Seul acolheu a proposta de novo encontro, para tratar detalhes sobre os planos de Pyongyang para enviar um grupo artístico ao país vizinho durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang.
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A Coreia do Sul aceitou neste sábado (13/01) voltar a se reunir na segunda-feira com representantes da Coreia do Norte para falar sobre os planos de Pyongyang de enviar um grupo artístico ao país vizinho durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, no próximo mês.
O Ministério de Unificação de Seul aceitou a proposta feita pelo regime norte-coreano de realizar um novo encontro em Tongilgak, um edifício situado no lado norte-coreano da aldeia de Panmunjom, na fronteira militarizada, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Pyongyang se ofereceu para enviar quatro representantes artísticos, entre eles um diretor de orquestra, enquanto Seul planeja mandar uma delegação também de quatro membros, encabeçada pelo chefe do escritório de política cultural e artística do Ministério da Cultura, Lee Woo-sung.
O governo sul-coreano também pediu ao país vizinho que responda o mais rápido possível à oferta realizada na sexta-feira para outro encontro – proposto para acontecer também na segunda-feira – para tratar da participação de atletas norte-coreanos nos Jogos de Inverno.
Durante a reunião na terça-feira passada, a primeira em mais de dois anos, Pyongyang disse que enviará uma delegação governamental a Pyeongchang, assim como animadores, grupos artísticos e atletas, ainda que não tenha confirmado se estes competiriam.
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Apesar da predisposição da Coreia do Norte de comparecer aos Jogos, Seul e Pyongyang ainda têm que determinar os detalhes da participação.
Entre os principais pontos a serem acertados, estão o modo como os norte-coreanos viajariam para a Coreia do Sul – se for por terra, isso requereria um acordo militar – e como seriam cobertas as despesas da missão, já que financiar a participação dos norte-coreanos pode ir contra as sanções que pesam sobre o regime, por seus programas armamentistas.
Além do seu compromisso para facilitar a participação norte-coreana nos Jogos de Inverno, os dois países se mostraram de acordo, durante a última reunião, em realizar conversas no plano militar.
Na reunião, a Coreia do Norte também informou à Coreia do Sul que reabriu uma de sua linhas de comunicação militar com o país vizinho.
Trata-se da linha destinada a comunicações militares na região em torno do Mar Amarelo (chamado de Mar do Oeste nas duas Coreias) e que, da mesma forma que as demais vias de comunicação entre os dois países, permanecia inutilizada há quase dois anos, por decisão do Norte.
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Coreia do Norte nas lentes de um instagrammer
Apesar do destaque no noticiário internacional, nação asiática continua sendo uma das mais isoladas do mundo. Em várias visitas ao país, o instagrammer Pierre Depont tentou capturar a vida cotidiana dos norte-coreanos.
Foto: DW/P.Depont
Traços de normalidade
Apesar da imagem de reclusa, a Coreia do Norte convida estrangeiros a descobrirem suas atrações. Mas viajar como turista não significa passear livremente pelo país, pois guias especiais devem acompanhar cada passo do visitante. As restrições não desencorajaram o instagrammer britânico Pierre Depont, que visitou o país sete vezes, capturando traços de normalidade no cotidiano dos norte-coreanos.
Foto: DW/P. Depont
Capitalismo rastejante
Depont visitou a Coreia do Norte pela primeira vez em 2013 e, desde então, ele estuda as transformações no país autoritário. Nos últimos dois ou três anos, ele observou que “em Pyongyang, tornou-se aceitável exibir a própria riqueza”. Com uma classe média cada vez maior e um boom das construções, a capital norte-coreana parece estar desafiando sanções econômicas internacionais.
Foto: Pierre Depont
Estilo em Pyongyang
Estabelecer contato com pessoas comuns não é fácil na Coreia do Norte, segundo Depont. "Tive algumas conversas aleatórias com estranhos, sempre ouvidas por um dos guias.” De acordo com as experiências do instagrammer, a maioria dos norte-coreanos não gosta de ser fotografado. “As mulheres norte-coreanas estão definitivamente ficando mais estilosas. Mas só é possível notar isso nas cidades.”
Foto: DW/P. Depont
Urbano X rural
Esta estação de metrô em Pyongyang deslumbra passageiros com o que parecem ser paredes de mármore e candelabros. Para Depont, a Coreia do Norte é um lugar ideal para a fotografia. “Você não encontra nenhuma publicidade, nenhuma distração”, diz. Mas enquanto a capital, onde vive a elite, parece estar prosperando, outras partes do país permanecem assoladas pela pobreza.
Foto: Pierre Depont
Dificuldades ocultas
A Coreia do Norte continua sendo uma sociedade altamente militarizada e predominantemente agrícola. Turistas, no entanto, não conseguem ver muito das condições de vida da população rural. “Cada pedacinho de terra é cultivado, cada metro quadrado é usado”, conta Depont.
Foto: Pierre Depont
Abundância encenada?
Turistas interessados na vida fora das cidades norte-coreanas são levados em visitas guiadas a cooperativas agrícolas. Quando Depont visitou uma fazenda do tipo, próxima a Hamhung, segunda maior cidade do país, ela exibia uma pequena venda, com uma variedade de mercadorias ordenadamente expostas. Depont disse ter tido a impressão de que se tratava de um comércio de fachada, só para ser mostrado.
Foto: DW/P.Depont
Escolas de elite
Uma parada numa escola modelo é um ponto importante de muitos tours na Coreia do Norte. A colônia de férias internacional Songdowon foi reaberta em 2014 e recebeu a visita do atual líder do país, Kim Jong-un. “Há algo de irreal no lugar”, conta Depont. “As crianças brincam na sala de jogos, usando fliperamas e cerca de 20 computadores modernos.”
Foto: DW/P.Depont
Militarismo onipresente
O setor militar é fundamental para a identidade do país e para o sustento de sua sociedade. Cerca de um quarto da população trabalha como funcionário militar. Pyongyang tem um dos maiores orçamentos militares do mundo em relação à sua economia. Desde pequenos, os norte-coreanos crescem em meio a um imaginário militar. Depont se deparou com esse tanque em miniatura num playground perto de Hamhung.
Foto: Pierre Depont
Adoração ritualizada
Além do militarismo, o alto nível de controle político e o culto à personalidade de Kim Jong-un e seus predecessores são onipresentes. A adoração cotidiana ao líder supremo impressionou Depont. “Você vê a quantidade de dinheiro e esforço dedicados a sustentar a história dos grandes líderes e suas grandes estátuas.”