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Cooperação acadêmica

Alexandre Schossler5 de dezembro de 2006

Números do DAAD mostram que o intercâmbio de estudantes e pesquisadores entre os dois países duplicou em uma década. Capes prevê que Alemanha se torne principal parceiro brasileiro na Europa.

Universidades alemãs, como a de Kassel, estão entre as que mais atraem brasileirosFoto: picture-alliance/dpa

A cooperação acadêmica entre o Brasil e a Alemanha dobrou em uma década, segundo dados do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD). Entre 1993 e 2003, o número anual de brasileiros participando de algum programa de intercâmbio universitário com a Alemanha passou de 426 para 900, uma alta de 111%.

Já o número anual de alemães que estavam fazendo parte de seus estudos ou pesquisas no Brasil passou de 304 para 820 no mesmo período, um incremento de 170%. Os números incluem tanto bolsistas da graduação como da pós-graduação.

O crescimento na parceria entre os dois países também pode ser verificado num outro número: a concessão anual de bolsas de doutorado, que também duplicou em dez anos. Em 1996, 44 doutorandos brasileiros foram contemplados com uma bolsa na Alemanha. Em 2006, 89 brasileiros obtiveram fomento para seus estudos no país europeu.

Evolução no número de pessoas participando de programas de intercâmbio. Fonte: DAAD Rio



Esse crescimento de 102% na concessão de bolsas é levemente superior ao aumento da procura. Em 1996, 102 pessoas se inscreveram para uma bolsa de doutorado na Alemanha. Em 2006, foram 197 candidatos, alta de 93% em dez anos.

Com isso, a proporção entre o número de inscritos e o número de contemplados se manteve estável. Em 1996, era de 43%. Dez anos depois, passou para 45% – de cada 20 candidatos, nove conseguem uma bolsa.

Alemanha ganha importância

Um outro dado do DAAD é revelador da importância que as universidades alemãs vêm ganhando na política de intercâmbio universitário do governo brasileiro. Das 44 bolsas de doutorado concedidas em 1996, 32 foram bancadas pela instituição alemã e apenas 12 pelas agências brasileiras.

Evolução no número anual de candidatos e de bolsas concedidas. Fonte: DAAD Rio



Em 2006, os números eram muito diferentes: das 89 bolsas concedidas, 28 eram do DAAD, 30 do CNPq e 31 da Capes. A Alemanha já é o terceiro principal destino de brasileiros que vão estudar no exterior, atrás apenas dos Estados Unidos e da França e, segundo expectativa da própria Capes, deve passar para o segundo lugar nos próximos anos, se tornando o principal parceiro acadêmico do Brasil na Europa.

Em encontro bilateral realizado em setembro passado em Bonn, o diretor de avaliação da Capes, Renato Janine Ribeiro, elogiou a qualidade das universidades alemãs e disse que Alemanha cresce em importância para o Brasil devido à similaridade entre as filosofias educacionais adotadas nos dois países. "É mais fácil para nós colaborar com um país onde o conhecimento não é visto como mercadoria."

Cooperação

A diretora do escritório brasileiro do DAAD, Gabriele Althoff, credita os resultados à boa cooperação entre o DAAD e as agências brasileiras de fomento à pesquisa, a Capes e o CNPq.

Althoff: qualidade na seleção de bolsistasFoto: DW/Erica Matsuura

"A cooperação entre Brasil e Alemanha não permite apenas que o bolsista brasileiro estude no exterior, mas também que se estabeleça uma cooperação entre a universidade brasileira e a universidade alemã", avaliou.

Ela também incluiu o sistema de seleção dos bolsistas entre os motivos para os bons resultados apresentados pela parceira entre Brasil e Alemanha.

"Organizamos entrevistas com todos os candidatos. Todos têm a chance de se apresentar diante de uma comissão interdisciplinar. A seleção não é feita apenas com base em papéis", afirmou.

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