Novo presidente do CNPq, Evaldo Vilela terá menor valor para bolsas em ao menos uma década. Defensor do Inpe na disputa com Bolsonaro em 2019, ele diz não estar preocupado com “questão ideológica” na nova função.
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Crítico da postura do governo Jair Bolsonaro em relação à pesquisa e aos cortes de verba para o setor, o recém-empossado presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Evaldo Ferreira Vilela, garante que assume o cargo para defender a ciência e que não haverá corte de bolsas neste ano.
Não será tarefa fácil. Em agosto do ano passado, o Conselho chegou a suspender 4.500 bolsas de pesquisa por falta de dinheiro. O Ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, disse, à época, ter “implorado” ao Ministério da Economia um crédito suplementar de 330 milhões de reais. Em outubro, acabaram sendo liberados 250 milhões, após pressão da comunidade científica.
Entre 2011 e 2014, a verba destinada a bolsas via CNPq cresceu, impulsionada pelo programa Ciência sem Fronteiras, que tinha a meta de distribuir 100 mil bolsas até 2015. O início da queda coincide com o fim do programa. O valor total, que atingiu um pico de 2,542 bilhões de reais em 2014, caiu gradativamente até chegar a 1,112 bilhão no ano passado.
Mas, independentemente do Ciência Sem Fronteiras, a queda é expressiva. O valor de 2010 - quando ainda não havia o programa-, atualizado pela IPCA, é de 1,683 bilhão de reais, ainda superior em mais meio milhão ao que foi concedido no ano passado. Em 2020, há 1 bilhão de reais orçado para cerca de 79 mil bolsistas.
Vilela assume no lugar de João Luiz Filgueiras de Azevedo, exonerado no dia 17 de abril, que estava à frente do órgão desde fevereiro de 2019. Antes, acumulava as funções de presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e da presidência do Conselho Nacional de Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap). Também foi reitor da Universidade Federal de Viçosa, entre 2000 e 2004, e é egresso da área de agronomia.
Em entrevista à DW Brasil, ele comenta os desafios da pasta e acredita que, com a pandemia de covid-19, ficou evidente que é necessário que o país invista em pesquisa científica.
DW Brasil: Qual o maior desafio do CNPq neste momento?
Evaldo Vilela:Temos um desafio de ampliar o nosso orçamento, que no ano passado voltou a ser o que era, tínhamos perdido orçamento no governo anterior, ele se recompôs no ano passado.
Mas no passado também ocorreram cortes…
Não no CNPq... Não teve porque em tempo se completou o orçamento e completamos o ano pagando as bolsas todas. E agora temos um orçamento que foi recomposto e que atende nossa necessidade de bolsas. Claro que a se a gente tivesse mais seria muito bom, mas atende. Estamos trabalhando para que o orçamento para projetos seja ampliado. Nós fazemos isso através de parcerias e também buscando recursos em outras instituições parceiras.
Que tipo de instituições?
O Ministério da Saúde, várias empresas que nos procuram. Se o nosso recurso para fomento está pequeno, a gente busca de outros ministérios e da iniciativa privada.
O CNPq está buscando ativamente a iniciativa privada?
Sim. Temos alguma dificuldade ainda por causa do teto do Orçamento. Mas estamos buscando alternativas para que o recurso seja ou pago diretamente por instituições parceiras aos pesquisadores, sem usar nosso orçamento, ou através de fundações de amparo a pesquisa dos estados e fundações de apoio das universidades.
São coisas relativamente novas que estamos enfrentando, então temos que ter criatividade para superar essas dificuldades. Com essa questão do coronavírus, conseguimos recursos do FNDCT [Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], junto com o Ministério da Saúde.
Foram 50 milhões, certo?
50 milhões de reais o edital do CNPq, mas o sistema CNPq-Finep ficou na ordem de 120 milhões de reais.
Qual é exatamente a situação financeira do CNPq hoje?
Temos alguma coisa para pagar dos editais de 2018, ainda restam 50 milhões. Esse dinheiro vem do FNDCT, e no mais estamos buscando recursos para os novos editais. Estamos trabalhando com os ministérios da Ciência e da Saúde, tem em andamento já projetos com uma possibilidade de edital na área de terapias gênicas, deve ser um edital bastante interessante.
É possível que haja cortes de bolsas este ano?
Do CNPq não. E olha, essa questão da covid-19 demonstrou que o país precisa investir mais em ciência, mais em pesquisa. Nós estamos preparados no CNPq, já era um trabalho anterior, que agora vamos dar mais ênfase, de comunicar melhor a sociedade e trabalhar mais junto ao Congresso Nacional para aproveitar esse momento em que todo mundo e aqui no Brasil que tenham reconhecimento da ciência como a ferramenta que existe de enfrentar a covid-19. Está muito claro para a população que precisamos investir em cientistas, em educação superior, na geração de novos conhecimentos.
Uma portaria do ministério da Ciência, publicada no Diário Oficial no dia 24 de março, excluiu as ciências humanas das prioridades de projetos de pesquisa no CNPq até 2023. Na prática, o que isso deve representar para a área de humanas?
Para nós não houve isso, porque se você ver uma outra portaria que saiu a seguir, acredito que foi uma maneira de se expressar...quando você fala em área prioritária de energia...o país não tem como atacar todas as áreas, rotas tecnológicas. Não existe mais nenhuma área do conhecimento que sozinha é capaz de fazer desenvolvimento no mundo atual. Esses projetinhos aqui e acolá, isso foi importante no passado.
