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Coreia do Norte aceita se reunir com o Sul

5 de janeiro de 2018

Primeiro encontro em dois anos debaterá participação de norte-coreanos em Jogos de Inverno e melhora das relações entre os países. Anúncio vem um dia após Seul e Washington concordarem em adiar manobras militares.

Líder norte-coreano Kim Jong-un durante seu discurso de Ano Novo
Líder norte-coreano Kim Jong-un sinalizou vontade de dialogar com Seul em discurso de Ano Novo Foto: Reuters/KCNA

A Coreia do Norte aceitou nesta sexta-feira (05/01) se reunir com representantes da Coreia do Sul na próxima terça, dia 9, para tratar da possível participação de atletas norte-coreanos nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, e também para debater a melhora das relações bilaterais.

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O encontro, que será o primeiro desde dezembro de 2015, ocorrerá em Panmunjom, lugarejo localizado na zona desmilitarizada na fronteira entre os dois países.

O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse que "expectativas excessivamente otimistas são indesejáveis". "Faremos o nosso melhor para que os Jogos de Pyeongchang sejam os Jogos da paz e para resolver o problema nuclear de forma pacífica".

Tensões crescentes

As tensões cresceram depois que a Coreia do Norte realizou vários lançamentos de mísseis em 2017, incluindo uma série de mísseis balísticos intercontinentais e seu sexto teste atômico, o mais poderoso até o momento.

A tentativa de reaproximação ocorre depois que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, advertiu, em seu discurso de Ano Novo, que possui umbotão nuclear em sua mesa, ao mesmo tempo em que sinalizou vontade de dialogar com Seul, dizendo que Pyongyang poderia enviar uma equipe aos Jogos Olímpicos de Inverno da Coreia do Sul.

Seul respondeu com uma oferta de negociações e marcando uma data. No início desta semana, a linha direta entre os governos foi restaurada, depois de ter estado interrompida por quase dois anos.

O anúncio do encontro bilateral ocorre um dia depois de Coreia do Sul e Estados Unidos informarem que adiarão o início das manobras militares anuais para que não coincidam com os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Pyeongchang, marcados para ocorrer entre 9 de fevereiro e 18 de março.

Seul pedira que Washington considerasse o adiamento dos exercícios para evitar que o regime norte-coreano, que costuma considerar essas manobras um ensaio para invadir seu território, responda realizando um novo teste de armamentos.

Pedido

"Acredito que ajudaria muito para assegurar o sucesso dos Jogos de Inverno de Pyeongchang que o senhor mostrasse a intenção de suspender os exercícios durante o evento", disse o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, a seu homólogo americano, Donald Trump, segundo nota divulgada por Seul.

Trump concordou, então, em adiar as manobras e disse a Moon que pode comunicar a Pyongyang que não haverá "guerra" durante a reunião esportiva.

"Manteremos um estrito contato com os EUA durante o processo de diálogo entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte e temos certeza que esse diálogo ajudará a criar uma atmosfera para o diálogo entre EUA e Coreia do Norte para que o tema nuclear possa ser resolvido", acrescentou Moon.

Trump assegurou que Washington facilitaria toda a ajuda necessária para que Seul e Pyongyang dialoguem e disse que os Estados Unidos apoiam totalmente o presidente sul-coreano.

MD/afp/efe

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