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Coreia do Norte rejeita apelo para cancelar lançamento de satélite

18 de março de 2012

Apesar das críticas, Pyongyang afirma que lançamento continua marcado para abril. Comunidade internacional acredita que manobra é disfarce para teste de mísseis de longo alcance. Acordo com EUA também está ameaçado.

Foto: AP

A Coreia do Norte repudiou neste domingo (18/03) as críticas sobre seus planos de lançar um satélite no espaço, entre os dias 12 e 16 de abril, como parte das comemorações do aniversário de seu fundador, Kim II-Sung, avô de Kim Jong-Un, novo líder do país.

O lançamento do foguete com o satélite – o que vem sendo considerado pelos norte-americanos como um disfarce para o que seria na verdade um teste de mísseis de longo alcance – foi anunciado na sexta-feira (16/03) e recebeu duras críticas dos países vizinhos.

Ao reiterar a decisão, os norte-coreanos devem contrariar seu maior apoiador, a China, e voltar a congelar as relações com os Estados Unidos, no momento em que os dois países acenavam para a volta do diálogo.

"O desenvolvimento e uso pacífico do espaço é um direito legítimo e soberano universalmente reconhecido", afirmou a agência de notícias estatal da Coreia do Norte, ressaltando que o uso de satélites para fins científicos não pode permanecer como um privilégio de poucos países

Segundo a agência, os países estão "redondamente enganados" se estiverem pensando que as críticas farão com que os norte-coreanos abortem a operação de lançamento do satélite de observação.

Além dos EUA, também a Coreia do Sul, o Japão e as Nações Unidas expressaram preocupação com os planos da Coreia do Norte, já que há anos o país vem tentando construir um arsenal nuclear.

Acordo questionado

Para analistas, anúncio visa reforçar legitimidade de Jong-UnFoto: REUTERS/KCNA

O governo dos EUA considera o anúncio de Kim Jong-Un "extremamente provocativo". Para Washington, ao prosseguir com a proposta, Pyongyang levanta dúvidas sobre a efeitividade do acordo fechado com os norte-americanos no dia 29 de fevereiro, segundo o qual os norte-coreanos concordam em suspender seu programa nucleares e de lançamento de mísseis de longo alcance em troca da doação de 240 mil toneladas de alimentos ao país.

Em abril de 2009, o lançamento de um foguete balístico resultou em uma rodada de sanções por parte da ONU, abalando ainda mais a já frágil economia norte-coreana e aprofundando seu isolamento. O lançamento foi considerado uma falha depois que o primeiro estágio caiu no Mar do Japão sem conseguir colocar um satélite em órbita. Um outro teste similar também fracassara em circunstâncias similares em 1998.

Analistas políticos acreditam que o anúncio visa reforçar a legitimidade de Kim Jong-Un, que assumiu o governo coreano após a morte do pai, Kim Jong Il, em dezembro passado.

MSB/rtr/dpa/afp
Revisão: Francis França

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