Imagens de satélite indicam que Pyongyang começou a desmantelar Punggye-ri, local de testes que deverá ser fechado por completo em cerimônia com a presença de observadores estrangeiros.
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Imagens de satélite divulgadas nesta terça-feira (15/05) revelam que a Coreia do Norte começou a desmantelar o centro de testes nucleares Punggye-ri, no nordeste do país.
Fotografias analisadas pelo portal de internet 38north, datadas de 7 de maio, seriam as "primeiras provas indiscutíveis" de que o desmantelamento do centro de testes nucleares estaria "bastante avançado", afirma o website.
Segundo o 38North, vários "edifícios-chave" no nível operacional foram demolidos desde a análise anterior, realizada com fotografias de satélite no dia 20 de abril. Também foi iniciado o desmonte de alguns trilhos do complexo que ligam os túneis ao depósito de dejetos nucleares, além de algumas construções secundárias. As escavações de um novo túnel estão paralisadas desde março.
As imagens mostram o trabalho preparatório para a cerimônia de desativação do centro de testes, incluindo um local que parece estar sendo preparado para receber os jornalistas internacionais, de onde seria possível registrar o fechamento do portal leste do centro de testes, afirmou o 38north.
Nom entanto, as entradas dos túneis parecem não ter sido totalmente bloqueadas, e alguns edifícios ainda estão intactos. O portal estima que a destruição dessas instalações deverá ocorrer durante a cerimônia, diante da imprensa estrangeira.
Pyongyang disse que fechará Punggye-ri por completo em um ato público com a presença da imprensa e de especialistas, previsto para ocorrer entre o dia 23 e 25 deste mês. Na ocasião, os túneis deverão ser explodidos, suas entradas bloqueadas, e os postos de guarda e instalações de observação e pesquisa, desmantelados.
O regime do líder Kim Jong-un realizou seis testes nucleares subterrâneos em Punggye-ri. O último e mais potente ocorreu em setembro do ano passado. Pyongyang afirmou se tratar de uma bomba de hidrogênio.
No final de abril, durante o encontro histórico entre Kim e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, Pyongyang se comprometeu a trabalhar para a desnuclearização da Península da Coreia, além de encerrar os testes de mísseis. No dia 12 de junho, o líder norte-coreano se reunirá com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Cingapura.
No ultimo fim de semana, Pyongyang afirmou que iria destruir por completo o centro de testes, numa atitude elogiada pelos governos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul. No entanto, alguns analistas questionam a abertura desse processo, uma vez que, até o momento, observadores de agências internacionais de monitoramento não foram convidados ao país.
Muitos analistas questionam se a desnuclearização irá de fato ocorrer, lembrando que em 2008, Pyongyang demoliu publicamente parte de sua fábrica de processamento de urânio, mas acabou retomando seu programa nuclear. Além disso, o regime norte-coreano ainda não se comprometeu a abrir mão de seu arsenal, que incluiria mísseis capazes de atingir os Estados Unidos.
Imagens de satélite do mês passado mostram sinais de novas construções no centro de pesquisas nucleares de Yongbyon. O objetivo ainda não é conhecido, mas o 38north afirma que "não há indícios observáveis de que operações iniciais de um reator estejam iminentes".
RC/efe/afp
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O que o regime mostra na Coreia do Norte
A DW viajou à Coreia do Norte para descobrir o que há por trás da propaganda. Saímos às ruas com o acompanhante disponibilizado pelo governo e registramos o que vimos - ou nos deixaram ver - em Pyongyang.
Foto: DW/A. Foncillas
Árvores floridas
Os prédios da capital norte-coreana estão pintados com cores vivas, dando um ar de alegria à cidade. A época da floração da cerejeira contribui para a variedade cromática. O número crescente de automóveis nas ruas faz concorrência às bicicletas.
Foto: DW/A. Foncillas
Brincando no parque
Os clichês do mundo ocidental em relação à Coreia do Norte nos fazem esquecer que, além da devoção fervorosa aos seus líderes, a população não é muito diferente da de outras latitudes. Na semana de comemorações do Dia do Sol, é comum ver crianças praticando esportes em parques.
Foto: DW/A. Foncillas
Líder aclamado
Performances de todos os tipos oferecidas por crianças são um elemento-chave do lazer no país. A aparição do ditador Kim Jong-un no telão gera aplausos na plateia.
Foto: DW/A. Foncillas
Kimjongília e kimilsúngia
O culto à personalidade atinge o cúmulo com a orquídea batizada kimilsungia e a begônia kimjongilia, nomes que homenageiam o pai e avô do atual ditador. Nesta exposição de flores, trabalhadores de diferentes ministérios e universidades trouxeram flores que cultivam em seu local de trabalho.
Foto: DW/A. Foncillas
"Um dos cortes permitidos, por favor!"
O catálogo de cortes nos salões de cabeleireiros em Pyongyang oferece os 20 penteados recomendados no país. Já a barba é feita de forma convencional, com espuma e lâmina.
Foto: DW/A. Foncillas
Diversão para os ricos
Na capital há um imenso complexo de lazer para a classe rica. Lá há três piscinas e muitos restaurantes, que oferecem cerveja, comidas típicas do país e o típico kimchi, prato similar ao chucrute.
Foto: DW/A. Foncillas
Consumo caro
Modestas reformas econômicas têm permitido a abertura de supermercados, onde se pode encontrar uísque escocês, eletrodomésticos japoneses e roupas americanas de marca. Não é incomum os clientes pagarem com dólares ou cartões de crédito.
Foto: DW/A. Foncillas
Os jovens
Muitos jovens norte-coreanos frequentam cafés de luxo como qualquer outro jovem de uma capital europeia. Isso só se podem permitir os filhos da elite vinculada ao comércio exterior e com acesso a divisas internacionais. A jovem da foto estudou Finanças na Índia e defende que, em Pyongyang, não faltam opções de lazer.
Foto: DW/A. Foncillas
Esporte popular
O vôlei é um dos esportes mais populares do país. Este ginásio oferece instalações de alto nível.
Foto: DW/A. Foncillas
Internet a preço de sorvete
No Centro de Divulgação Científica aberto recentemente em Pyongyang, as pessoas podem jogar videogame e se conectar à internet "pela metade do preço de um sorvete", disse o guia. A internet é limitada a sites norte-coreanos, sem acesso a páginas de fora do país.
Foto: DW/A. Foncillas
Guarda de trânsito
Os uniformes são onipresentes no país. O controle de tráfego é feito principalmente por mulheres jovens vestidas com minissaias e botas.
Foto: DW/A. Foncillas
À espera do desfile
O Exército norte-coreano tem 1,2 milhão de soldados para uma população de 25 milhões de pessoas. A maior parte dos escassos recursos do país é destinada aos militares. Na foto, o desfile militar do Dia do Sol, em homenagem ao fundador do país, Kim Il-sung.
Foto: DW/A. Foncillas
Sempre sorrindo
Meninas aprendendo música em uma academia. Na Coreia do Norte, é comum este tipo de escola, que, segundo o regime, valoriza especialmente talentos em disciplinas artísticas e esportivas.
Foto: DW/A. Foncillas
Luxo subterrâneo
O metrô de Pyongyang é o mais profundo do mundo e serve como refúgio em caso de ataque. O luxo desta estação contrasta com os trens antiquados. Os usuários podem aproveitar o tempo de espera informando-se sobre o mais recente míssil lançado.
Foto: DW/A. Foncillas
Arquitetura e militares
A arquitetura da capital é tanto tradicional quanto moderna. Os novos edifícios são octogonais, ovais ou tem qualquer outra forma ousada. Eles se assemelham a um livro invertido se ali vivem acadêmicos, ou parecem uma tomada, se se destinam a cientistas.
Foto: DW/A. Foncillas
Meninos e futebol
Meninos jogam futebol em uma escola de órfãos na capital. Os responsáveis por eles garantem que as crianças ingerem 3.500 calorias por dia, mais do que necessita um esportista de elite em qualquer país do mundo.
Foto: DW/A. Foncillas
Propaganda por todo lugar
Cartazes de propaganda são comuns nas ruas de Pyongyang. Eles ressaltam a força do Exército, a necessidade de uma pátria unida contra o inimigo externo, dos trabalhadores como a base de um sistema ideológico que só existe aqui: a ideologia Juche.
Foto: DW/A. Foncillas
Passos firmes
Desfiles militares são atividades recorrentes no calendário da Coreia do Norte. O objetivo do governo é mostrar Forças Armadas bem equipadas, que agem com marcialidade.