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Coreia do Norte: fim de sítio nuclear antes de Kim-Trump

12 de maio de 2018

Menos de 24 horas após promessas do Departamento de Estado americano de futuro "transbordante de prosperidade" caso contribua para desnuclearização, Pyongyang anuncia data para desmantelar seu sítio de testes nucleares.

Mídia sul-coreana noticia sobre testes nucleares no país vizinho
Mídia sul-coreana noticia sobre testes nucleares no país vizinhoFoto: picture-alliance/AP Photo/L. Jin-man

Pyongyang prometeu neste sábado (12/05) que desmantelará seu sítio de testes nucleares dentro de duas semanas: dependendo das condições meteorológicas, a cerimônia de fechamento transcorrerá entre 23 e 25 de maio. O evento está, portanto, programado para antes da reunião planejada entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un.

O sítio de testes Punggye-ri está localizado numa região montanhosa distante, no nordeste do país. Segundo a agência de notícias estatal KCNA, desmontá-lo implicará explodir todos os seus túneis, bloquear entradas e remover todas as estações de observação, prédios de pesquisa e postos de segurança.

Promessa de "prosperidade transbordante"

Na véspera, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, anunciara que seu país ajudará economicamente à Coreia do Norte, caso o regime se desfaça de suas armas nucleares e inicie o caminho rumo a uma desnuclearização "completa, verificável e irreversível" da península coreana.

Caso isso ocorra rapidamente, Pyongyang poderia contar com "um futuro transbordando de paz e posteridade", disse Pompeo no Departamento de Estado, em entrevista coletiva ao lado da chanceler sul-coreana, Kang Kyung-wha.

Até que haja um acordo, Washington pretende manter campanha de "máxima pressão" com sanções. A Coreia do Norte tem visto dificultada sua capacidade para fazer negócios com empresas procedentes da China, sua tradicional aliada, o que acabou por isolar economicamente ainda mais o país comunista.

Indagada pela imprensa, Kang indicou que seu país deseja que as sanções sejam mantidas até Pyongyang adotar medidas "mais amplas e mais concretas": "Não estamos falando sobre um alívio das sanções neste momento."

Sítio de testes Punggye-ri:se situa em região montanhosa do Nordeste norte-coreanoFoto: picture alliance/dpa/AP/Pleiades CNES/Airbus DS/38 North/Spot Image

"Conversas produtivas" com Kim

A oferta de futura ajuda econômica de Pompeo vem num momento em que EUA e Coreia do Norte se preparam para a histórica cúpula entre Kim Jong-un, e Trump, marcada para 12 de junho em Cingapura, país com o qual ambos mantêm boas relações.

Os jornalistas perguntaram ao chefe da diplomacia americana sobre o significado da frase "desnuclearização completa, verificável e irreversível", que Washington repete sem cessar, e se esta implicaria inspeções às usinas nucleares da Coreia do Norte.

"Acredito que há um acordo completo sobre quais são os objetivos finais", replicou Pompeo, que se recusou a oferecer mais detalhes. O secretário de Estado acaba de volta de uma visita à Coreia do Norte, para se reunir com Kim e levar de volta aos Estados Unidos três americanos presos na Coreia do Norte.

Ele afirmou que travara "conversas produtivas com o presidente Kim Jong-un, em preparação da cúpula com o presidente Trump". "Foi uma honra que uma das minhas primeiras ações como secretário de Estado tenha sido negociar o regresso seguro de três cidadãos EUA", ressaltou. Pompeo assumiu a chefia da diplomacia americana em 26 de abril, depois de ter dirigido a CIA por 15 meses.

AV/afp,ap,dpa,efe

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