com relatórios anteriores da organização, os russos agora bebem, em média, menos álcool do que os franceses e os alemães.
Segundo o relatório, a expectativa de vida masculina na Rússia caiu para 57 anos na década de 1990, mas começou a aumentar em 2003, quando o consumo de álcool atingiu seu auge, sendo seguido por um declínio nos anos seguintes. Essa redução contribuiu para que a expectativa atingisse um nível recorde em 2018, se 78 anos para as mulheres e 68 anos para os homens.
Entre 2003 e 2018, a mortalidade no país também caiu 39% entre homens e 36% entre mulheres. O relatório destacou que há uma relação direta entre os níveis de consumo de álcool e as taxas de mortalidade e expectativa de vida. Segundo a OMS, o consumo de álcool pode causar câncer e doenças cardiovasculares. Além disso, especialistas citam os acidentes e assassinatos cometidos sob o efeito de bebidas alcoólicas como outras perigosas consequências do consumo.
De acordo com o relatório, essa diminuição é resultado de políticas públicas adotadas nos anos 2000. O ex-líder soviético Mikhail Gorbachev tentou reduzir o consumo executando uma campanha contra o alcoolismo, proibindo parcialmente a venda de bebidas destiladas em meados da década de 1980. Após a queda da União Soviética em 1991, entretanto, o consumo alcoólico explodiu e continuou a crescer até o início dos anos 2000.
Quando assumiu o poder em 2000, Vladimir Putin reintroduziu restrições a bebidas alcoólicas, como o aumento dos imposto sobre o produto, e a imposição de um preço mínimo para vodca e outros destilados, além da proibição de publicidade e de vendas após às 23h.
Munique celebra nas próximas semanas a Starkbierfest, "festa da cerveja forte". Conheça algumas marcas que superaram os níveis "normais" de teor alcoólico. Num caso extremo, o consumo recomendado é de alguns mililitros.
Foto: Brewmeister
Utopias, fabricada pela Samuel Adams – 28%
Nesta garrafa de cerâmica que parece uma miniatura de caldeira de cobre usada em cervejarias está uma cerveja envelhecida 22 anos em barris onde já repousaram xerez, conhaques e uísques. A Samuel Adams, cervejaria de Boston (EUA), lança um novo lote da bebida com 27% de potência alcoólica a cada dois anos. Com um preço no varejo de 200 dólares, esta é a cerveja mais cara dos Estados Unidos.
Foto: Samuel Adams
Tactical Nuclear Penguin, da BrewDog – 32%
A cerveja é feita a partir de uma Imperial Stout (cerveja forte escura) congelada, o que inspirou o nome. A cerveja é congelada, e o gelo é removido, aumentando a graduação alcoólica, já que o álcool não congela. Os criadores sugerem que a bebida seja apreciada em pequenas doses, como "um bom whisky, um álbum de Frank Zappa ou a visita de um fantasma amigável".
Foto: BrewDog
Black Damnation VI Messy, da Struise – 39%
A Struise Brouwers é uma microcervejaria belga. A Black Damnation é feita a partir da Imperial Stout (cerveja forte escura). Entre as cervejas deles, a VI – Messy é a mais forte, com 39% de teor alcoólico. Ela nunca foi lançada comercialmente, mas quem a provou nos festivais de cerveja garante que o sabor é o mesmo de uma cerveja "normal", considerando as demais cervejas fortes desta lista.
Foto: De Struise Brouwers
Schorschbock 40, da Schorschbräu – 40%
A Schorschbräu é uma séria concorrente da BrewDog na briga pela cerveja mais forte. Ela já havia demonstrado sua determinação com a Schorschbock 31%, uma Eisbock (a cerveja congela no tanque, e o gelo é retirado, daí o nome) mais forte do que qualquer outra, quando foi lançada em 2008. Sua versão de 40% foi fabricada no final de 2009, batendo a Penguin, da BrewDog.
Foto: Schorschbräu
Sink the Bismarck!, da BrewDog – 41%
A BrewDog respondeu em 2010 com esta, que batizou "Sink the Bismarck!" (Afundem o Bismarck!, maior navio de guerra nazista). Ela é descrita pela fabricante como uma IPA (India Pale Ale) quádrupla, com quatro vezes mais lúpulo, quatro vezes mais amarga e congelada quatro vezes. A 105 dólares a garrafa, também é pelo menos 40 vezes mais cara que uma cerveja convencional.
Foto: BrewDog
The End of History, da BrewDog – 55%
Para encerrar a batalha pelas cervejas mais fortes, a BrewDog lançou "The End of History" (o fim da história), com 55% de volume alcoólico. E deu também um toque controverso à embalagem: as garrafas vêm dentro de animais empalhados. Apenas 12 garrafas foram produzidas em 2010. Novas foram lançadas em 2016, e os apoiantes que investiram 20 mil dólares na empresa ganharam cada um uma garrafa.
Foto: BrewDog
Schorschbock 57, da Schorschbräu – 57%
Em 2010, a Schorschbräu aumentou a graduação alcoólica da Schorschbock de 40% para 43%, e, no ano seguinte, lançou a Schorschbock 57%. A cervejaria alemã alega ser impossível aumentar ainda mais a potência alcoólica sem violar a Lei de Pureza da cerveja alemã, que existe há 500 anos e que segue em suas criações. Apenas 36 garrafas desta cerveja foram fabricadas, e cada uma custa 200 euros.
Foto: Schorschbräu
Start the Future, da Koelschip – 60%
Também a holandesa Koelship criou uma série de cervejas fortes. Esta foi lançada um mês após a "The End of History", e por isso seu nome é "Start the Future" (comece o futuro). Apesar da produção limitada, o preço não disparou: 35 euros. Uma pechincha se comparada à da BrewDog em bichos empalhados, vendida a 750 euros.
Foto: Koelschip
Armageddon, da Brewmeister – 65%
Outra fabricante escocesa, a Brewmeister, tentou o título de cerveja mais forte do mundo ao lançar a Armaggedon em 2012. Mas testes de laboratório comprovaram a adição de álcool ao produto. Desde então, ele não é mais produzida.
Foto: Brewmeister
Snake Venom, da Brewmeister – 67,5%
Em 2013, a Brewmeister lançou a "Snake Venom" (veneno de serpente), que literalmente queima no estômago. O rótulo recomenda não exceder o consumo de 35 mililitros por vez. Com 67,5% de graduação alcoólica, realmente não é para puristas. O site RateBeer nem chega a classificar esta cerveja, pois também aqui teria sido adicionado álcool. A potência alcoólica de uma cerveja comum varia entre 4% e 7%.