Coreias formarão equipe conjunta para Jogos Asiáticos
18 de junho de 2018
Pyongyang e Seul anunciam aprofundamento da parceria esportiva em diversos eventos internacionais. Partida de basquete entre os dois países transcorrerá na capital norte-coreana.
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As Coreias do Sul e do Norte chegaram a um acordo nesta segunda-feira (18/06) para uma participação conjunta nos Jogos Asiáticos. Durante as cerimônias de abertura e fechamento do evento, as delegações das duas nações desfilarão juntas, sob a bandeira da Península Coreana unificada, como ocorreu durante os Jogos Olímpicos de Inverno na cidade sul-coreana de Pyeongchang, em fevereiro.
Nas conversas realizadas na zona desmilitarizada entre os dois países, na cidade de Panmunjon. foi acertada a formação de equipes conjuntas para disputar algumas modalidades na competição, a transcorrer na Indonésia entre agosto e setembro.
Foi marcada para 4 de julho em Pyongyang uma partida de basquete para marcar o aniversário de um acordo intercoreano para a unificação da península. O tratado voltou a ser relevante com a reaproximação entre as duas Coreias, que promovem medidas de reconciliação como a reabertura de canais diretos de comunicação e as reuniões de membros de famílias divididas pela Guerra da Coreia (1950-53). Em 2019, na mesma data, outra partida se realizará em Seul.
As autoridades esportivas dos dois países concordaram em formar equipes conjuntas não apenas para os Jogos Asiáticos, mas também para outras competições internacionais, e se reunirão mais vezes para trabalhar nos detalhes. A primeira equipe formada pelos dois países foi a de hóquei feminino, que competiu nos jogos de Pyeongchang.
"O Sul e o Norte continuarão a formar equipes unificadas para eventos esportivos internacionais [...] com a realização de treinamentos conjuntos para reforçar a cooperação e o intercâmbio intercoreano", dizia um comunicado das autoridades dos dois países.
"Tentaremos materializar o espírito e os princípios acordados entre as autoridades de alto escalão das Coreias do Sul e do Norte, acreditando que o esporte possa servir como guia para a melhora das relações intercoreanas", declarou o secretário-geral do Comitê Esportivo e Olímpico da Coreia do Sul, Jeon Choong-ryul.
RC/ap/afp/dpa/rtr
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Coreia do Norte nas lentes de um instagrammer
Apesar do destaque no noticiário internacional, nação asiática continua sendo uma das mais isoladas do mundo. Em várias visitas ao país, o instagrammer Pierre Depont tentou capturar a vida cotidiana dos norte-coreanos.
Foto: DW/P.Depont
Traços de normalidade
Apesar da imagem de reclusa, a Coreia do Norte convida estrangeiros a descobrirem suas atrações. Mas viajar como turista não significa passear livremente pelo país, pois guias especiais devem acompanhar cada passo do visitante. As restrições não desencorajaram o instagrammer britânico Pierre Depont, que visitou o país sete vezes, capturando traços de normalidade no cotidiano dos norte-coreanos.
Foto: DW/P. Depont
Capitalismo rastejante
Depont visitou a Coreia do Norte pela primeira vez em 2013 e, desde então, ele estuda as transformações no país autoritário. Nos últimos dois ou três anos, ele observou que “em Pyongyang, tornou-se aceitável exibir a própria riqueza”. Com uma classe média cada vez maior e um boom das construções, a capital norte-coreana parece estar desafiando sanções econômicas internacionais.
Foto: Pierre Depont
Estilo em Pyongyang
Estabelecer contato com pessoas comuns não é fácil na Coreia do Norte, segundo Depont. "Tive algumas conversas aleatórias com estranhos, sempre ouvidas por um dos guias.” De acordo com as experiências do instagrammer, a maioria dos norte-coreanos não gosta de ser fotografado. “As mulheres norte-coreanas estão definitivamente ficando mais estilosas. Mas só é possível notar isso nas cidades.”
Foto: DW/P. Depont
Urbano X rural
Esta estação de metrô em Pyongyang deslumbra passageiros com o que parecem ser paredes de mármore e candelabros. Para Depont, a Coreia do Norte é um lugar ideal para a fotografia. “Você não encontra nenhuma publicidade, nenhuma distração”, diz. Mas enquanto a capital, onde vive a elite, parece estar prosperando, outras partes do país permanecem assoladas pela pobreza.
Foto: Pierre Depont
Dificuldades ocultas
A Coreia do Norte continua sendo uma sociedade altamente militarizada e predominantemente agrícola. Turistas, no entanto, não conseguem ver muito das condições de vida da população rural. “Cada pedacinho de terra é cultivado, cada metro quadrado é usado”, conta Depont.
Foto: Pierre Depont
Abundância encenada?
Turistas interessados na vida fora das cidades norte-coreanas são levados em visitas guiadas a cooperativas agrícolas. Quando Depont visitou uma fazenda do tipo, próxima a Hamhung, segunda maior cidade do país, ela exibia uma pequena venda, com uma variedade de mercadorias ordenadamente expostas. Depont disse ter tido a impressão de que se tratava de um comércio de fachada, só para ser mostrado.
Foto: DW/P.Depont
Escolas de elite
Uma parada numa escola modelo é um ponto importante de muitos tours na Coreia do Norte. A colônia de férias internacional Songdowon foi reaberta em 2014 e recebeu a visita do atual líder do país, Kim Jong-un. “Há algo de irreal no lugar”, conta Depont. “As crianças brincam na sala de jogos, usando fliperamas e cerca de 20 computadores modernos.”
Foto: DW/P.Depont
Militarismo onipresente
O setor militar é fundamental para a identidade do país e para o sustento de sua sociedade. Cerca de um quarto da população trabalha como funcionário militar. Pyongyang tem um dos maiores orçamentos militares do mundo em relação à sua economia. Desde pequenos, os norte-coreanos crescem em meio a um imaginário militar. Depont se deparou com esse tanque em miniatura num playground perto de Hamhung.
Foto: Pierre Depont
Adoração ritualizada
Além do militarismo, o alto nível de controle político e o culto à personalidade de Kim Jong-un e seus predecessores são onipresentes. A adoração cotidiana ao líder supremo impressionou Depont. “Você vê a quantidade de dinheiro e esforço dedicados a sustentar a história dos grandes líderes e suas grandes estátuas.”