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"Contador de Auschwitz" terá que ir para a prisão

29 de dezembro de 2017

Tribunal alemão determina que ex-membro de tropa nazista cumpra em regime fechado os quatro anos a que foi condenado, por colaborar em campo de extermínio. Defesa argumenta que ele não pode ser preso, por idade avançada.

Oskar Gröning
Oskar Gröning foi condenado em 2015 a quatro anos de prisão pela cumplicidade na morte de 300 mil judeusFoto: picture-alliance/dpa/R. Hartmann

Oskar Gröning, ex-membro da Waffen-SS, tropa de elite das Forças Armadas nazistas, deverá ir para a prisão e cumprir sua condenação de quatro anos por cumplicidade no assassinato em massa em um campo de extermínio nazista, determinou nesta sexta-feira (29/12) a Justiça alemã.

O Tribunal Constitucional alemão, sediado em Karlsruhe, rejeitou o recurso dos advogados de Gröning, que argumentaram que seu cliente não está em condições de ir para a prisão devido à sua idade avançada e seu estado de saúde.

O tribunal ressaltou que os problemas de saúde do condenado podem ser tratados com os tratamentos médicos devidos. Sublinha, entretanto, que "caso sejam registradas mudanças negativas consideráveis no estado de saúde dele, durante sua estada na prisão, sempre há a opção de interromper parcialmente a pena de encarceramento pela de liberdade condicional".

Conhecido como o "contador de Auschwitz", Gröning, hoje com 96 anos,O processo contra o ex-membro da SS foi destaque entre os julgamentos tardios de criminosos de regime nazista, iniciados após o precedente aberto pelo caso do ucraniano John Demjanjuk, condenado em 2011 a cinco anos de prisão por cumplicidade nas mortes do campo de extermínio de Sobibor, na Polônia ocupada.

Durante o julgamento, o acusado reconheceu seu envolvimento e admitiu "cumplicidade moral" com o Holocausto. Ele rejeitou, porém, uma admissão de responsabilidade penal. Ele demonstrou arrependimento e pediu desculpas aos sobreviventes e parentes das vítimas do campo de concentração.

A sentença de quatro anos de prisão excedeu o pedido da acusação, que havia solicitado três anos e meio, enquanto a defesa pedia a absolvição do acusado.

Durante dois anos, de setembro de 1942 a outubro de 1944, Gröning serviu no campo de extermínio à Waffen-SS. Ele confessou ter reunido dinheiro de pessoas presas pelo regime e enviado para Berlim. Sua função era administrar dinheiro, jóias e outros objetos de valor dos deportados – o que lhe valeu o apelido de "contador de Auschwitz", dado pela mídia alemã.

Gröning também cuidava da bagagem dos prisioneiros, quando eles chegavam ao campo de concentração. "Nosso objetivo era evitar roubos", afirmou Gröning. "Não tínhamos nada a ver com a vigilância de prisioneiros", garantiu.

A promotoria o acusou de ocultar indícios de assassinato em massa ao ajudar a dar sumiço à bagagem dos prisioneiros. Também o acusou de, como contador, separar o dinheiro e objetos de valor das vítimas, encaminhando-os, mais tarde, para Berlim, mesmo sabendo que Auschwitz servia para o assassinato em massa durante o Holocausto.

MD/efe/ap/dpa/epd 

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