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"Contador de Auschwitz" se diz arrependido e pede perdão

21 de abril de 2015

Na abertura do provável último julgamento na Alemanha por crimes do nazismo, Oskar Gröning, de 93 anos, diz que assassinatos não tinham relação com sua "área de trabalho", mas admite ter "culpa moral".

Foto: AFP/Getty Images/R. Hartmann

"Contador de Auschwitz" pede perdão

01:44

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No início do que provavelmente é o último grande processo na Alemanha por crimes do nazismo, Oskar Gröning, de 93 anos, acusado de participação na morte de 300 mil prisioneiros no campo de concentração de Auschwitz, disse nesta terça-feira (21/04) estar arrependido diante do tribunal, na cidade Lüneburg, no norte da Alemanha.

"Não posso dizer nada a respeito dos incidentes [assassinatos], porque eu não estava lá. Não dizia respeito à minha área de trabalho", afirmou Gröning.

No final de uma detalhada descrição de sua vida e de seu trabalho em Auschwitz, entretanto, ele admitiu certa cumplicidade moral.

"Confesso aqui culpa moral, com arrependimento e humildade, diante das vítimas", disse. "Eu peço perdão. Mas, sobre a culpa legal, os senhores é que devem decidir", acrescentou, se referindo ao tribunal.

Durante dois anos, de setembro de 1942 a outubro de 1944, ele serviu no campo de extermínio à Waffen-SS, tropa de elite das Forças Armadas nazistas. Sua função era administrar dinheiro, joias e outros objetos de valor dos deportados – o que lhe valeu o apelido de "Contador de Auschwitz", dado pela mídia alemã.

Gröning também cuidava da bagagem dos prisioneiros, quando eles chegavam ao campo de concentração. "Nosso objetivo era evitar roubos", afirmou Gröning. "Não tínhamos nada a ver com a vigilância de prisioneiros", garantiu.

A promotoria o acusa de ocultar indícios de assassinato em massa, ao ajudar a dar sumiço à bagagem dos prisioneiros. Também o acusa de, como contador, separar o dinheiro e objetos de valor das vítimas, encaminhando-os, mais tarde, para Berlim, mesmo sabendo que Auschwitz servia para o assassinato em massa de pessoas durante o Holocausto.

"Através de sua atividade, o réu apoiava o sistema de matança em curso", frisou o promotor Jens Lehmann.

MD/afp/epd/rtr

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