Novo governo sul-coreano sugere realização de primeiras conversações militares entre os dois países em quase três anos. Não houve resposta imediata de Pyongyang.
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O governo da Coreia do Sul propôs nesta segunda-feira (17/07) à Coreia do Norte a realização de conversações militares entre os dois países, na primeira tentativa de aproximação por parte do novo governo sul-coreano, com o objetivo de diminuir as tensões com o seu vizinho do norte.
Seul propôs que a reunião seja realizada nesta sexta-feira em Tongilgak, na chamada Zona de Segurança Conjunta, localizada na zona desmilitarizada na fronteira entre os dois países. A última reunião desse tipo ocorreu em dezembro de 2015.
Segundo o vice-ministro sul-coreano da Defesa, Suh Choo-suk, a iniciativa visa pôr fim a qualquer ato de hostilidade na região de fronteira. Seu governo, porém, não apresentou uma agenda para a reunião.
"Conversações e cooperação entre as Coreias para aliviar as tensões e trazer paz à Península da Coreia será algo fundamental para impulsionar um ciclo mútuo e virtuoso nas relações bilaterais e no problema do programa nuclear norte-coreano", disse o ministro sul-coreano para a Unificação, Cho Myoung-gyon.
Seul também propôs retomar as conversações entre as delegações da Cruz Vermelha nos dois países, para que seja possível retomar os encontros de famílias separadas pela Guerra da Coreia. A Cruz Vermelha sul-coreana planeja para 1º de agosto a realização de uma reunião na Zona de Segurança Conjunta para negociar o primeiro encontro de famílias desde 2015, que deverá ocorrer em outubro.
Tecnicamente, os dois países continuam em guerra, uma vez que a Guerra da Coreia, entre 1950-53, terminou com um armistício e não com a assinatura de um tratado de paz.
Seul ainda aguarda a resposta de Pyongyang sobre a realização do encontro. O novo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que assumiu o cargo em maio, havia prometido retomar o diálogo com o regime de Kim Jong-un, além de pressionar pelo fim do programa nuclear do país vizinho.
A China, país que possui laços estreitos com Pyongyang, elogiou a iniciativa de Seul. "Esperamos que as Coreias do Norte e do Sul possam trabalhar duro numa direção positiva para romper com os impasses e retomar o diálogo e as discussões", afirmou o Ministério chinês do Exterior.
RC/rtr/lusa
De carvão a estátuas: as sanções à Coreia do Norte
Com seus testes, país asiático continua ignorando proibição de manter programa nuclear e de mísseis. Conheça algumas das medidas restritivas impostas a Pyongyang pelo Conselho de Segurança da ONU.
Foto: Reuters/S. Sagolj
Carvão
Em fevereiro de 2017, a China proibiu a importação de carvão da Coreia do Norte, cujas exportações do produto foram limitadas a 374 milhões de euros ou 7,5 milhões de toneladas por ano. Na foto, a empresa chinesa Liaoning Greenland Energy Coal Co. em Dandong, na fronteira com a Coreia do Norte.
Foto: Reuters/B. Goh
Finanças
A Coreia do Norte está proibida de abrir bancos no exterior, e os membros das Nações Unidas estão proibidos de operar instituições financeiras em nome de Pyongyang. Quaisquer acordos que possam ajudar a Coreia do Norte a contornar as sanções são proibidos, e os países da ONU são obrigados a expulsar e repatriar qualquer pessoa que ajude financeiramente o regime norte-coreano.
Foto: Mark Ralston/AFP/Getty Images
Navegação
Este navio cargueiro norte-coreano estava nas Filipinas para uma inspeção em março de 2016 quando as Nações Unidas ordenaram que seus países-membros cancelassem o registro de qualquer navio de propriedade, operado ou tripulado por ordens de Pyongyang. Os navios norte-coreanos também não podem içar bandeiras de outras nações para escapar das sanções.
Foto: picture-alliance/AP Photo/J. Dumaguing
Transporte aéreo
Air Koryo, a companhia aérea estatal da Coreia do Norte, permanece isenta de sanções e ainda tem voos programados para a China e a Rússia, bem como várias rotas domésticas. No entanto, a companhia aérea não pode voar para países da União Europeia, que a vetou por razões de segurança, e os Estados Unidos proibiram seus cidadãos de fazer negócios com a empresa.
Foto: picture-alliance/dpa/Yonhap
Combustível
Teoricamente, os norte-coreanos ainda podem andar nos seus carros da fabricante nacional Pyeonghwa, já que as sanções da ONU proíbem somente a venda de combustível de aviões, jatos e foguetes a Pyongyang. Por enquanto, o comércio de petróleo e similares continua permitido. A Pyeonghwa fabrica apenas algumas centenas de carros por ano.
Foto: Getty Images/AFP/M. Ralston
Contas bancárias e imóveis
As sanções da ONU permitem aos diplomatas da Coreia do Norte no exterior terem apenas uma conta bancária cada um. A Coreia do Norte também não pode ter imóveis no exterior que não sejam para fins consulares.
Foto: picture alliance/dpa/S.Schaubitzer
Treinamento militar
As sanções da ONU proíbem que forças de segurança estrangeiras treinem o exército, a polícia ou as unidades paramilitares da Coreia do Norte. O intercâmbio médico é permitido, mas a assistência técnica ou científica foi limitada.
Foto: Reuters/S. Sagolj
Estátuas
E se alguém no exterior se interessar por uma estátua de alguém da família Kim vai ter de esperar até o fim das sanções contra a Coreia do Norte. As medidas das Nações Unidas proíbem a venda de estátuas por Pyongyang.