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Coreia do Norte considera ataque a ilha americana

9 de agosto de 2017

Pyongyang diz estar "examinando" plano para atacar o território americano de Guam. Declaração veio após presidente americano Trump prometer responder às ameaças norte-coreanas com "fogo e fúria".

Lança-mísseis atrás de uma bandeira da Coreia do Norte
Coreia do Norte condenou sanções da ONU e disse que continuará desenvolvendo seu programa nuclearFoto: Getty Images/AFP/E. Jones

O regime de Kim Jong-un declarou que está "examinando cuidadosamente" um plano para atacar com mísseis o território americano de Guam, no Oceano Pacífico. Um porta-voz norte-coreano afirmou à agência estatal KCNA, que o plano pode ser implementado "a qualquer momento", assim que o líder Kim Jong-un tomar uma decisão.

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A declaração veio após Trump prometer, nesta terça-feira (08/08), responder com "fogo e fúria" às ameaças norte-coreanas. Em outra declaração, citando um porta-voz militar diferente, a Coreia do Norte afirmou que poderia realizar também uma operação preventiva caso os EUA mostrassem sinais de provocação.

Em reação aos recentes disparos de mísseis intercontinentais, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou no último sábado novas sanções à Coreia do Norte – o sétimo conjunto de medidas restritivas da ONU impostas desde que Pyongyang executou seu primeiro teste nuclear, em 2006.

Na segunda-feira, a Coreia do Norte condenou as novas sanções, advertiu que continuará desenvolvendo seu programa nuclear e ameaçou se vingar "mil vezes" dos Estados Unidos caso mantenham sua política "hostil" contra Pyongyang.

Enquanto consideram extremamente improvável que a liderança norte-coreana arriscaria a própria destruição com um ataque preventivo a Guam, analistas acreditam que Pyongyang tenha vários mísseis em seu arsenal capazes de alcançar a ilha no Pacífico. A Coreia do Norte já ameaçou regularmente o território localizado a cerca de 3.400 km da Península Coreana por causa de suas bases militares.

Míssil testado pela Coreia do Norte poderia atingir o Alasca

01:22

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Há incerteza quanto à capacidade dos mísseis norte-coreanos de causar danos consideráveis em Guam. Os artefatos nunca foram usados em situações de combate e teriam sido pouco testados. Também não está claro se a Coreia do Norte domina a tecnologia necessária para proteger os mísseis de calor extremo e pressão na reentrada da atmosfera para que atinjam o alvo.

"Fogo e fúria"

As declarações de Donald Trump nesta terça-feira marcaram um novo acirramento na retórica entre os dois países. "É melhor que a Coreia do Norte não faça novas ameaças aos EUA", afirmou o presidente americano, em conversa com jornalistas em seu clube de golfe em Bedminster, Nova Jersey, onde passará 17 dias de férias. "Eles enfrentarão fogo e fúria como o mundo nunca viu", ameaçou.

A mensagem do republicano veio após uma reportagem publicada pelo jornal The Washington Post nesta terça-feira revelar que a Coreia do Norte já conseguiu produzir uma ogiva nuclear de pequeno porte. Essa ogiva poderia ser inserida num de seus mísseis balísticos intercontinentais.

A informação tem como base um relatório confidencial sobre o regime de Kim Jong-un, produzido em junho por uma agência de inteligência e ao qual o jornal teve acesso.

Alerta do Japão

Também nesta terça-feira, o governo japonês alertou que os programas nuclear e de mísseis de Pyongyang entraram numa nova fase. A afirmação faz parte de um relatório do Ministério da Defesa do Japão, divulgado dias depois de a Coreia do Norte realizar seus dois primeiros testes bem-sucedidos de mísseis balísticos intercontinentais, em 3 e 27 de julho.

"É concebível que o programa de armas nucleares da Coreia do Norte já tenha avançado consideravelmente, e é possível que o país já tenha alcançado a miniaturização de armas nucleares e adquirido novas ogivas nucleares", observa o relatório do governo japonês.

"Desde o ano passado, quando o país forçosamente implementou dois testes nucleares e mais de 20 lançamentos de mísseis balísticos, as ameaças de segurança entraram numa nova fase", completa.

O mais recente dos testes com míssil intercontinental, no fim de julho, demonstrou que Pyongyang pode ser capaz de atingir a maior parte da porção continental dos Estados Unidos, afirmaram analistas, incluindo cidades como Chicago e Los Angeles.

EK/afp/ap/efe/lusa/rtr

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