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Coquetel da AstraZeneca reduz em 50% casos graves e mortes

11 de outubro de 2021

Farmacêutica anuncia resultado de estágio final de estudo com pacientes não hospitalizados em 13 países, entre eles o Brasil, que receberam injeção com anticorpos. Terapia mira pessoas com baixa resposta a vacinas.

Foto do letreiro da AstraZeneca em um prédio
Estudo acompanhou 900 pessoas de 13 países, 90% delas de grupos de alto riscoFoto: picture-alliance/dpa/A. Grant

A farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca divulgou nesta segunda-feira (11/10) que seu medicamento experimental contra covid-19 reduziu em 50% o risco de casos graves ou morte em pacientes não hospitalizados, de acordo com dados de um estudo em estágio final. 

A droga, um coquetel de dois anticorpos batizado de AZD7442, é aplicada em forma de injeção e foi utilizada em pacientes que haviam apresentado sintomas leves e moderados por sete dias ou menos. O estudo ainda não foi publicado em uma revista cientifica.

O ensaio foi realizado em 13 países, entre eles o Brasil, e envolveu mais de 900 participantes adultos. Metade deles recebeu o AZD7442, e a metade, um placebo. Cerca de 90% dos voluntários eram de grupos de alto risco de progressão para covid-19 grave, incluindo pessoas com câncer, diabetes, obesidade, doença pulmonar crônica, asma, doença cardiovascular ou imunossupressão.

Pessoas com resposta imunológica baixa

A terapia da AstraZeneca é desenvolvida para proteger pessoas que, por algum motivo, não apresentam uma resposta imunológica forte o suficiente às vacinas.

"Esses resultados positivos mostram que uma dose intramuscular conveniente de AZD7442 poderia desempenhar um papel importante no combate a essa pandemia devastadora", disse Hugh Montgomery, professor de Medicina Intensiva do University College, em Londres, e principal pesquisador do estudo.

O AZD7442 contém anticorpos feitos em laboratório projetados para permanecer no corpo por meses para conter o vírus em caso de infecção. Já as vacinas dependem de um sistema imunológico eficiente para desenvolver anticorpos direcionados e células que combatem infecções.

"Uma intervenção precoce com nosso anticorpo pode resultar numa redução significativa na progressão para doença grave, com proteção contínua por mais de seis meses", disse Mene Pangalos, vice-presidente executiva da AstraZeneca.

Outro estudo separado está avaliando o uso do coquetel em pacientes hospitalizados. 

Outras terapias

Terapias semelhantes – feitas com anticorpos monoclonais, assim como o coquetel da AstraZeneca – estão sendo desenvolvidas pela Regeneron, Eli Lilly e GlaxoSmithKline em parceia com a Vir. Elas já são aprovadas para uso emergencial nos Estados Unidos em pacientes com covid-19 leve e moderada.

A AstraZeneca,cuja vacina contra covid-19 tem sido amplamente utilizada em todo o mundo, também disse que está em contato com órgãos reguladores de vários países para conseguir autorização emergencial de uso. 

No começo deste mês, a farmacêutica Merck anunciou que seu medicamento experimental oral contra a covid-19, o molnupiravir, reduziu pela metade o risco de hospitalização ou morte em pacientes com diagnóstico recente de coronavírus e em risco de desenvolver formas graves da doença, segundo resultados preliminares dos estudos clínicos. Nesta segunda-feira, a Merck pediu à agência reguladora dos EUA, a FDA, que autorize o uso emergencial do medicamento.

le/lf (Reuters, ots)

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