Contra 4ª onda de covid, Alemanha lança semana da vacinação
13 de setembro de 2021
Mais de 30% da população alemã ainda não foi imunizada, e governo quer aumentar taxa de totalmente vacinados antes da chegada do inverno. Campanha nacional inclui vacinação em centros comerciais e no transporte público.
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A luta contra a pandemia de coronavírus na Alemanha ganhou um novo reforço a partir desta segunda-feira (13/09), com o lançamento de uma nova campanha de vacinação que pretende aumentar o número de pessoas totalmente imunizadas antes da chegada do inverno europeu.
Cada cidadão poderá receber a vacina gratuitamente e sem agendamento de horário em centros de vacinação móveis em diversos locais, como bibliotecas, instalações esportivas, locais de culto, no transporte público e em centros comerciais. O objetivo é tentar evitar uma quarta onda da pandemia no país.
A atual campanha de vacinação será realizada até 19 de setembro. Mas Helge Braun, chefe da Casa Civil no governo da chanceler federal Angela Merkel, afirmou neste domingo, em entrevista à emissora alemã ZDF, que os centros de vacinação móveis devem continuar funcionando nas próximas semanas.
"Se não fizermos nada, a quarta onda da pandemia será quase certa", afirmou Braun. Isso resultaria, por exemplo, no cancelamento de cirurgias marcadas para vacinados, porque pessoas não imunizadas estão ocupando leitos de hospitais.
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Sensibilização dos que não querem se vacinar
O virologista Martin Stürmer afirmou ao programa Morgenmagazin, da emissora alemã ARD, que, além de campanhas de vacinação, há a necessidade de sensibilizar as pessoas que não querem se imunizar. Ele apontou que mais de 30% da população alemã ainda não foi vacinada e que, se muitos não forem convencidos a se imunizar, o sistema de saúde poderá ficar sobrecarregado.
Ele pediu que a taxa de incidência de novas infecções dos últimos sete dias "fosse incluída novamente na determinação do parâmetro para decidir se restrições devem ser aplicadas". No outono, segundo ele, os números podem voltar a subir significativamente, mas a evolução das infecções depende, em grande parte, de "como será o progresso da vacinação".
A Associação de Municípios apelou por uma maior divulgação da campanha de vacinação nas redes sociais. Para a organização, é sempre útil quando celebridades das artes, cultura e esportes reconhecem claramente a vacinação e convocam a população a se imunizar.
"Assim como temos embaixadores, também deveríamos ter embaixadores da imunização", afirmou o diretor Gerd Landsberg ao jornal alemão Rheinische Post. "A campanha que agora se inicia deve ser feita de forma contínua, ou seja, nos próximos meses. Caso contrário, perderemos a luta contra a quarta onda."
No domingo, Merkel pediu aos cidadãos que não percam a oportunidade de receberem os imunizantes. "Nunca foi tão fácil e rápido ser vacinado", frisou.
Cerca de 62% das pessoas na Alemanha foram totalmente vacinadas contra o coronavírus, e 66,5% receberam ao menos uma dose. Ultimamente, a taxa de imunização vem aumentando de forma lenta e, segundo especialistas, pelo menos 75% das pessoas deveriam ser imunizadas para achatar a curva de infecções – e uma adesão ainda maior à imunização seria necessária para evitar uma quarta onda da pandemia na Alemanha.
fc/lf (Reuters, dpa, outras)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
Foto: Andre M. Chang/Zuma/picture alliance
A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
Foto: DesignIt/Zoonar/picture alliance
Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine