Coreia do Norte faz décimo teste de mísseis deste ano
8 de junho de 2017
Regime de Kim Jong-un lançou múltiplos projéteis no Mar do Japão, segundo autoridades da Coreia do Sul. Seul alerta para isolamento internacional de Pyongyang, e Tóquio condena lançamentos.
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A Coreia do Norte realizou nesta quinta-feira (08/06) um novo teste de mísseis, menos de uma semana depois de o Conselho de Segurança das Nações Unidas expandir as sanções contra o regime de Kim Jong-un, afirmaram autoridades sul-coreanas.
O regime norte-coreano disparou "múltiplos projéteis não identificados, que aparentam ser do tipo terra-mar a partir das proximidades da cidade de Wonsan [no sudeste do país]", afirmou um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano.
Os múltiplos mísseis percorreram 200 quilômetros antes de cair no Mar do Japão, confirmaram os governos de Seul e Tóquio. O teste desta quinta-feira foi o décimo desse tipo realizado pelo regime do ditador Kim Jong-un neste ano, "atos que não se podem permitir", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Fumio Kishida. O último tinha ocorrido em 29 de maio.
Um passeio por Pyongyang
01:35
O governo do Japão afirmou que o lançamento não representou uma ameaça à segurança do país. "Estamos tomando as medidas adequadas junto à comunidade internacional", afirmou o ministro porta-voz do Executivo japonês, Yoshihide Suga.
Caso os mísseis lançados tenham sido de cruzeiro, o ensaio não violaria as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que pesam sobre a Coreia do Norte e que proíbem lançamentos que usam a tecnologia de mísseis balísticos.
Em resposta ao ensaio desta quinta-feira, o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional para debater medidas contra esse tipo de testes.
"A única coisa que a Coreia do Norte vai ganhar com as provocações é isolamento internacional e dificuldades econômicas, e vai perder oportunidades de desenvolvimento", afirmou.
EUA demonstram preocupação
O diretor do programa de defesa de mísseis dos Estados Unidos, o vice-almirante James Syring, afirmou nesta quarta-feira que as atividades do regime de Pyongyang geram "grande preocupação".
Em audiência no Comitê de Forças Armadas da Câmara dos Representantes, Syring admitiu que Coreia do Norte teria a possibilidade de atingir o país com um míssil continental armado com uma ogiva nuclear.
No entanto,o vice-almirante não acredita que o regime norte-coreano tenha conseguido produzir uma ogiva nuclear suficientemente compacta para ser lançada a partir de um míssil intercontinental.
O lançamento desta quinta-feira é o último de uma longa lista de testes de armamento que o regime norte-coreano tem realizado e que provocaram tensão na Península Coreana e um agravamento do tom de Washington desde a chegada de Trump à Casa Branca.
KG/efe/afp/lusa
De carvão a estátuas: as sanções à Coreia do Norte
Com seus testes, país asiático continua ignorando proibição de manter programa nuclear e de mísseis. Conheça algumas das medidas restritivas impostas a Pyongyang pelo Conselho de Segurança da ONU.
Foto: Reuters/S. Sagolj
Carvão
Em fevereiro de 2017, a China proibiu a importação de carvão da Coreia do Norte, cujas exportações do produto foram limitadas a 374 milhões de euros ou 7,5 milhões de toneladas por ano. Na foto, a empresa chinesa Liaoning Greenland Energy Coal Co. em Dandong, na fronteira com a Coreia do Norte.
Foto: Reuters/B. Goh
Finanças
A Coreia do Norte está proibida de abrir bancos no exterior, e os membros das Nações Unidas estão proibidos de operar instituições financeiras em nome de Pyongyang. Quaisquer acordos que possam ajudar a Coreia do Norte a contornar as sanções são proibidos, e os países da ONU são obrigados a expulsar e repatriar qualquer pessoa que ajude financeiramente o regime norte-coreano.
Foto: Mark Ralston/AFP/Getty Images
Navegação
Este navio cargueiro norte-coreano estava nas Filipinas para uma inspeção em março de 2016 quando as Nações Unidas ordenaram que seus países-membros cancelassem o registro de qualquer navio de propriedade, operado ou tripulado por ordens de Pyongyang. Os navios norte-coreanos também não podem içar bandeiras de outras nações para escapar das sanções.
Foto: picture-alliance/AP Photo/J. Dumaguing
Transporte aéreo
Air Koryo, a companhia aérea estatal da Coreia do Norte, permanece isenta de sanções e ainda tem voos programados para a China e a Rússia, bem como várias rotas domésticas. No entanto, a companhia aérea não pode voar para países da União Europeia, que a vetou por razões de segurança, e os Estados Unidos proibiram seus cidadãos de fazer negócios com a empresa.
Foto: picture-alliance/dpa/Yonhap
Combustível
Teoricamente, os norte-coreanos ainda podem andar nos seus carros da fabricante nacional Pyeonghwa, já que as sanções da ONU proíbem somente a venda de combustível de aviões, jatos e foguetes a Pyongyang. Por enquanto, o comércio de petróleo e similares continua permitido. A Pyeonghwa fabrica apenas algumas centenas de carros por ano.
Foto: Getty Images/AFP/M. Ralston
Contas bancárias e imóveis
As sanções da ONU permitem aos diplomatas da Coreia do Norte no exterior terem apenas uma conta bancária cada um. A Coreia do Norte também não pode ter imóveis no exterior que não sejam para fins consulares.
Foto: picture alliance/dpa/S.Schaubitzer
Treinamento militar
As sanções da ONU proíbem que forças de segurança estrangeiras treinem o exército, a polícia ou as unidades paramilitares da Coreia do Norte. O intercâmbio médico é permitido, mas a assistência técnica ou científica foi limitada.
Foto: Reuters/S. Sagolj
Estátuas
E se alguém no exterior se interessar por uma estátua de alguém da família Kim vai ter de esperar até o fim das sanções contra a Coreia do Norte. As medidas das Nações Unidas proíbem a venda de estátuas por Pyongyang.