Coreia do Norte diz que prendeu americano por subversão
3 de maio de 2017
Professor universitário é acusado de cometer atos hostis contra o regime de Kim Jong-un e foi detido em abril em aeroporto ao tentar embarcar para o exterior. Ele é o terceiro americano preso no país.
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A Coreia do Norte afirmou nesta quarta-feira (03/05) que o professor americano detido na semana passada ao tentar deixar Pyongyang é acusado de atos criminosos com o objetivo de "subverter o país". O regime, porém, não detalhou em que tipos de atividade ele se engajou.
Segundo a agência estatal de notícias KCNA, o professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang, identificado como Kim Sang-duk, foi detido no aeroporto internacional da capital norte-coreana no dia 22 de abril.
"Ele foi interceptado por cometer atos criminosos de hostilidade destinados a derrubar a República Democrática Popular da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte] não somente no passado, mas também durante sua última estadia antes da detenção", afirma a nota divulgada pela KCNA.
O americano, que também utiliza o nome Tony Kim, continua detido. A Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang descartou que a prisão de seu funcionário tenha uma relação com seu trabalho na instituição.
A prisão de Kim foi anunciada no dia 23 de abril pelas autoridades de Seul, enquanto a universidade confirmou que a detenção ocorreu quando ele estava prestes a deixar o país após ter atuado como professor. O regime norte-coreano, porém, ainda não tinha confirmado a informação.
Anteriormente, Kim lecionou na Universidade de Ciência e Tecnologia de Yanbian (YUST), localizada em Yanji, próximo à fronteira chinesa com a Coreia do Norte. O centro de ensino é financiado com fundos dos EUA e da China.
Este é o terceiro cidadão americano preso na Coreia do Norte. Os outros dois detidos são Kim Dong-chul, capturado na fronteira com a China acusado de espionagem; e o estudante Otto Warmbier, que tentou roubar um cartaz de propaganda no hotel de Pyongyang, onde estava hospedado como turista.
Kim Dong-chul, de 62 anos, cumpre uma pena de 10 anos de detenção e trabalhos forçados, e Warmbier, de 22 anos, detido em janeiro de 2016, recebeu uma pena de 15 anos de prisão e trabalhos forçados.
A prisão ocorre num momento de grande tensão na península coreana, diante dos repetidos testes balísticos de Pyongyang. Existe a suspeita de que o regime norte-coreano use o americano como moeda de troca em negociação com os EUA, como fez em ocasiões anteriores.
Desde 2006, a Coreia do Norte já realizou cinco testes atômicos, dois deles só no ano passado. O regime de Pyongyang também trabalha atualmente no desenvolvimento de mísseis de longo alcance, que poderiam levar cujas ogivas nucleares até os EUA.
CN/efe/lusa/ap/rtr
O que o regime mostra na Coreia do Norte
A DW viajou à Coreia do Norte para descobrir o que há por trás da propaganda. Saímos às ruas com o acompanhante disponibilizado pelo governo e registramos o que vimos - ou nos deixaram ver - em Pyongyang.
Foto: DW/A. Foncillas
Árvores floridas
Os prédios da capital norte-coreana estão pintados com cores vivas, dando um ar de alegria à cidade. A época da floração da cerejeira contribui para a variedade cromática. O número crescente de automóveis nas ruas faz concorrência às bicicletas.
Foto: DW/A. Foncillas
Brincando no parque
Os clichês do mundo ocidental em relação à Coreia do Norte nos fazem esquecer que, além da devoção fervorosa aos seus líderes, a população não é muito diferente da de outras latitudes. Na semana de comemorações do Dia do Sol, é comum ver crianças praticando esportes em parques.
Foto: DW/A. Foncillas
Líder aclamado
Performances de todos os tipos oferecidas por crianças são um elemento-chave do lazer no país. A aparição do ditador Kim Jong-un no telão gera aplausos na plateia.
Foto: DW/A. Foncillas
Kimjongília e kimilsúngia
O culto à personalidade atinge o cúmulo com a orquídea batizada kimilsungia e a begônia kimjongilia, nomes que homenageiam o pai e avô do atual ditador. Nesta exposição de flores, trabalhadores de diferentes ministérios e universidades trouxeram flores que cultivam em seu local de trabalho.
