Coronavírus: Jogos Olímpicos de Tóquio são adiados para 2021
24 de março de 2020
Pedido foi feito pelo premiê Shinzo Abe ao Comitê Olímpico Internacional, que concordou com a proposta. É a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que uma edição dos jogos não vai ocorrer na data prevista.
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Após semanas de pressão, os Jogos Olímpicos de Tóquio foram finalmente adiados, anunciaram nesta terça-feira (24/03) autoridades do Japão e o Comitê Olímpico Internacional (COI). Previsto para julho e agosto deste ano em Tóquio, o maior evento esportivo mundial só ocorrerá em 2021 em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus. Os Jogos Paralímpicos também não ocorrerão este ano.
É a primeira vez nos 124 anos dos jogos que uma edição em tempos de paz não vai ocorrer na data prevista. Antes disso, apenas os jogos de 1916, 1940 e 1944 haviam sido afetados, acabando por ser cancelados por causa das guerras mundiais.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou que pediu ao COI o adiamento para 2021. Após uma teleconferência, Abe disse que o presidente da entidade, Thomas Bach, concordou com a proposta.
"Bach me respondeu que está 100% de acordo", revelou o primeiro-ministro a jornalistas. Pouco depois, o COI também se manifestou, oficializando a decisão.
Em declaração conjunta, o COI e o Comitê Organizador de Tóquio 2020 disseram que o evento será remarcado para uma data posterior a 2020, o mais tardar no verão de 2021 no Hemisfério Norte (inverno no Brasil), "para salvaguardar a saúde dos atletas, de todos os envolvidos nos Jogos Olímpicos e da comunidade internacional".
O texto também afirma que "os líderes concordaram que os Jogos Olímpicos de Tóquio poderiam permanecer como um farol de esperança para o mundo nesses tempos difíceis e que a chama olímpica poderia se tornar uma luz no fim do túnel". Desta forma, a chama olímpica permanecerá no Japão e o evento vai manter o nome Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020.
O banco JP Morgan estima que o adiamento dos Jogos reduzirá em 1,1 trilhão de ienes (US$ 10 bilhões) a economia japonesa neste ano, o equivalente a 0,2%. Embora pareça pouco, a cifra se revela alta quando associada às perdas no turismo e nas pequenas e médias empresas já ocasionadas pelo coronavírus.
Recentemente, vinha aumentando a pressão sobre o país anfitrião e o COI para adiar os Jogos. Alguns países, como Austrália, Canadá e Noruega, já haviam anunciado que não enviariam seus atletas para a competição devido ao risco de contágio. Além disso, outros importantes eventos como a Eurocopa e a Copa América já haviam sido adiados.
Apesar disso, o COI vinha postergando uma decisão na esperança de que a pandemia fosse contida. No entanto, considerando que quase 380 mil pessoas estão infectadas em todo o mundo e que já foram registradas mais de 16,5 mil mortes, não havia mais como sustentar a realização do evento. Segundo uma reportagem do jornal japonês "Sankei", cerca de 70% dos japoneses são a favor da não realização dos Jogos Olímpicos em julho.
No último domingo, o COI chegou a anunciar que daria início a período de análise sobre alterações no calendário do evento poliesportivo e que havia estipulado o prazo de quatro semanas para uma decisão, o que rendeu muitas críticas ao órgão.
Os Jogos Olímpicos nunca haviam sido cancelados ou adiados em tempos de paz. No entanto, o evento não ocorreu em 1916, 1940 e 1944, devido às guerras mundiais. Em 1940, eles também deveriam ocorrer em Tóquio, mas foram transferidos para Helsinque, na Finlândia e, por fim, cancelados devido à eclosão da guerra.
Alguns já morreram, outros não competem mais. As modalidades dos atletas de maior sucesso nos Jogos Olímpicos são natação e hipismo.
Foto: dapd
Michael Phelps
Ele é o maior: não só por sua altura (1,92 m), mas também pelas medalhas olímpicas conquistadas. Em quatroOlimpíadas, o nadador americano ganhou 28 medalhas, sendo 23 delas de ouro. Em 2012, ele havia encerrado a carreira, mas não aguentou e voltou a competir dois anos depois. No Rio, garantiu cinco ouros e uma prata.
