Coreia do Norte faz sétimo disparo de mísseis em 14 dias
8 de outubro de 2022
Novo lançamento ocorreu horas depois de EUA e Coreia do Sul encerrarem exercícios conjuntos na península coreana.
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A Coreia do Sul acusou a Coreia do Norte de ter disparado dois mísseis balísticos em direção à sua costa. O lançamento é o sétimo em 14 dias e ocorreu horas depois de Seul e Washington terem encerrado um exercício naval conjunto na costa leste da península coreana, que contou com a participação de um porta-aviões americano.
Segundo militares da Coreia do Norte, a presença do porta-aviões dos EUA causa um "efeito negativo consideravelmente grande" na segurança regional.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que o lançamento foi feito nas primeiras horas de domingo (09/10), horário local, mas não deu detalhes sobre a distância que os projéteis percorreram. Os dois mísseis balísticos de curto alcance caíram com 10 minutos de diferença nas águas à leste da península coreana.
Governo japonês confirma lançamento
O governo japonês também informou que a Coreia do Norte disparou mísseis. O ministro japonês da Defesa, Toshiro Ino, disse que ambos pousaram no mar fora da zona econômica exclusiva do Japão. As autoridades investigam que tipo de mísseis são e se há a possibilidade de terem sido mísseis balísticos lançados por submarinos. Na terça-feira, o Japão anunciou que um míssil de médio alcance sobrevoou o arquipélago japonês pela primeira vez em cinco anos.
Pyongyang justifica que os lançamentos de mísseis são uma medida de autodefesa contra os Estados Unidos e que não representam uma ameaça aos países vizinhos imediatos, de acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA.
Resoluções da ONU proíbem a Coreia do Norte de testar mísseis balísticos de qualquer alcance. Os EUA impuseram recentemente sanções a três empresas e dois indivíduos de Cingapura, Taiwan e Ilhas Marshall, que supostamente teriam ajudado a Coreia do Norte a obter combustível para os testes.
le (AFP, AP, Reuters, Lusa)
Coreia do Norte nas lentes de um instagrammer
Apesar do destaque no noticiário internacional, nação asiática continua sendo uma das mais isoladas do mundo. Em várias visitas ao país, o instagrammer Pierre Depont tentou capturar a vida cotidiana dos norte-coreanos.
Foto: DW/P.Depont
Traços de normalidade
Apesar da imagem de reclusa, a Coreia do Norte convida estrangeiros a descobrirem suas atrações. Mas viajar como turista não significa passear livremente pelo país, pois guias especiais devem acompanhar cada passo do visitante. As restrições não desencorajaram o instagrammer britânico Pierre Depont, que visitou o país sete vezes, capturando traços de normalidade no cotidiano dos norte-coreanos.
Foto: DW/P. Depont
Capitalismo rastejante
Depont visitou a Coreia do Norte pela primeira vez em 2013 e, desde então, ele estuda as transformações no país autoritário. Nos últimos dois ou três anos, ele observou que “em Pyongyang, tornou-se aceitável exibir a própria riqueza”. Com uma classe média cada vez maior e um boom das construções, a capital norte-coreana parece estar desafiando sanções econômicas internacionais.
Foto: Pierre Depont
Estilo em Pyongyang
Estabelecer contato com pessoas comuns não é fácil na Coreia do Norte, segundo Depont. "Tive algumas conversas aleatórias com estranhos, sempre ouvidas por um dos guias.” De acordo com as experiências do instagrammer, a maioria dos norte-coreanos não gosta de ser fotografado. “As mulheres norte-coreanas estão definitivamente ficando mais estilosas. Mas só é possível notar isso nas cidades.”
Foto: DW/P. Depont
Urbano X rural
Esta estação de metrô em Pyongyang deslumbra passageiros com o que parecem ser paredes de mármore e candelabros. Para Depont, a Coreia do Norte é um lugar ideal para a fotografia. “Você não encontra nenhuma publicidade, nenhuma distração”, diz. Mas enquanto a capital, onde vive a elite, parece estar prosperando, outras partes do país permanecem assoladas pela pobreza.
Foto: Pierre Depont
Dificuldades ocultas
A Coreia do Norte continua sendo uma sociedade altamente militarizada e predominantemente agrícola. Turistas, no entanto, não conseguem ver muito das condições de vida da população rural. “Cada pedacinho de terra é cultivado, cada metro quadrado é usado”, conta Depont.
Foto: Pierre Depont
Abundância encenada?
Turistas interessados na vida fora das cidades norte-coreanas são levados em visitas guiadas a cooperativas agrícolas. Quando Depont visitou uma fazenda do tipo, próxima a Hamhung, segunda maior cidade do país, ela exibia uma pequena venda, com uma variedade de mercadorias ordenadamente expostas. Depont disse ter tido a impressão de que se tratava de um comércio de fachada, só para ser mostrado.
Foto: DW/P.Depont
Escolas de elite
Uma parada numa escola modelo é um ponto importante de muitos tours na Coreia do Norte. A colônia de férias internacional Songdowon foi reaberta em 2014 e recebeu a visita do atual líder do país, Kim Jong-un. “Há algo de irreal no lugar”, conta Depont. “As crianças brincam na sala de jogos, usando fliperamas e cerca de 20 computadores modernos.”
Foto: DW/P.Depont
Militarismo onipresente
O setor militar é fundamental para a identidade do país e para o sustento de sua sociedade. Cerca de um quarto da população trabalha como funcionário militar. Pyongyang tem um dos maiores orçamentos militares do mundo em relação à sua economia. Desde pequenos, os norte-coreanos crescem em meio a um imaginário militar. Depont se deparou com esse tanque em miniatura num playground perto de Hamhung.
Foto: Pierre Depont
Adoração ritualizada
Além do militarismo, o alto nível de controle político e o culto à personalidade de Kim Jong-un e seus predecessores são onipresentes. A adoração cotidiana ao líder supremo impressionou Depont. “Você vê a quantidade de dinheiro e esforço dedicados a sustentar a história dos grandes líderes e suas grandes estátuas.”