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Vizinhas inimigas

25 de novembro de 2010

A troca de provocações entre os governos das Coreias do Norte e do Sul se agrava. Região de fronteira no Mar Amarelo recebe reforço militar, onde Seul e Washington planejam exercício militar no próximo domingo.

Porta-aviões USS George Washington participa de exercício militarFoto: AP

A Coreia do Sul terá que nomear um novo ministro da Defesa em meio à crescente tensão militar com a vizinha comunista. Kim Tae-Young pediu demissão nesta quinta-feira (25/11), depois de ser duramente criticado internamente pela resposta considerada "tímida" ao bombardeio norte-coreano, na última terça-feira.

Segundo a justificativa de Tae-Young, ele deixou o posto "para assumir a responsabilidade sobre uma série de incidentes recentes". O ex-ministro já havia sido alvo de críticas em março último, quando a Coreia do Norte afundou um navio sul-coreano e provocou a morte de 46 pessoas.

Enquanto isso, a Coreia do Norte prosseguiu com ameaças ao governo da parte sul nesta quinta-feira: Pyongyang disse que responderá sem hesitação, caso haja qualquer nova "provocação militar" da Coreia do Sul.

Depois do bombardeio desta semana da Coreia do Norte contra a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, que matou quatro soldados e dois civis, o governo sul-coreano reforçou o a presença militar nas cinco ilhas próximas à fronteira, no Mar Amarelo. Até então, na área estavam estacionados 4 mil soldados sul-coreanos.

Envolvidos e mediadores

A China, possível mediadora do conflito entre as duas Coreias, se disse preocupada com as manobras militares planejadas entre o governo do Sul e os Estados Unidos. A Coreia do Norte responsabiliza os norte-americanos pelo aumento da tensão entre os vizinhos asiáticos. Pyongyang afirma que o fim do conflito na península coreana teria fim somente se os Estados Unidos deixassem de proteger a Coreia do Sul.

O governo chinês disse temer que o treinamento militar conjunto entre os soldados norte-americanos e sul-coreanos, planejado para iniciar no próximo domingo, se transforme numa demonstração de força. "Recebemos informações relevantes que nos deixaram preocupados", disse o porta-voz do ministério chinês de Relações Exteriores, em Pequim.

O exercício militar coordenado entre Seul e Washington acontecerá a 110 quilômetros ao sul da ilha atacada, Yeonpyeong. O treinamento contará, inclusive, com o porta-aviões de propulsão nuclear USS George Washington.

Pressão de todos os lados

O governo norte-americano, por sua vez, aumentou a pressão sobre a potência asiática. "Nós precisamos incumbir a China de assumir mais responsabilidade sobre o comportamento da Coreia do Norte", disse um representante da Casa Branca. O ministro de Relações Exteriores chinês cancelou uma visita a Seul agendada para esta semana, alegando problemas de agenda.

Por outro lado, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, pediu cautela de ambas Coreias sem, no entanto, responsabilizar a Coreia do Norte pelo aumento da tensão na península. Jiabao também pediu o retorno das chamadas conversas entre seis nações, que tentam resolver a questão nuclear da Coreia do Norte e estão congeladas desde o final de 2008. Além das duas Coreias, as negociações incluem Estados Unidos, China, Rússia e Japão.

NP/dpa/rts/lusa/dapd
Revisão: Roselaine Wandscheer

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