Foto: Getty Images/T. Pennington
Larissa Latynina
Seu sonho era se tornar bailarina, mas por sorte ela mudou de ideia, já que o balé não é disciplina olímpica. Entre 1956 e 1964, a então ginasta soviética subiu 18 vezes ao pódio, para receber nove medalhas de ouro. Depois de encerrar a carreira como atleta, ela se dedicou ao treinamento das equipes de ginástica olímpica da então União Soviética.
Foto: Imago
Paavo Nurmi
De 1920 a 1928, o finlandês conquistou 12 medalhas olímpicas, das quais nove de ouro. Nurmi estabeleceu 24 recordes mundiais, dos 1.500 metros até a corrida de uma hora. Em 1931, ele fez propaganda para o medicamento Rejuven, que hoje seria considerado anabolizante. Em 1932, ele recebeu uma proibição vitalícia de competir, sob a acusação de lesar as regulamentações de amadorismo.
Foto: picture-alliance/Imagno/Austrian Archives
Mark Spitz
Nos Jogos de 1972, em Munique, o nadador americano ganhou sete medalhas de ouro. Na Olimpíada anterior, no México, ele havia conquistado prata e bronze. Aos 22 anos de idade, ele encerrou a carreira para comercializar sua popularidade. Em 1992, aos 41 anos, ele tentou se qualificar para os Jogos de Barcelona, mas fracassou.
Foto: Imago
Carl Lewis
O americano dominou o salto em distância e os 100 metros rasos nas décadas de 1980 e 1990. Em 1999, ele inclusive foi eleito "atleta do século". Com nove medalhas de ouro e uma de prata, ele é um dos atletas mais bem sucedidos da história olímpica. Em 2003, Lewis admitiu ter usado substâncias proibidas durante a carreira no atletismo.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
Birgit Fischer
A canoísta é a alemã mais bem sucedida em Olimpíadas. Ainda nos tempos da Alemanha Oriental e mais tarde pela Ocidental, ela conquistou 12 medalhas (oito de ouro e quatro de prata). Ela participou de seis Jogos, sendo que em 1984 não pôde ir a Los Angeles por causa do boicote da Europa Oriental. Sua supremacia por tanto tempo lhe valeu um registro no livro Guinnes de recordes.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
Reiner Klimke
O cavaleiro Reiner Klimke é o segundo maior medalhista olímpico alemão. Nos Jogos de 1964 a 1988, ele conquistou seis medalhas de ouro e duas de bronze no adestramento. Klimke fez doutorado em Direito e foi um dos poucos atletas alemães ativos na política. Até hoje, é um dos mais bem sucedidos atletas olímpicos em sua modalidade.
Foto: picture-alliance/dpa
Kristin Otto
A nadadora participou apenas uma vez de Jogos Olímpicos, em 1988 em Seul, quando arrebarou nada menos que seis medalhas de ouro para a então Alemanha Oriental. Em 1999 e 2000, a equipe de natação alemã-oriental e seu treinador foram condenados por prática de doping anos a fio. Kristin, hoje jornalista esportiva, afirma que durante sua carreira nunca soube que era vítima de doping sistemático.
Foto: picture-alliance/dpa/L.Perenyi
Isabell Werth
Em Tóquio, a alemã participou pela sexta vez de uma Olimpíada. Ela coleciona sete medalhas olímpicas de ouro e quatro de prata. Em 2009, uma substância proibida encontrada em seu cavalo lhe valeu uma suspensão de seis meses. Em 2013, novas acusações de doping contra ela não foram comprovadas.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Gentsch
Torben Grael e Robert Scheidt
Eles são os brasileiros com o maior número de medalhas olímpicas (cinco cada). Grael conquistou ouro em Atenas (2004) e em Atlanta (1996), bronze em Seul (1988) e em Sydney (2000) e prata em Los Angeles (1984). Já Scheidt (na foto) ganhou ouro em Atlanta (1996) e em Atenas (2004), prata em Sidney (2000) e em Pequim (2008) e bronze em Londres (2012).