1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
ConflitosCoreia do Sul

Coreia do Sul atira após norte-coreanos cruzarem a fronteira

21 de junho de 2024

Seul confirma que advertiu soldados da Coreia do Norte após eles ultrapassarem zona desmilitarizada e ingressarem no território sul-coreano. Incidente ocorre num contexto de tensões acirradas.

Vista da Coreia do Norte a partir da Coreia do Sul
Área desmilitarizada entre as Coreias tem quatro quilômetrosFoto: Alexander Mak/NurPhoto/picture alliance

O exército da Coreia do Sul confirmou nesta sexta-feira (21/06) ter disparado tiros de aviso depois de soldados norte-coreanos terem atravessado brevemente a fronteira entre os dois países na quinta-feira.

"Vários soldados norte-coreanos, que trabalhavam no interior da zona desmilitarizada, atravessaram a linha de demarcação militar. Depois de avisos e tiros de advertência do nosso exército, os soldados norte-coreanos retiraram-se para o norte", declararam as forças armadas da Coreia do Sul.

De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, o exército também afirmou que a ação "parece ter sido acidental", uma vez que, após o incidente na manhã de quinta-feira, os soldados regressaram à Coreia do Norte e continuaram trabalhando até de noite.

Seul relatou casos semelhantes nos dias 9 e 18 de junho, alegando que "o erro" se deveu à grande quantidade de vegetação rasteira nestas áreas, tornando difícil a visualização da linha de demarcação da fronteira. 

As duas Coreias estão separadas por uma zona desmilitarizada de quatro quilômetros de largura. Ela foi estabelecida por um comando da ONU liderado pelos EUA no final da Guerra da Coreia, em 1953. Os combates cessaram com um acordo de armistício, mas nunca foi assinado um tratado de paz.

Tensões acirradas

As relações entre Seul e Pyongyang estão cada vez mais tensas nos últimos meses. Recentemente, a Coreia do Norte vem reforçando a fronteira, aumentando o número de soldados e acrescentando estradas táticas e mais minas terrestres.

Os dois vizinhos se envolveram na chamada "guerra dos balões". A Coreia do Norte lançou dezenas de balões cheios de lixo – alguns deles incluindo fezes -  para a Coreia do Sul, em resposta ao lançamento de outros balões com propaganda contra o regime de Kim Jong-un.

No último episódio, ativistas civis sul-coreanos, liderados pelo desertor norte-coreano Park Sang-hak, enviaram 20 balões para a Coreia do Norte, transportando cerca de 300 mil folhetos de propaganda, 5 mil pen drives com canções pop sul-coreanas e dramas televisivos e notas que somavam 3 mil dólares.

"Round 6" reflete desigualdade social na Coreia do Sul

01:14

This browser does not support the video element.

Seul convoca embaixador russo após acordo com Coreia do Norte

O incidente na fronteira ocorre dias depois de a Coreia do Norte e a Rússia assinarem um acordo de defesa mútua, condenado por Seul.

Depois disso, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul afirmou ter convocado o embaixador russo em protesto contra esse acordo de segurança, celebrado entre Kim Jong-un e o presidente russo, Vladimir Putin.

Seul "instou veementemente a Rússia a pôr um fim imediato na cooperação militar com a Coreia do Norte e a cumprir as resoluções do Conselho de Segurança [da ONU]", declarou a pasta em comunicado.

Em resposta, o embaixador russo na Coreia do Sul afirmou que "as ameaças e a chantagem" contra Moscou por causa de seus laços com Pyongyang são inaceitáveis, informou a agência noticiosa estatal russa TASS.

De acordo com os serviços secretos sul-coreanos, a Coreia do Norte já efetuou várias transferências de armas para a Rússia desde agosto.

Após a celebração do acordo entre Coreia do Norte e Rússia, a Coreia do Sul afirmou que iria "reconsiderar" a sua política de fornecimento de armas a zonas de conflito ativas, que atualmente a impede de fornecer ajuda militar direta à Ucrânia.

A Coreia do Sul é um grande exportador de armas e até agora só vendeu armamentos aos aliados de Kiev, mas não diretamente à Ucrânia.

irp/le (AFP, AP, dpa, Reuters, Lusa)

Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque