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Contra a Bélgica, Argentina tenta voltar às semifinais após 24 anos

Rafael Plaisant / Philip Verminnen5 de julho de 2014

Última vez que argentinos foram além das quartas de final em um Mundial foi em 1990, ainda na era Maradona, carrasco dos belgas em 1986. Suspensão de Rojo e volta de Agüero devem mudar time de Alejandro Sabella.

Foto: Reuters

Com a expectativa de mais uma invasão de seus torcedores, desta vez a Brasília, a Argentina tenta superar neste sábado (07/07) a sina de não conseguir passar das quartas de final, que persiste há 24 anos. Para isso, terá que passar pela talentosa Bélgica, que, de candidata a surpreender, virou realidade. Hoje poucos se arriscam a tirá-la da lista de possíveis finalistas.

A última vez que a Argentina passou pelas quartas de final foi na Copa da Itália, em 1990, quando foi vice-campeã ainda na era Maradona. E na Fonte Nova, caberá ao herdeiro da sagrada camisa 10, Lionel Messi, conduzir uma seleção que, apesar dos 100% de aproveitamento, até aqui não convenceu.

"Mais que pesar, o estigma é um desafio. Uma oportunidade. Temos esta chance novamente e daremos tudo para poder passar de fase", disse o volante Javier Mascherano, presente, junto a Messi, nas derrotas para a Alemanha em 2006 e 2010.

Para o desafio deste sábado, a Argentina deve ter apenas uma alteração em relação à equipe que venceu a Suíça na prorrogação. O lateral-esquerdo Marcos Rojo, suspenso com dois cartões amarelos, será substituído possivelmente por José Basanta. Outro que pode ganhar vaga é Sergio Agüero, recuperado de lesão e que ficará pelo menos no banco.

A Bélgica, por outro lado, tenta vingar uma dolorosa derrota de 28 anos atrás. Em 25 de junho de 1986, as duas seleções se enfrentaram no México, por uma vaga na decisão do torneio. Depois de um primeiro tempo sem gols, Maradona decidiu o jogo com os dois da vitória por 2 a 0.

"Em 1986, eles tinham Maradona. Agora, têm Messi. Não vamos ficar de olho apenas nele, mas no time como um todo. A Suíça jogou muito bem contra eles. Não sei como eles vão se adaptar ao nosso jogo", disse um confiante técnico Marc Wilmots.

Última semifinal argentina numa Copa foi em 1990, quando foi derrotada pela Alemanha na finalFoto: picture alliance/Offside

Nas oitavas de final, assim como os argentinos, os belgas precisaram da prorrogação para avançar, contra os Estados Unidos. O desgaste sofrido no jogo pode levar a mudanças no time titular. O volante Steven Defour pode substituir Dries Mertens. No ataque, Divock Origi pode sair para a entrada de Romelu Lukaku, que jogou bem contra os EUA.

"Estamos estabelecendo uma cultura de ganhar. Estou orgulhoso de sermos um dos times mais jovens a sobreviver nesta Copa do Mundo", afirmou Wilmots.

Prováveis escalações

Argentina: Sergio Romero; Pablo Zabaleta, Federico Fernández, Ezequiel Garay e José María Basanta; Javier Mascherano, Fernando Gago, Ezequiel Lavezzi e Ángel Di María; Lionel Messi e Gonzalo Higuaín. Técnico: Alejandro Sabella.

Bélgica: Thibaut Courtois; Toby Alderweireld, Daniel Van Buyten, Vincent Kompany e Jan Vertonghen; Axel Witsel, Marouane Fellaini; Dries Mertens (Steven Defour), Kevin De Bruyne e Eden Hazard; Divock Origi (Romelu Lukaku). Técnico: Marc Wilmots.

Local

Estádio Nacional, Brasília

Arbitragem

Nicola Rizzoli (Itália), auxiliado por seus compatriotas Renato Faverani e Andrea Stefani.

Destaques

Argentina

Lionel Messi: Novamente Messi mostrou que é o dono do time e que está com vontade de ganhar o Mundial. Contra a Suíça, ele não marcou, mas deu o passe decisivo para o gol da vitória de Ángel Di María. Até agora, a Argentina marcou sete gols no Mundial – Messi balançou as redes quatro vezes. Falar sobre a sua importância para a seleção argentina é redundante. Com a camisa da Albiceleste, Messi já marcou 42 gols e é o segundo maior artilheiro do país (Gabriel Batistuta tem 56).

Bélgica

Kevin De Bruyne: O jovem meia belga se tornou o quarto jogador a marcar e dar uma assistência em uma prorrogação de um Mundial. Graças a sua atuação nas oitavas de final, a Bélgica eliminou os Estados Unidos e voltou a estar entre os oito melhores times do mundo após 28 anos.

Kevin De Bruyne, com a camisa 7, foi o principal responsável pela vitória belga contra os EUAFoto: Reuters

Retrospecto

Argentina e Bélgica se enfrentaram apenas três vezes, duas delas em Mundiais. Em 1986, também pelas quartas de final, a Argentina venceu por 2 a 0. Quatro anos antes, na Espanha, deu Bélgica por 1 a 0. E um amistoso em 1984, em Bruxelas, a Argentina venceu por 2 a 0.

Último confronto

Foi justamente a partida válida pelas quartas de final do Mundial de 1986. Autor dos dois gols foi o outro gênio da camisa dez argentina: Diego Maradona.