Coreia do Norte faz desfile militar na véspera de Jogos
8 de fevereiro de 2018
Em paralelo à ofensiva diplomática durante evento esportivo na Coreia do Sul, Pyongyang realiza desfile militar para comemoração dos 70 anos de seu Exército.
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A Coreia do Norte realizou nesta quinta-feira (08/02) um desfile militar de grande porte para comemorar o 70º aniversário da fundação de seu Exército, um dia antes do início dos Jogos Olímpicos de Inverno na cidade sul-coreana de Pyeongchang.
O desfile em Pyongyang ocorreu em meio à expectativa da participação norte-coreana nos Jogos de Inverno, enquanto o regime norte-coreano visa uma reaproximação com a Coreia do Sul.
Coreia do Norte comemora 70 anos das Forças Armadas
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O país enviou ao sul uma delegação de atletas, animadoras de torcida e até a irmã do líder Kim Jong-un, numa ofensiva diplomática para suavizar sua imagem após o agravamento das tensões em torno de seu programa nuclear e a retórica agressiva que dominou as relações entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos.
Regimentos de soldados desfilaram pela praça Kim Il-sung, na capital sul-coreana, seguidos por tanques, veículos de artilharia e gigantescos mísseis balísticos. Fogos de artifício marcaram a chegada do líder Kim Jong-un à tribuna de onde assistiu ao desfile acompanhado da esposa, Ri Sol-ju, e do chefe de Estado cerimonial, Kim Yong-nam, que chefiará a delegação norte-coreana nos Jogos de Pyeongchang.
"Nós nos tornamos capazes de demonstrar nossa estatura ao mundo como um poder militar de nível global", disse Kim, alertando que as Forças Armadas do país devem permanecer em alerta máximo para assegurar que os invasores não violem a soberania do país "nem por 0,001 milímetro".
O governo norte-coreano costuma convidar centenas de jornalistas estrangeiros para testemunharem suas paradas militares, o que não ocorreu desta vez. O motivo poderia ser a intenção de Pyongyang de controlar a forma como o evento seria mostrado ao mundo, o que também explicaria a decisão de não transmiti-lo ao vivo pela televisão.
No mês passado, o anúncio de que Pyongyang comemoraria o aniversário do Exército na véspera do início dos Jogos de Inverno gerou um mal-estar em Seul pelo temor de que o evento pudesse ofuscar os acordos alcançados para a participação norte-coreana no evento esportivo.
Alguns observadores dizem que a postura aparentemente contraditória do regime de Kim Jong-un seria uma tentativa de normalizar perante o mundo seu status de potência nuclear. Poderia ainda ser uma investida do regime para enfraquecer as sanções contra o país ou colocar a Coreia do Sul e os EUA em lados opostos.
O último desfile militar celebrado pela Coreia do Norte ocorreu no dia 15 de abril do ano passado, na ocasião do feriado que marcou o 105º aniversário do nascimento de Kim Il-sung, fundador da República Popular Democrática da Coreia – nome oficial do país. Na data, o regime de Kim Jong-un exibiu novos mísseis balísticos, alarmando a comunidade internacional.
RC/efe/afp
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O que o regime mostra na Coreia do Norte
A DW viajou à Coreia do Norte para descobrir o que há por trás da propaganda. Saímos às ruas com o acompanhante disponibilizado pelo governo e registramos o que vimos - ou nos deixaram ver - em Pyongyang.
Foto: DW/A. Foncillas
Árvores floridas
Os prédios da capital norte-coreana estão pintados com cores vivas, dando um ar de alegria à cidade. A época da floração da cerejeira contribui para a variedade cromática. O número crescente de automóveis nas ruas faz concorrência às bicicletas.
Foto: DW/A. Foncillas
Brincando no parque
Os clichês do mundo ocidental em relação à Coreia do Norte nos fazem esquecer que, além da devoção fervorosa aos seus líderes, a população não é muito diferente da de outras latitudes. Na semana de comemorações do Dia do Sol, é comum ver crianças praticando esportes em parques.
Foto: DW/A. Foncillas
Líder aclamado
Performances de todos os tipos oferecidas por crianças são um elemento-chave do lazer no país. A aparição do ditador Kim Jong-un no telão gera aplausos na plateia.
