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Coreia do Norte aprova política de desenvolvimento nuclear

9 de maio de 2016

Pyongyang declara que manterá a doutrina de desenvolvimento conjunto da economia e do programa nuclear. Líder do país, Kim Jung-un, promete recorrer ao arsenal atômico apenas em caso de ameaça de outra potência.

Líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante discurso no 7º Congresso do Partido dos Trabalhadores, em Pyongyang
Kim Jong-un durante discurso no 7º Congresso do Partido dos TrabalhadoresFoto: picture-alliance/AP Photo

A política de desenvolvimento do arsenal nuclear da Coreia do Norte, defendida pelo presidente do país, Kim Jong-un, foi aprovada no 7º Congresso do Partido dos Trabalhadores, o primeiro em 36 anos, anunciou a agência de notícias estatal KCNA nesta segunda-feira (09/05).

O congresso, que começou na última sexta-feira, é visto como uma coroação para Kim, de 33 anos, assegurando a sua condição de líder supremo e confirmando a sua doutrina de desenvolvimento conjunto da economia e do programa nuclear.

No domingo, os milhares de delegados daquele que é, tecnicamente, o órgão superior de decisão da Coreia do Norte, adotaram a estratégia de impulsionar simultaneamente o desenvolvimento econômico e "aumentar a força nuclear autodefensiva, tanto em qualidade como em quantidade", segundo a agência de notícias AFP.

"Vamos consistentemente manter a posição na linha estratégica de promover simultaneamente a construção econômica e a construção de força nuclear e aumentar a força nuclear autodefensiva, tanto em qualidade e quantidade, enquanto os imperialistas persistem com suas ameaças nucleares e práticas arbitrárias", disse Kim, no congresso.

Soberania ameaçada

No sábado, o presidente norte-coreano já havia afirmado que o país apenas recorrerá às suas armas nucleares no caso de a sua soberania ser ameaçada por outra potência nuclear. "Como um país com armas nucleares responsável, a nossa república não vai usar armas nucleares a não ser que a sua soberania seja ameaçada por quaisquer forças hostis com ogivas nucleares", garantiu o líder da Coreia do Norte.

"Mas se as autoridades sul-coreanas optarem por uma guerra, nós vamos para a guerra para limpar impiedosamente as forças antirreunificação", lê-se num documento distribuído pela KCNA.

Segundo a agência, Kim prometeu que Pyongyang "cumprirá fielmente" suas obrigações de não proliferação e impulsionará a desnuclearização em nível global. A Coreia do Norte foi o primeiro país signatário a abandonar o Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT, na sigla em inglês), em 2003.

Durante o discurso de abertura do 7º Congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, na sexta-feira, Kim exaltou os últimos testes nucleares e lançamentos de mísseis realizados pelo regime, afirmando que estes fortaleceram a "dignidade e o poder do país". O líder de 33 anos não era nem nascido quando o último congresso foi realizado, em 1980, para coroar seu pai, Kim Jong-il, como o herdeiro sucessor do líder fundador do país, Kim Il-sung.

PV/lusa/afp/rtr

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