Coreia do Norte pede ajuda por escassez de alimentos
22 de fevereiro de 2019
Pyongyang solicita assistência de organizações humanitárias internacionais para reduzir impactos de crise alimentar. ONU diz que mais de um milhão de toneladas de alimentos básicos faltarão no país neste ano.
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A Coreia do Norte pediu ajuda a organizações humanitárias internacionais para enfrentar uma crise alimentar, afirmou nesta quinta-feira (21/02) a Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, dados fornecidos por Pyongyang sobre a produção de alimentos revelaram que devem faltar no país neste ano cerca de 1,4 milhão de toneladas de alimentos básicos, como trigo, arroz, batata e soja.
"O governo solicitou assistência das organizações humanitárias internacionais presentes no país para responder ao impacto da situação de segurança alimentar", afirmou Dujarric.
O porta-voz informou que a ONU está em contato com as autoridades norte-coreanas para analisar o impacto que essa falta de comida pode ter na população mais vulnerável e atuar de forma rápida para suprir as necessidades humanitárias.
O país asiático foi palco nos anos 1990 de uma forte crise alimentar na qual, segundo diferentes estimativas, entre 250 mil e mais de 3 milhões de pessoas morreram de fome.
A Coreia do Norte é alvo de pesadas sanções internacionais devido ao seu programa nuclear e de mísseis e, embora existam isenções humanitárias, muitos analistas reconhecem que as restrições contra o regime também afetam a população.
Alguns países, entre eles a Rússia, pediram recentemente a suspensão de algumas dessas sanções para incentivar Pyongyang a avançar nas conversas para a desnuclearização com os Estados Unidos, que querem ver resultados concretos antes de continuar esse processo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, terão na semana que vem sua segunda reunião em Hanói, no Vietnã, com o objetivo de acertar uma "definição compartilhada" sobre a desnuclearização, depois de meses de estagnação nas negociações. Trump e Kim participaram em junho do ano passado de uma histórica cúpula em Cingapura.
Pyongyang e Washington permanecem tecnicamente em conflito desde a Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com um armistício assinado pelo Comando das Nações Unidas, apoiado pelos EUA, a Coreia do Norte e a China, e que nunca foi substituído por um tratado de paz.
CN/ap/efe/lusa
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De carvão a estátuas: as sanções à Coreia do Norte
Com seus testes, país asiático continua ignorando proibição de manter programa nuclear e de mísseis. Conheça algumas das medidas restritivas impostas a Pyongyang pelo Conselho de Segurança da ONU.
Foto: Reuters/S. Sagolj
Carvão
Em fevereiro de 2017, a China proibiu a importação de carvão da Coreia do Norte, cujas exportações do produto foram limitadas a 374 milhões de euros ou 7,5 milhões de toneladas por ano. Na foto, a empresa chinesa Liaoning Greenland Energy Coal Co. em Dandong, na fronteira com a Coreia do Norte.
Foto: Reuters/B. Goh
Finanças
A Coreia do Norte está proibida de abrir bancos no exterior, e os membros das Nações Unidas estão proibidos de operar instituições financeiras em nome de Pyongyang. Quaisquer acordos que possam ajudar a Coreia do Norte a contornar as sanções são proibidos, e os países da ONU são obrigados a expulsar e repatriar qualquer pessoa que ajude financeiramente o regime norte-coreano.
Foto: Mark Ralston/AFP/Getty Images
Navegação
Este navio cargueiro norte-coreano estava nas Filipinas para uma inspeção em março de 2016 quando as Nações Unidas ordenaram que seus países-membros cancelassem o registro de qualquer navio de propriedade, operado ou tripulado por ordens de Pyongyang. Os navios norte-coreanos também não podem içar bandeiras de outras nações para escapar das sanções.
Foto: picture-alliance/AP Photo/J. Dumaguing
Transporte aéreo
Air Koryo, a companhia aérea estatal da Coreia do Norte, permanece isenta de sanções e ainda tem voos programados para a China e a Rússia, bem como várias rotas domésticas. No entanto, a companhia aérea não pode voar para países da União Europeia, que a vetou por razões de segurança, e os Estados Unidos proibiram seus cidadãos de fazer negócios com a empresa.
Foto: picture-alliance/dpa/Yonhap
Combustível
Teoricamente, os norte-coreanos ainda podem andar nos seus carros da fabricante nacional Pyeonghwa, já que as sanções da ONU proíbem somente a venda de combustível de aviões, jatos e foguetes a Pyongyang. Por enquanto, o comércio de petróleo e similares continua permitido. A Pyeonghwa fabrica apenas algumas centenas de carros por ano.
Foto: Getty Images/AFP/M. Ralston
Contas bancárias e imóveis
As sanções da ONU permitem aos diplomatas da Coreia do Norte no exterior terem apenas uma conta bancária cada um. A Coreia do Norte também não pode ter imóveis no exterior que não sejam para fins consulares.
Foto: picture alliance/dpa/S.Schaubitzer
Treinamento militar
As sanções da ONU proíbem que forças de segurança estrangeiras treinem o exército, a polícia ou as unidades paramilitares da Coreia do Norte. O intercâmbio médico é permitido, mas a assistência técnica ou científica foi limitada.
Foto: Reuters/S. Sagolj
Estátuas
E se alguém no exterior se interessar por uma estátua de alguém da família Kim vai ter de esperar até o fim das sanções contra a Coreia do Norte. As medidas das Nações Unidas proíbem a venda de estátuas por Pyongyang.