Foto: DW/A. Foncillas
Kimjongília e kimilsúngia
O culto à personalidade atinge o cúmulo com a orquídea batizada kimilsungia e a begônia kimjongilia, nomes que homenageiam o pai e avô do atual ditador. Nesta exposição de flores, trabalhadores de diferentes ministérios e universidades trouxeram flores que cultivam em seu local de trabalho.
Foto: DW/A. Foncillas
"Um dos cortes permitidos, por favor!"
O catálogo de cortes nos salões de cabeleireiros em Pyongyang oferece os 20 penteados recomendados no país. Já a barba é feita de forma convencional, com espuma e lâmina.
Foto: DW/A. Foncillas
Diversão para os ricos
Na capital há um imenso complexo de lazer para a classe rica. Lá há três piscinas e muitos restaurantes, que oferecem cerveja, comidas típicas do país e o típico kimchi, prato similar ao chucrute.
Foto: DW/A. Foncillas
Consumo caro
Modestas reformas econômicas têm permitido a abertura de supermercados, onde se pode encontrar uísque escocês, eletrodomésticos japoneses e roupas americanas de marca. Não é incomum os clientes pagarem com dólares ou cartões de crédito.
Foto: DW/A. Foncillas
Os jovens
Muitos jovens norte-coreanos frequentam cafés de luxo como qualquer outro jovem de uma capital europeia. Isso só se podem permitir os filhos da elite vinculada ao comércio exterior e com acesso a divisas internacionais. A jovem da foto estudou Finanças na Índia e defende que, em Pyongyang, não faltam opções de lazer.
Foto: DW/A. Foncillas
Esporte popular
O vôlei é um dos esportes mais populares do país. Este ginásio oferece instalações de alto nível.
Foto: DW/A. Foncillas
Internet a preço de sorvete
No Centro de Divulgação Científica aberto recentemente em Pyongyang, as pessoas podem jogar videogame e se conectar à internet "pela metade do preço de um sorvete", disse o guia. A internet é limitada a sites norte-coreanos, sem acesso a páginas de fora do país.
Foto: DW/A. Foncillas
Guarda de trânsito
Os uniformes são onipresentes no país. O controle de tráfego é feito principalmente por mulheres jovens vestidas com minissaias e botas.
Foto: DW/A. Foncillas
À espera do desfile
O Exército norte-coreano tem 1,2 milhão de soldados para uma população de 25 milhões de pessoas. A maior parte dos escassos recursos do país é destinada aos militares. Na foto, o desfile militar do Dia do Sol, em homenagem ao fundador do país, Kim Il-sung.
Foto: DW/A. Foncillas
Sempre sorrindo
Meninas aprendendo música em uma academia. Na Coreia do Norte, é comum este tipo de escola, que, segundo o regime, valoriza especialmente talentos em disciplinas artísticas e esportivas.
Foto: DW/A. Foncillas
Luxo subterrâneo
O metrô de Pyongyang é o mais profundo do mundo e serve como refúgio em caso de ataque. O luxo desta estação contrasta com os trens antiquados. Os usuários podem aproveitar o tempo de espera informando-se sobre o mais recente míssil lançado.
Foto: DW/A. Foncillas
Arquitetura e militares
A arquitetura da capital é tanto tradicional quanto moderna. Os novos edifícios são octogonais, ovais ou tem qualquer outra forma ousada. Eles se assemelham a um livro invertido se ali vivem acadêmicos, ou parecem uma tomada, se se destinam a cientistas.
Foto: DW/A. Foncillas
Meninos e futebol
Meninos jogam futebol em uma escola de órfãos na capital. Os responsáveis por eles garantem que as crianças ingerem 3.500 calorias por dia, mais do que necessita um esportista de elite em qualquer país do mundo.
Foto: DW/A. Foncillas
Propaganda por todo lugar
Cartazes de propaganda são comuns nas ruas de Pyongyang. Eles ressaltam a força do Exército, a necessidade de uma pátria unida contra o inimigo externo, dos trabalhadores como a base de um sistema ideológico que só existe aqui: a ideologia Juche.
Foto: DW/A. Foncillas
Passos firmes
Desfiles militares são atividades recorrentes no calendário da Coreia do Norte. O objetivo do governo é mostrar Forças Armadas bem equipadas, que agem com marcialidade.