Coreia do Norte alinha fuso horário com Coreia do Sul
5 de maio de 2018
Pyongyang antecipa relógios em 30 minutos, para sincronizar seu fuso com o do país vizinho. Donald Trump diz que encontro com Kim Jong-un já tem data e local acertados.
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A Coreia do Norte antecipou neste sábado (05/05) seu fuso horário em 30 minutos para coincidir com o da Coreia Sul. A informação foi divulgada pelos veículos de imprensa estatais de Pyongyang, depois que o líder norte-coreano Kim Jong-un decidiu implementar a medida na cúpula intercoreana na semana passada.
A antecipação do horário "é a primeira medida prática tomada após a histórica terceira cúpula entre as Coreias, destinada a acelerar o processo de unificação e deixar para trás suas diferenças e pontos de separação", afirmou mídia oficial norte-coreana.
Durante a cúpula do último dia 27 de abril, o líder norte-coreano prometeu ao presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, sincronizar o horário das duas Coreias.
Em agosto de 2015, Pyongyang decidira atrasar a hora em 30 minutos, para retornar a seu fuso tradicional de mais de um século e abandonar o fuso "imposto pelos perversos imperialistas japoneses", por ocasião do 70º aniversário da independência do domínio colonial japonês.
O presidente dos EUA, Donald Trump, receberá o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, no próximo dia 22, na Casa Branca, a poucos dias da reunião marcada entre o governante americano e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, informou nesta sexta-feira a Casa Branca, através de nota.
Trump afirmou a repórteres, também nesta sexta-feira, que já existe uma data e um lugar para o encontro com o líder norte-coreano, mas não deu detalhes. Nos últimos dias, ele insinuou que o local poderia ser na fronteira entre as duas Coreias.
O encontro entre Kim e Trump será o primeiro entre governantes de Estados Unidos e Coreia do Norte em quase 70 anos de confronto e de 25 anos de negociações fracassadas.
O presidente americano também negou que esteja considerando a retirada das tropas americanas estacionadas da Coreia do Sul. Cerca de 28.500 soldados americanos estão baseados no país aliado, uma presença militar que tem sido preservada desde 1953, quando a guerra entre as duas Coreias terminou, sem um tratado de paz.
MD/efe/ap
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Coreia do Norte nas lentes de um instagrammer
Apesar do destaque no noticiário internacional, nação asiática continua sendo uma das mais isoladas do mundo. Em várias visitas ao país, o instagrammer Pierre Depont tentou capturar a vida cotidiana dos norte-coreanos.
Foto: DW/P.Depont
Traços de normalidade
Apesar da imagem de reclusa, a Coreia do Norte convida estrangeiros a descobrirem suas atrações. Mas viajar como turista não significa passear livremente pelo país, pois guias especiais devem acompanhar cada passo do visitante. As restrições não desencorajaram o instagrammer britânico Pierre Depont, que visitou o país sete vezes, capturando traços de normalidade no cotidiano dos norte-coreanos.
Foto: DW/P. Depont
Capitalismo rastejante
Depont visitou a Coreia do Norte pela primeira vez em 2013 e, desde então, ele estuda as transformações no país autoritário. Nos últimos dois ou três anos, ele observou que “em Pyongyang, tornou-se aceitável exibir a própria riqueza”. Com uma classe média cada vez maior e um boom das construções, a capital norte-coreana parece estar desafiando sanções econômicas internacionais.
Foto: Pierre Depont
Estilo em Pyongyang
Estabelecer contato com pessoas comuns não é fácil na Coreia do Norte, segundo Depont. "Tive algumas conversas aleatórias com estranhos, sempre ouvidas por um dos guias.” De acordo com as experiências do instagrammer, a maioria dos norte-coreanos não gosta de ser fotografado. “As mulheres norte-coreanas estão definitivamente ficando mais estilosas. Mas só é possível notar isso nas cidades.”
Foto: DW/P. Depont
Urbano X rural
Esta estação de metrô em Pyongyang deslumbra passageiros com o que parecem ser paredes de mármore e candelabros. Para Depont, a Coreia do Norte é um lugar ideal para a fotografia. “Você não encontra nenhuma publicidade, nenhuma distração”, diz. Mas enquanto a capital, onde vive a elite, parece estar prosperando, outras partes do país permanecem assoladas pela pobreza.
Foto: Pierre Depont
Dificuldades ocultas
A Coreia do Norte continua sendo uma sociedade altamente militarizada e predominantemente agrícola. Turistas, no entanto, não conseguem ver muito das condições de vida da população rural. “Cada pedacinho de terra é cultivado, cada metro quadrado é usado”, conta Depont.
Foto: Pierre Depont
Abundância encenada?
Turistas interessados na vida fora das cidades norte-coreanas são levados em visitas guiadas a cooperativas agrícolas. Quando Depont visitou uma fazenda do tipo, próxima a Hamhung, segunda maior cidade do país, ela exibia uma pequena venda, com uma variedade de mercadorias ordenadamente expostas. Depont disse ter tido a impressão de que se tratava de um comércio de fachada, só para ser mostrado.
Foto: DW/P.Depont
Escolas de elite
Uma parada numa escola modelo é um ponto importante de muitos tours na Coreia do Norte. A colônia de férias internacional Songdowon foi reaberta em 2014 e recebeu a visita do atual líder do país, Kim Jong-un. “Há algo de irreal no lugar”, conta Depont. “As crianças brincam na sala de jogos, usando fliperamas e cerca de 20 computadores modernos.”
Foto: DW/P.Depont
Militarismo onipresente
O setor militar é fundamental para a identidade do país e para o sustento de sua sociedade. Cerca de um quarto da população trabalha como funcionário militar. Pyongyang tem um dos maiores orçamentos militares do mundo em relação à sua economia. Desde pequenos, os norte-coreanos crescem em meio a um imaginário militar. Depont se deparou com esse tanque em miniatura num playground perto de Hamhung.
Foto: Pierre Depont
Adoração ritualizada
Além do militarismo, o alto nível de controle político e o culto à personalidade de Kim Jong-un e seus predecessores são onipresentes. A adoração cotidiana ao líder supremo impressionou Depont. “Você vê a quantidade de dinheiro e esforço dedicados a sustentar a história dos grandes líderes e suas grandes estátuas.”