Coreia do Norte lança novo míssil intercontinental
28 de julho de 2017
Pentágono afirma que projétil caiu em águas da Zona Econômica Exclusiva do Japão. Tóquio e Seul confirmam lançamento. Trata-se do segundo teste do tipo em menos de um mês.
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A Coreia do Norte lançou nesta sexta-feira (28/07) um novo míssil balístico intercontinental (ICBM) em direção ao Mar do Japão, afirmou o Pentágono. O disparo, confirmado pelo governo do Japão e da Coreia do Sul, foi realizado a partir da província de Jangang.
Em Washington, o porta-voz do Pentágono, Jeff Davis, disse que o míssil percorreu mil quilômetros antes de cair em águas da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Japão. O míssil é o primeiro lançado pelo regime norte-coreano desde o teste com um foguete intercontinental em 4 de julho. Em teoria, ele teria potencial para atingir os Estados Unidos.
De acordo com o Ministério da Defesa japonês, o projétil foi lançado por volta de 23h40 (horário do Japão, 10h40 em Brasília) e voou durante 45 minutos antes de cair em águas da ZEE ao oeste da ilha setentrional de Hokkaido. Não foram detectados danos, disse o ministro porta-voz do Executivo, Yoshihide Suga.
O governo japonês "continua recolhendo e analisando os dados disponíveis" e considera que o teste representa "uma clara e inaceitável violação das resoluções das Nações Unidas", afirmou Suga.
Diante do novo teste armamentista do país vizinho, o governo sul-coreano convocou uma reunião de emergência, segundo a agência de notícias Yonhap. Medida semelhante foi tomada pelo Japão.
Em declarações a jornalistas, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que convocou uma reunião do Conselho Nacional de Segurança e que os militares japoneses estão analisando o lançamento do míssil.
O teste aconteceu depois que Pyongyang celebrou nesta quinta-feira o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), uma efeméride conhecida como o "Dia da Vitória" no país e se levantou a possibilidade de que o regime de Kim Jong-un executasse um novo teste armamentista. Militares americanos e a Coreia do Sul já haviam alertado que o país se preparava para lançar outro míssil.
Pyongyang alarmou o mundo, após testar, em julho, seu primeiro míssil balístico intercontinental, que especialista dizem ter potencial para atingir o Alasca. Designado Hwasong-14, o míssil alcançou uma altitude máxima de 2.802 quilômetros e percorreu 933 quilômetros em 39 minutos, até cair em águas do Mar do Japão.
O teste aumentou ainda mais a tensão na região. Em resposta, o Exército dos Estados Unidos enviou dois bombardeiros para a Península da Coreia para participar de exercícios ao lado de aviões de combate da Coreia do Sul e do Japão.
Desde 2006, a Coreia do Norte já realizou cinco testes atômicos, dois deles só no ano passado. Devido aos testes armamentistas, o país enfrenta várias sanções internacionais.
CN/efe/lusa/afp/rtr
De carvão a estátuas: as sanções à Coreia do Norte
Com seus testes, país asiático continua ignorando proibição de manter programa nuclear e de mísseis. Conheça algumas das medidas restritivas impostas a Pyongyang pelo Conselho de Segurança da ONU.
Foto: Reuters/S. Sagolj
Carvão
Em fevereiro de 2017, a China proibiu a importação de carvão da Coreia do Norte, cujas exportações do produto foram limitadas a 374 milhões de euros ou 7,5 milhões de toneladas por ano. Na foto, a empresa chinesa Liaoning Greenland Energy Coal Co. em Dandong, na fronteira com a Coreia do Norte.
Foto: Reuters/B. Goh
Finanças
A Coreia do Norte está proibida de abrir bancos no exterior, e os membros das Nações Unidas estão proibidos de operar instituições financeiras em nome de Pyongyang. Quaisquer acordos que possam ajudar a Coreia do Norte a contornar as sanções são proibidos, e os países da ONU são obrigados a expulsar e repatriar qualquer pessoa que ajude financeiramente o regime norte-coreano.
Foto: Mark Ralston/AFP/Getty Images
Navegação
Este navio cargueiro norte-coreano estava nas Filipinas para uma inspeção em março de 2016 quando as Nações Unidas ordenaram que seus países-membros cancelassem o registro de qualquer navio de propriedade, operado ou tripulado por ordens de Pyongyang. Os navios norte-coreanos também não podem içar bandeiras de outras nações para escapar das sanções.
Foto: picture-alliance/AP Photo/J. Dumaguing
Transporte aéreo
Air Koryo, a companhia aérea estatal da Coreia do Norte, permanece isenta de sanções e ainda tem voos programados para a China e a Rússia, bem como várias rotas domésticas. No entanto, a companhia aérea não pode voar para países da União Europeia, que a vetou por razões de segurança, e os Estados Unidos proibiram seus cidadãos de fazer negócios com a empresa.
Foto: picture-alliance/dpa/Yonhap
Combustível
Teoricamente, os norte-coreanos ainda podem andar nos seus carros da fabricante nacional Pyeonghwa, já que as sanções da ONU proíbem somente a venda de combustível de aviões, jatos e foguetes a Pyongyang. Por enquanto, o comércio de petróleo e similares continua permitido. A Pyeonghwa fabrica apenas algumas centenas de carros por ano.
Foto: Getty Images/AFP/M. Ralston
Contas bancárias e imóveis
As sanções da ONU permitem aos diplomatas da Coreia do Norte no exterior terem apenas uma conta bancária cada um. A Coreia do Norte também não pode ter imóveis no exterior que não sejam para fins consulares.
Foto: picture alliance/dpa/S.Schaubitzer
Treinamento militar
As sanções da ONU proíbem que forças de segurança estrangeiras treinem o exército, a polícia ou as unidades paramilitares da Coreia do Norte. O intercâmbio médico é permitido, mas a assistência técnica ou científica foi limitada.
Foto: Reuters/S. Sagolj
Estátuas
E se alguém no exterior se interessar por uma estátua de alguém da família Kim vai ter de esperar até o fim das sanções contra a Coreia do Norte. As medidas das Nações Unidas proíbem a venda de estátuas por Pyongyang.