Foto: DW/A. Foncillas
"Um dos cortes permitidos, por favor!"
O catálogo de cortes nos salões de cabeleireiros em Pyongyang oferece os 20 penteados recomendados no país. Já a barba é feita de forma convencional, com espuma e lâmina.
Foto: DW/A. Foncillas
Diversão para os ricos
Na capital há um imenso complexo de lazer para a classe rica. Lá há três piscinas e muitos restaurantes, que oferecem cerveja, comidas típicas do país e o típico kimchi, prato similar ao chucrute.
Foto: DW/A. Foncillas
Consumo caro
Modestas reformas econômicas têm permitido a abertura de supermercados, onde se pode encontrar uísque escocês, eletrodomésticos japoneses e roupas americanas de marca. Não é incomum os clientes pagarem com dólares ou cartões de crédito.
Foto: DW/A. Foncillas
Os jovens
Muitos jovens norte-coreanos frequentam cafés de luxo como qualquer outro jovem de uma capital europeia. Isso só se podem permitir os filhos da elite vinculada ao comércio exterior e com acesso a divisas internacionais. A jovem da foto estudou Finanças na Índia e defende que, em Pyongyang, não faltam opções de lazer.
Foto: DW/A. Foncillas
Esporte popular
O vôlei é um dos esportes mais populares do país. Este ginásio oferece instalações de alto nível.
Foto: DW/A. Foncillas
Internet a preço de sorvete
No Centro de Divulgação Científica aberto recentemente em Pyongyang, as pessoas podem jogar videogame e se conectar à internet "pela metade do preço de um sorvete", disse o guia. A internet é limitada a sites norte-coreanos, sem acesso a páginas de fora do país.
Foto: DW/A. Foncillas
Guarda de trânsito
Os uniformes são onipresentes no país. O controle de tráfego é feito principalmente por mulheres jovens vestidas com minissaias e botas.
Foto: DW/A. Foncillas
À espera do desfile
O Exército norte-coreano tem 1,2 milhão de soldados para uma população de 25 milhões de pessoas. A maior parte dos escassos recursos do país é destinada aos militares. Na foto, o desfile militar do Dia do Sol, em homenagem ao fundador do país, Kim Il-sung.
Foto: DW/A. Foncillas
Sempre sorrindo
Meninas aprendendo música em uma academia. Na Coreia do Norte, é comum este tipo de escola, que, segundo o regime, valoriza especialmente talentos em disciplinas artísticas e esportivas.
Foto: DW/A. Foncillas
Luxo subterrâneo
O metrô de Pyongyang é o mais profundo do mundo e serve como refúgio em caso de ataque. O luxo desta estação contrasta com os trens antiquados. Os usuários podem aproveitar o tempo de espera informando-se sobre o mais recente míssil lançado.
Foto: DW/A. Foncillas
Arquitetura e militares
A arquitetura da capital é tanto tradicional quanto moderna. Os novos edifícios são octogonais, ovais ou tem qualquer outra forma ousada. Eles se assemelham a um livro invertido se ali vivem acadêmicos, ou parecem uma tomada, se se destinam a cientistas.
Foto: DW/A. Foncillas
Meninos e futebol
Meninos jogam futebol em uma escola de órfãos na capital. Os responsáveis por eles garantem que as crianças ingerem 3.500 calorias por dia, mais do que necessita um esportista de elite em qualquer país do mundo.
Foto: DW/A. Foncillas
Propaganda por todo lugar
Cartazes de propaganda são comuns nas ruas de Pyongyang. Eles ressaltam a força do Exército, a necessidade de uma pátria unida contra o inimigo externo, dos trabalhadores como a base de um sistema ideológico que só existe aqui: a ideologia Juche.
Foto: DW/A. Foncillas
Passos firmes
Desfiles militares são atividades recorrentes no calendário da Coreia do Norte. O objetivo do governo é mostrar Forças Armadas bem equipadas, que agem com marcialidade.