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Coreias do Norte e do Sul trocam disparos na fronteira

3 de maio de 2020

Seul diz que primeiros tiros foram efetuados por militares norte-coreanos, então revidados com disparos de advertência. Incidente ocorre um dia depois de Kim Jong-un reaparecer publicamente após ausência de três semanas.

Soldados sul-coreanos na Zona Desmilitarizada (DMZ) entre as Coreias do Sul e do Norte
Troca de disparos ocorreu na chamada Zona Desmilitarizada (DMZ) entre os dois paísesFoto: Getty Images/Kim Hong-Ji

As Coreias do Norte e do Sul trocaram diversos disparos ao longo da fronteira na manhã deste domingo (03/05), no primeiro incidente desse tipo desde que os dois países tomaram medidas sem precedentes para estreitar suas relações em 2018.

Em comunicado, o Estado-Maior Conjunto em Seul informou que militares norte-coreanos dispararam vários tiros contra um posto de guarda fronteiriça sul-coreano, localizado na chamada Zona Desmilitarizada (DMZ) entre os dois países. Os militares da Coreia do Sul responderam, então, com disparos de advertência e uma mensagem pelo megafone, diz a nota.

Segundo as autoridades sul-coreanas, não houve feridos entre seus soldados, que encontraram marcas de bala na unidade localizada em Cheorwon, na região central da DMZ.

Seul também não acredita que haja vítimas do lado norte-coreano, já que os disparos do Sul foram de advertência e efetuados contra território inabitado na Coreia do Norte. A agência de notícias estatal do regime, KCNA, não informou imediatamente sobre o incidente.

Um oficial do Exército da Coreia do Sul afirmou à agência de notícias local Yonhap que os disparos do vizinho não pareceram uma provocação intencional, mas admitiu que viola os acordos bilaterais de 2018, sobre colocar fim às hostilidades na península. Seul continuará investigando se houve alguma motivação por trás da ação, disse o oficial, que não quis se identificar.

A troca de disparos registrada neste domingo foi o primeiro caso semelhante desde o início da abertura do diálogo entre as duas Coreias, em processo que teve como principal incentivador o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e que está paralisado após a realização de três cúpulas.

Além disso, ocorreu um dia depois de Kim Jong-un reaparecer na imprensa oficial do país, após 20 dias sem ser visto publicamente. A longa ausência gerou especulações sobre o estado de saúde do líder norte-coreano e até sobre sua morte.

Segundo a mídia oficial da Coreia do Norte, Kim participou de uma cerimônia que marcou a conclusão da construção de uma fábrica de fertilizantes ao norte da capital, Pyongyang, na sexta-feira. A agência estatal KCNA publicou fotos de Kim no evento.

Neste domingo, uma autoridade sul-coreana negou rumores de que o líder norte-coreano fez uma cirurgia durante essas três semanas que ficou sem aparecer publicamente – faltando inclusive a eventos importantes do regime, como a celebração do aniversário de nascimento de seu avô e fundador do Estado, Kim Il-sung, em 15 de abril.

"Nossa avaliação é de que [Kim] não foi submetido a uma cirurgia", disse o funcionário a repórteres, recusando-se a ser identificado. Questionado sobre relatos da imprensa de que Kim teria passado por algum tipo de tratamento médico, ele respondeu que eles também não são verdadeiros.

EK/ap/afp/rtr/efe/ots

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