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Coronavírus já matou mais de 900 mil pessoas no mundo

10 de setembro de 2020

Um terço dos óbitos por covid-19 foi registrado na América Latina e no Caribe. EUA contabilizam mais de 190 mil mortes e são país mais atingido pela pandemia. Brasil é segundo com mais mortes e terceiro com mais casos.

Enterro de vítima da covid-19 na Índia
Enterro de vítima da covid-19 na Índia. Mundo registrou 100 mil mortes pela doença desde 22 de agostoFoto: picture-alliance/ZUMA Wire/SOPA Images/A. K. Sing

O mundo ultrapassou a marca de 900 mil mortes por covid-19 na noite desta quarta-feira (09/09), de acordo com números da universidade americana Johns Hopkins. Um terço dos óbitos foi registrado na América Latina e no Caribe. Em números absolutos, os Estados Unidos são o país com mais mortes (190.872), seguido de Brasil (128.539) e Índia (75.062). 

Em apenas 18 dias, foram registrados mais de 100 mil óbitos – no dia 22 de agosto, o mundo havia chegado aos 800 mil óbitos. No total, o mundo registra 27, 8 milhões de casos confirmados de covid-19, a maior parte deles nos Estados Unidos (6.362.440).

A Índia, segundo país mais populoso do mundo, com 1,4 bilhão de habitantes, é o novo epicentro da doença, registrando vários recordes no número de casos diários nas últimas semanas. O país vê o novo coronavírus agora se espalhar pelas pequenas cidades e vilas. 

De acordo com dados do Ministério da Saúde indiano divulgados nesta quinta-feira, em 24 horas foram registradas 95.735 novas infecções e 1.172 mortes no país, que ocupa a segunda posição no ranking dos com mais infecções, com 4.465.863 casos. Em seguida vem o Brasil, com 4.197.889 casos.

Nesta quarta-feira, após seis dias, o Brasil voltou a registrar mais de mil mortes em 24 horas. O país não ficava tantos dias seguidos sem contabilizar mais de mil mortos desde maio. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou 35.816 casos confirmados de coronavírus e 1.075 mortes ligadas à doença em 24 horas.

Nesta semana, uma das mais promissora vacinas contra a covid-19 em desenvolvimento teve a fase final de testes suspensa. A farmacêutica AstraZeneca informou que interrompeu o estudo, desenvolvido em parceria com a Universidade de Oxford, enquanto investiga um possível efeito colateral grave em um paciente.

A vacina, conhecida como AZD1222, usa um adenovírus que carrega um gene para uma das proteínas do coronavírus Sars-Cov-2. O adenovírus é projetado para induzir o sistema imunológico a gerar uma resposta protetora contra o vírus causador da covid-19. A tecnologia ainda não foi usada em uma vacina aprovada para uso humano, mas foi testada em vacinas experimentais contra outros vírus, como o causador do ebola.

Trump optou por não alertar a população

A marca de 900 mil mortes por covid-19 foi atingida no dia em que veio a público que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sabia da gravidade da situação logo no começo da pandemia, mas optou por esconder a informação da população para não criar pânico.

A revelação foi feita pelo jornalista americano Bob Woodward em seu novo livro, intitulado Rage, com lançamento previsto para 15 de setembro, e foi antecipada pelo jornal The Washington Post e pela emissora CNN.

"Eu quis sempre minimizar [a gravidade da pandemia]", disse o presidente em entrevista ao jornalista em 19 de março, que foi gravada, e o áudio, disponibilizado no site da CNN. "Ainda gosto de minimizá-la, porque não quero criar pânico."

Já no início de fevereiro, Trump demonstrou estar ciente de como o coronavírus é transmitido, embora tenha rejeitado a ideia de usar máscara durante meses a fio.

"Vai pelo ar. Isso é sempre mais difícil do que por toque. Você não precisa tocar nas coisas. Certo? Mas o ar, você apenas respira o ar, e é assim que ele é transmitido. E então isso é muito complicado", disse, acrescentando que a doença é muito mais mortal do que a gripe comum. "Isso é algo mortal", repetiu, dando ênfase.

LE/rtr,afp,ots

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