Regime norte-coreano afirma que se trata de míssil balístico de médio e longo alcance capaz de carregar ogiva nuclear. EUA e Coreia do Sul atestam lançamento, mas não tecnologia reivindicada.
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A Coreia do Norte reivindicou nesta segunda-feira (15/05) o lançamento bem-sucedido de um novo tipo de míssil balístico de médio a longo alcance, batizado de Hwasong 12 e capaz de carregar uma "ogiva nuclear de grande tamanho".
Segundo a agência de notícias estatal KCNA, o líder do regime, Kim Jong-un, supervisionou o teste deste domingo (sábado no Brasil). Pyongyang fez o lançamento com o fim de "verificar as especificações táticas e técnicas do recém-desenvolvido míssil balístico capaz de levar uma ogiva nuclear pesada de grande tamanho", afirmou a KCNA.
A agência afirmou que o míssil atingiu uma altitude de 2.111 quilômetros e percorreu 787 quilômetros até cair no Mar do Japão, tendo atingido "com precisão seu alvo em águas abertas" depois de seguir a trajetória planejada.
Porém, o Comando do Pacífico dos EUA afirmou que a arma testada pela Coreia do Norte não corresponde a um míssil intercontinental balístico. Os militares da Coreia do Sul disseram que seriam necessárias mais análises para verificar a veracidade das afirmações vindas do norte.
Eles minimizaram, porém, a reivindicação de que a Coreia do Norte teria feito progressos no desenvolvimento de mísseis que podem retornar à atmosfera. Mas especialistas japoneses e sul-coreanos disseram que o míssil voou mais alto e por mais tempo (cerca de uma hora e meia) do que qualquer outro já testado pela Coreia do Norte.
Kim advertiu os Estados Unidos de que "não deveriam ignorar ou subestimar a realidade de que seu território e suas operações na região do Pacífico estão na mira de fogo" da Coreia do Norte, segundo declarações citadas pela agência estatal.
O líder norte-coreano ordenou aos cientistas e técnicos que continuem desenvolvendo continuamente armas nucleares mais precisas e diversas. A Coreia do Norte advertiu os EUA de que, se "tentar provocá-la", não escapará do pior "desastre da história".
O teste do novo míssil balístico norte-coreano motivou críticas de vários países: os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que foi já marcada para a tarde desta terça-feira.
AS/efe/lusa/ap/rtr
Qual o poder de fogo da Coreia do Norte?
Pyongyang prometeu responder a qualquer provocação militar após EUA sinalizarem disposição de agir contra o regime. Qual a real força desse Exército que desafia potências internacionais?
Foto: Reuters/S. Sagolj
Um dos maiores exércitos do mundo
Com 700 mil homens na ativa e outros 4,5 milhões na reserva, a Corea do Norte pode convocar a qualquer momento um quarto de sua população para a guerra. Todos os homens do país devem passar por algum tipo de treinamento militar e estar sempre disponíveis para pegar em armas. Estima-se que as tropas norte-coreanas tenham superioridade de 2 para 1 em relação à Coreia do Sul.
Foto: Getty Images/AFP/E. Jones
Um arsenal de respeito
Segundo o índice Global Firepower de 2016, o país possui 70 submarinos, 4,2 mil tanques, 458 aviões de combate e 572 aeronaves de outros tipos. Um arsenal bastante considerável. Esta imagem de 2013 mostra o líder Kim Jong-un ordenando que os mísseis do país estivessem prontos para atacar os EUA e a Coreia do Sul a qualquer momento.
Foto: picture-alliance/dpa
Poder balístico
Os mísseis aqui mostrados foram exibidos no desfile do dia 15 de abril de 2017, juntamente a outros que passaram sob o olhar do líder Kim Jong-un. Existe, porém, a suspeita de que muitos eram apenas maquetes para impressionar o mundo. Mesmo assim, a capacidade balística do país asiático não deve ser menosprezada.
Foto: Gettty Images/AFP/E. Jones
Coloridas e maciças demonstrações de força
Todos os anos, milhares de soldados e civis desfilam pelas ruas de Pyongyang em paradas militares. A maior destas, no chamado Dia do Sol, honra a memória de Kim Il-sung, patriarca do clã que governa o país desde sua fundação e avô de Kim Jong-un. Os preparativos para os desfiles espetaculares podem levar vários meses.
Foto: picture-alliance/dpa/KCNA
Testes nucleares
Apesar da pressão internacional, a Coreia do Norte não esconde suas ambições nucleares. Além dos testes com mísseis balísticos, Pyongyang realizou em cinco ocasiões os chamados ensaios nucleares, duas vezes apenas em 2016. O país sustenta que a última ogiva a ser testada pode ser lançada de um foguete, algo que especialistas consideram pouco provável. Ao menos até o momento.
Foto: picture-alliance/dpa/KCNA
Unidades femininas
Do contingente militar norte-coreano, 10% é composto por mulheres. Elas servem em unidades especiais diferenciadas e devem prestar serviços ao exército por até sete anos, segundo uma lei aprovada em 2003. É possível ver algumas delas patrulhando as ruas com sapatos de salto alto.
Foto: picture-alliance/AP Photo/W. Maye-E
Os inimigos de Pyongyang
Além dos EUA, a Coreia do Norte também considera como grandes inimigos a Coreia do Sul e o Japão. Pyongyang vê os exercícios militares americanos na Península da Coreia como uma ameaça à sua população, afirmando se tratar de uma preparação para uma iminente invasão de seu território.
Foto: Reuters/K. Hong-Ji
Preparação permanente
As Forças Armadas norte-coreanas treinam permanentemente em frentes distintas para estar prontas para o combate. O legado da Guerra da Coreia, que dividiu a península em dois países ainda unidos por um passado comum, é sentido até os dias de hoje. Na imagem, desembarque de embarcações anfíbias de unidades navais em local desconhecido na Coreia do Norte.
Foto: Reuters/KCNA
Fim da paciência americana?
Em abril de 2017, os Estados Unidos disseram ter enviado o porta-aviões Carl Vinson (foto) à Península da Coreia, sinalizando possíveis medidas contra Pyongyang. A Coreia do Norte afirmou estar pronta para qualquer tipo de guerra. Fontes de serviços de inteligência afirmam que os norte-coreanos estão a menos de dois anos de conseguir obter poder suficiente para lançar mísseis contra os EUA.