Estudo da Agência Federal Antidiscriminação da Alemanha mostra que as mulheres pagam mais por produtos e serviços praticamente idênticos aos oferecidos aos homens. E isso embora ganhem, em média, 21% menos.
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De lâminas de barbear e cortes de cabelo a brinquedos infantis, as mulheres pagam regularmente mais na Alemanha por produtos e, sobretudo, por serviços praticamente iguais, mas comercializados de forma diversa, segundo uma pesquisa divulgada pela agência federal antidiscriminação ADS.
No maior estudo sobre o assim chamado gender-pricing (atribuição de preço conforme o gênero, em tradução livre) já realizado no país, o órgão identificou os cabeleireiros e as lavanderias a seco como os piores vilões da desigualdade. Dos 381 serviços pesquisados, 59% tinham preços diferentes para homens e mulheres, embora fossem praticamente idênticos. Já entre os produtos, a diferença foi bem menor: dos 1.682 itens pesquisados, apenas 3,7% apresentaram diferença de preço para homens e mulheres.
Segundo Christine Lüders, diretora da agência antidiscriminação, "se uma pessoa tem que pagar mais só devido a seu sexo, então isso transgride o preceito contra a discriminação". Na Alemanha, as mulheres recebem, em média, salários 21% inferiores aos dos homens, e são assim duplamente prejudicadas.
Cor-de-rosa é o novo ouro
O citado preceito antidiscriminação não chegou ainda à realidade do mercado alemão. Entre os exemplos do assim chamado "imposto rosado", estava um pacote cor-de-rosa com quatro lâminas descartáveis, vendido no mercado popular Aldi por 4,49 euros, enquanto a versão azul "para homens" custava 3,89 euros.
No website da loja de brinquedos Toys 'R' Us, um balão saltador da Disney estampado com as princesas do filme de animação Frozen custava 8,99 euros, contra 7,98 euros para a versão com as personagens de Carros, tendo meninos como público-alvo.
Lavagem a seco e corte de cabelo inflacionados
O estudo mostrou que, em serviços envolvendo mais ou menos o mesmo tempo e trabalho, 89% dos cabeleireiros inflacionam seus preços para a clientela feminina (em média 12,50 euros a mais para um corte de cabelos curtos), assim como 32% das lavanderias (1,80 euro a mais para uma blusa feminina do que para uma camisa de homem).
Lüders recomendou aos cabeleireiros "estabelecer o preço baseado em cada tipo de serviço prestado e não simplesmente cobrar mais caro de acordo com o sexo". A diretora da agência antidiscriminação citou como exemplo positivo a Áustria, onde os cabeleireiros já adotaram tabelas de preços com neutralidade de gênero. A ADS disse esperar ter conscientizado os consumidores sobre as discrepâncias existentes, pedindo que monitorem mais de perto a discriminação de gêneros através da marcação de preços.
AV/afp,dpa,dw
O lento avanço dos direitos das mulheres na Arábia Saudita
Em 2018, país passou a permitir que mulheres obtenham carteira de motorista e dirijam sem serem acompanhadas por um tutor do sexo masculino. Conheça outras conquistas femininas na nação islâmica nas últimas décadas.
Foto: Getty Images/F.Nureldine
Escola em 1955; universidade só em 1970
As meninas nem sempre puderam frequentar escolas na Arábia Saudita. Só a partir de 1955 foi permitida a matrícula de garotas na primeira escola para meninas, Dar Al Hanan. Já a Riyadh College of Education, primeira instituição de ensino superior para mulheres, foi aberta em 1970.
Foto: Getty Images/AFP/F. Nureldine
2001: Carteira de identidade
Em 2001 foi permitido às mulheres sauditas terem carteira de identidade, para poderem provar quem são, por exemplo, em questões de herança ou de propriedade. Mas a identificação só podia ser feita com a permissão do guardião dela e era entregue a ele, em vez de diretamente à mulher. Só em 2006 as sauditas passaram a receber carteiras de identidade sem precisar da permissão do responsável por elas.
Foto: Getty Images/J. Pix
2005: Fim do casamento forçado – só no papel
Embora a Arábia Saudita tenha acabado com os casamentos forçados em 2005, eles continuam sendo negociados pelo noivo com o pai da noiva, e não com ela.
Foto: Getty Images/A.Hilabi
2009: Mulher em ministério
Em 2009, o rei Abdullah nomeou Noura al Fayez vice-ministra da Educação. A primeira mulher em um ministério saudita é encarregada de assuntos para mulheres.
Foto: Foreign and Commonwealth Office
2012: primeiras atletas olímpicas
A Arábia Saudita permitiu em 2012 que atletas do sexo feminino competissem pela equipe nacional nos Jogos Olímpicos. Uma delas foi Sarah Attar, que correu a prova de 800 metros em Londres usando uma touca. Antes dos Jogos, houve especulações de que a equipe saudita poderia ser banida por discriminação de gênero se não permitisse que as mulheres participassem.
Foto: picture alliance/dpa/J.-G.Mabanglo
2013: Mulher pode andar de sobre duas rodas
Em 2013 foi permitido às mulheres na Arábia Saudita andar de bicicleta e moto – mas apenas em áreas de lazer e desde que completamente cobertas por roupas islâmicas e acompanhadas por um parente do sexo masculino.
Foto: Getty Images/AFP
2013: Mulheres no Conselho Consultivo
Em fevereiro de 2013, o rei Abdullah indicou 30 mulheres para o Conselho Consultivo, ou Shura. A nomeação de mulheres para o conselho, que costuma ser composto apenas por homens, marcou um momento histórico. O órgão aconselha o rei em questões de política e legislação. Pouco tempo depois, mulheres receberam a permissão de se candidatar ao cargo.
Foto: REUTERS/Saudi TV/Handout
2015: Mulheres em eleições municipais
Nas eleições municipais de 2015 na Arábia Saudita, as mulheres puderam se candidatar e votar pela primeira vez. Apenas para comparar: a Nova Zelândia foi o primeiro país a permitir o voto feminino já em 1893. A Alemanha fez isso em 1919. Na votação saudita de 2015, 20 mulheres foram eleitas para cargos em nível municipal.
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Batrawy
2017: Mulher na Bolsa de Valores
Em fevereiro de 2017, a Bolsa de Valores saudita nomeou a primeira presidente mulher em sua história: Sarah Al Suhaimi.
Foto: pictur- alliance/abaca/Balkis Press
2018: Mulheres na direção (de carros)
Em 26 de setembro de 2017, a Arábia Saudita anunciou que a partir de junho de 2018 as mulheres não precisariam mais da permissão de seu tutor do sexo masculino para obter uma carteira de motorista e não seria mais necessário que seu guardião as acompanhasse no veículo.