Coreia do Sul intensifica combate à poluição do ar
13 de março de 2019
Após país registrar níveis recordes de poluição, Parlamento aprova leis que permitem usar fundos emergenciais para lidar com o problema, classificado de "desastre social". Escolas terão que ter purificadores de ar.
Anúncio
A Coreia do Sul ampliou seu campo de ação no combate à poluição do ar com a aprovação pelo Parlamento, nesta quarta-feira (13/03), de um conjunto de leis que permite destravar fundos emergenciais para lidar com a questão, classificada de "desastre social".
A poluição na quarta maior economia da Ásia foi impulsionada por diversos fatores – como a geração de energia do carvão e as altas emissões de veículos – e tem provocado preocupação generalizada na sociedade e abalado os índices de aprovação do presidente sul-coreano, Moon Jae-in.
Ao classificar a poluição de "desastre social", o governo abriu a possibilidade de usar parte de seus fundos de reserva para medidas contra quaisquer danos ou emergências causados por ar poluído. Os fundos de reserva da Coreia do Sul somam cerca de 2,65 bilhões de dólares.
Outros projetos de lei que foram aprovados nesta quarta incluem a obrigatoriedade de um purificador de ar em todas as salas de aula nas escolas e a remoção do limite nas vendas de veículos a gás liquefeito de petróleo (GLP), que normalmente produzem menos emissões do que os motores movidos a gasolina e diesel.
As novas legislações fazem parte de uma série de medidas do governo sul-coreano de combate à poluição, incluindo a suspensão das operações em cinco usinas termoelétricas a carvão. A menos que qualquer objeção seja levantada, deve levar cerca de 15 dias úteis para que as novas leis entrem em vigor.
A qualidade do ar na Coreia do Sul foi classificada como a pior entre os membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo dados de 2017 da própria organização.
No país, a exposição média anual a material particulado (PM, na sigla em inglês) de menos de 2,5 micrometros é de 25,1 microgramas por metro cúbico – pouco mais que o dobro da média dos membros da OCDE e bem acima das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Por seis dias consecutivos no início de março, níveis elevados de poluentes foram medidos em boa parte da Coreia do Sul. Uma concentração recorde de partículas finas foi registrada na capital, Seul, em 5 de março, levando autoridades a recomendarem o uso de máscaras.
E a poluição atmosférica se transformou em problema político. De acordo com uma pesquisa semanal da filial coreana do instituto de pesquisa Gallup divulgada em 8 de março, o índice de aprovação do presidente Moon caiu três pontos percentuais em relação à semana anterior – atualmente em 46%.
Se não forem manifestadas objeções, as medidas aprovadas pelo Parlamento nesta quarta devem ser transformadas em lei dentro de cerca de 15 dias.
A vizinha China também tem lutado contra a poluição ao tentar reverter os danos causados por mais de três décadas de crescimento econômico desenfreado.
PV/rtr/afp
______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube
Elas são como ímãs: oferecem infraestrutura, educação, trabalho e contatos sociais, tudo num só lugar. Mas a densidade demográfica as torna particularmente vulneráveis.
Foto: picture-alliance/Asianet Pakistan/R. Ali
Medo do terrorismo
Do que os habitantes de cidades têm medo? Na Europa e nos EUA, atentados terroristas realizados pelo "Estado Islâmico" estão no topo da lista. Mas o número de vítimas em cidades ocidentais, como Barcelona, é bem menor do que em outras regiões. Este ano, Cabul, no Afeganistão, e Aleppo, na Síria, tiveram os maiores números de vítimas por conta de ataques motivados pelo terrorismo.
Foto: Reuters/S. Perez
Mudança climática
De acordo com uma pesquisa do Pew Research Center, a mudança climática fica em segundo lugar entre as ameaças mais temidas. A maioria dos centros urbanos, como Houston, fica em regiões costeiras ou ao lado de rios. Seus habitantes são diretamente afetados pela elevação do nível do mar. Ao mesmo tempo, 75% dos gases responsáveis pela mudança climática são produzidos em cidades.
Foto: Reuters/J. Bachmann
Mais vulneráveis
É indiscutível que a mudança climática também causa fenômenos climáticos extremos. Furacões como Irma, Harvey e a forte chuva de monção na Índia ocorridos neste ano destroem a vida de centenas de milhares de pessoas, como em Mumbai. Quanto mais pobre a cidade, piores as consequências.
Foto: picture-alliance/AA/I.Shaikh
Uma armadilha
Catástrofes naturais, como terremotos e tsunamis, afetam as cidades de maneira particularmente drástica. Hospitais, ruas e pontes são destruídos. A infraestrutura entra em colapso. Em muito pouco tempo, uma cidade pode virar uma armadilha porque as pessoas não têm outras alternativas.
Foto: Getty Images/Feng Li
Ataque cibernético
A pesquisa do Pew Research Center mostrou que o medo de ciberataques de outros países figura como terceiro maior temor. Cidades são particularmente sensíveis a esse tipo de ataque: a interrupção no fornecimento de energia ou água, o colapso no sistema de trânsito ou a destruição das telecomunicações podem afetar uma cidade inteira de um só golpe. O medo dos ataques cibernéticos é onipresente.
Foto: Colourbox
Colapso do transporte
Muitas pessoas num espaço reduzido: na verdade, essas condições favorecem os caminhos curtos. Mas os aluguéis em regiões centrais de todo o mundo estão ficando inacessíveis. Cada vez mais pessoas moram numa cidade e trabalham em outra: na Alemanha são quase 60% dos trabalhadores. Cada ponte e cada grande via de acesso pode ter um engarrafamento, e a qualidade do ar piora.
Medo da criminalidade
Violência, ataques, estupros, roubos: a taxa de criminalidade nas cidades é decisiva para a qualidade de vida. As cidades mais perigosas ficam na América Central e do Sul. Em Caracas, na Venezuela, 130 pessoas em cada 100 mil habitantes são assassinadas. Em Acapulco, no México, o número é de 113 e, em San Pedro Sula, em Honduras, 112. Só regiões em guerra são mais perigosas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Felix
Desigualdade visível
A diferença entre ricos e pobres é mais visível nas grandes e nas megacidades. De um lado, bairros murados para os mais abastados. Do outro, as favelas, cujo número de habitantes cresce, na média mundial, 10% a cada ano. A desigualdade crescente também representa um risco para a segurança.
Foto: picture alliance/blickwinkel/McPHOTO
Esperança
Milhões de refugiados buscam um novo lar em cidades. Não importa se por motivos religiosos ou em fuga da pobreza, de conflitos ou de catástrofes ambientais ou tragédias naturais. As cidades são o principal ponto de chegada de quem tem esperança de encontrar trabalho ou poder recomeçar a sua vida.