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PolíticaCoreia do Norte

Coreia do Norte lança míssil no Mar do Japão

30 de janeiro de 2022

É o sétimo teste realizado este mês, reafirmando a intenção da Coreia do Norte em reforçar as defesas nacionais. Míssil balístico de alcance intermediário percorreu 800 quilômetros, em direção ao Mar do Japão.

Foto mostra uma grande televisão com imagen de um foguete em lançamento.
Em Seul, pessoas assistem na televisão a notícia sobre o mais recente lançamento. Foto: Jung Yeon-Je/AFP/Getty Images

O exército sul-coreano e o Ministério da Defesa japonês confirmaram neste domingo (30/01) que o último projétil lançado no mar pelos norte-coreanos é um míssil balístico de alcance intermediário, violando novamente as resoluções estabelecidas pelas Nações Unidas.

É o sétimo teste realizado este mês, reafirmando a intenção da Coreia do Norte em reforçar as defesas nacionais, enquanto ocorre uma escalada de tensão na região da península coreana.

Trata-se do míssil mais poderoso lançado pelos norte-coreanos desde que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assumiu o poder. Com o lançamento, a Coreia do Norte também quebrou sua moratória autoimposta, em 2017, sobre testes de mísseis de médio e longo alcance. A proibição também se aplicava a testes nucleares. 

De acordo com a avaliação do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS), o lançamento ocorreu às 07:52 deste domingo (horário local), na fronteira com a China e é um modelo de médio alcance (IRBM).

O projétil percorreu 800 quilômetros a leste, em direção ao Mar do Japão - chamado de Mar do Leste nas duas Coreias -, e teria atingido uma altitude máxima de 2.000 quilômetros, sem entrar nas águas da zona econômica exclusiva do Japão ou provocar danos, segundo o governo japonês.

Atualização das Forças Armadas

Os testes realizados este mês de vários tipos de mísseis, desde hipersônicos e balísticos até de cruzeiro, mostram a determinação do regime norte-coreano em continuar a testar o armamento, num momento de pressão crescente por parte dos Estados Unidos.

O desinteresse demonstrado por Pyongyang durante meses de esforços para o diálogo, a vontade renovada dos EUA de endurecer as sanções e os testes de armas norte-coreanas trazem de volta ecos das tensões entre os dois países em 2017.

Pyongyang ameaçou recentemente um possível reinício dos seus testes nucleares e de mísseis balísticos intercontinentais, afirmando que considera retomar todas as suas "ações temporariamente suspensas" no âmbito da defesa.

Em seu discurso de Ano Novo, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse que queria atualizar as forças armadas com a mais recente tecnologia. Esta semana, o país testou foguetes e mísseis de cruzeiro na terça e na quinta-feira. 

Em uma reunião do partido presidida por Kim Jong-un em 20 de janeiro, autoridades norte-coreanas discutiram a retomada dos testes nucleares e de mísseis de longo alcance.

As resoluções da ONU proíbem a autodeclarada potência nuclear Coreia do Norte de testar tais armas. Independentemente disso, a liderança comunista em Pyongyang vem avançando há anos no desenvolvimento de mísseis que podem ser equipados com ogivas nucleares. O país está, portanto, sujeito a duras sanções internacionais. 

Reações internacionais

O Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, convocou, pela primeira vez em um ano, uma reunião do Conselho de Segurança Nacional do país. Moon declarou aos meios de comunicação locais que este último lançamento da Coreia do Norte é um "desafio à desnuclearização da península coreana, à paz e à estabilidade, e aos esforços diplomáticos da comunidade internacional, bem como um ato que viola a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas". 

Moon pede o fim da tensão e que a Coreia do Norte responda aos pedidos internacionais e retome o diálogo.

Por sua vez, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, convocou uma reunião do Conselho de Segurança já para este domingo. Em declarações à imprensa, ele afirmou que "condena veementemente" este novo lançamento, que "viola as resoluções das Nações Unidas".

O exército dos Estados Unidos também pediu a Pyongyang que se abstenha de atos "desestabilizadores", de acordo com um comunicado emitido pelo Comando do Indo-Pacífico citado pela agência de notícias japonesa Kyodo. O texto afirma que o teste não representa uma ameaça imediata ao território, pessoal ou aliados dos EUA.

Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, em Seul, disse à agência de notícias AP que a "Coreia do Norte está lançando um frenesi de mísseis antes do início dos Jogos Olímpicos de Inverno na China, principalmente como esforços de modernização militar". 

"Ela quer lembrar Washington e Seul que tentar derrubá-la seria muito caro", acrescentou.

le (lusa, afp, reuters, ap)

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