Mas que tal se a gente aglomerar por solução de problemas? Tem que pensar no desenvolvimento e aplicação de conhecimento. Mas o mundo não vai viver só de tecnologia, o efeito da tecnologia, a relação humana com a tecnologia está se tornando mais importante na medida em que o mundo ganha mais tecnologia. Esse é um campo que também tem que ser explorado.
O senhor pretende priorizar fomento a pesquisas relacionadas à covid-19 neste momento?
Já está priorizada pelo próprio andar das coisas. Vamos lançar mais alguns editais, estamos trabalhando para isso. Há outras coisas em andamento, ontem publicamos um edital de grafeno. Mas a questão central hoje é a saúde.
No ano passado, quando o Ministério da Ciência sofreu um contingenciamento de 42,2% das verbas, o senhor alertou para as consequências disso para a ciência brasileira. De lá para cá, algo mudou na sua visão sobre a condução do orçamento para a ciência?
Olha, ele tem a possibilidade de mudar agora, com essa pandemia. É um evento novo que reforça aqueles que acreditam que a ciência pode fazer mais pela sociedade. Agora, vivemos numa democracia, onde as pessoas pensam diferente, e a pressão que a gente recebe é natural.
Nosso trabalho é pelo entendimento, porque simplesmente pegar uma bandeira e ir pra rua e dizer que falta dinheiro não convence ninguém. Você tem que mostrar que aquele recurso vai trazer benefício para a sociedade, e não só em produto; em aumento de conhecimento, em instrução das pessoas, em talentos.
O senhor foi um dos signatários de uma carta endereçada ao presidente Jair Bolsonaro em 2019, no auge da crise da Amazônia, em defesa dos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Como o senhor avalia a visão deste governo em relação à ciência como um todo e especificamente no enfrentamento à Covid-19?
Olha, é uma pergunta difícil, porque acabo de chegar aqui. Você tem que levar em consideração que sou da comunidade científica, e lá atrás eu representava o Conselho das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap). O que eu estou representando aqui agora é como parte de um governo. Entendo que o governo, numa democracia, ele tem cabeças pensantes diferentes, é natural isso.
Eu vejo o trabalho para que o CNPq seja reconhecido, para que tenha o protagonismo que sempre teve. No ano passado, o movimento que fizemos na sociedade, tivemos muito êxito. O que aprendemos é que numa democracia é muito importante conversar com o parlamento. A gente não fazia isso na ciência.
Mas ano passado chegou a ter suspensão de 4.500 bolsas.
Mas foi recomposto em seguida. Ele teve ameaça de perder, mas foi totalmente recomposto.
O ex-presidente do CNPq João Luiz de Azevedo era contrário a uma fusão do Conselho com a Capes (diferentemente do que é defendido pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub. Qual sua posição a respeito?
Isso não tem a menor a menor possibilidade, está descartado.
Qual sua argumentação?
Olha a contribuição que o CNPq deu e dá futuramente, o CNPq trabalha com projetos, trabalha com pesquisador. Ninguém faz isso no país e não vai fazer se não for o CNPq. Temos umas cotas de bolsas, mas estão dentro de projetos. Trabalhamos com projetos, Não trabalhamos com capacitação de pessoas, isso é a Capes.
Mesmo tendo se mostrado contrário a posturas do atual governo, o senhor foi nomeado para presidir o CNPq. Que liberdade o senhor terá na sua gestão?
Não tenho nenhum constrangimento e, se houver...sou uma pessoa pelo entendimento, não sou dono da verdade, respeito as opiniões contrárias e tento me posicionar sempre tendo a ciência como norte. Estou aqui para servir a ciência, não para servir uma causa pessoal. Já tive outros convites em outros governos, e nesse governo também para outras posições, e nunca aceitei, porque já tenho uma carreira acadêmica, já fui reitor de universidade federal, já fui secretário de estado de ciência e tecnologia...
Por que desta vez o senhor aceitou o convite?
Porque o CNPq é a minha casa, foi ele que financiou todas as minhas pesquisas praticamente, eu sempre fui bolsista, então a contribuição que posso dar é aqui. Estou vindo pelo CNPq e pela ciência. A hora que não puder mais ajudar vou embora.
Houve quem da comunidade científica tenha ficado surpreso pela sua nomeação, pelo fato de o senhor ser crítico ao próprio governo. E as pessoas se perguntaram até onde o senhor consegue trabalhar nesse contexto.
A gente tenta, né. Como eu não trabalho com ideologia, para mim não é difícil. Depois que fui reitor da universidade eu deixei a porta aberta para outras contribuições. Trabalhei com o governo PSDB, com o governo PT e agora com esse governo. A questão ideológica não me preocupa. Minha arma é o conhecimento e vou até onde eu puder contribuir com o meu país, quando não der mais, não deu.
Reveja os principais fatos desde a confirmação do primeiro caso da doença causada pelo novo coronavírus no Brasil, em fevereiro. Desde então, país está entre as nações com maior número de casos e mortos no mundo.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Sena
Primeiro caso no Brasil
Após já ter se espalhado por cerca de 40 países, matado mais de 2.700 pessoas e infectado mais de 80 mil, o primeiro caso do novo coronavírus é confirmado no Brasil apenas no final de fevereiro. Trata-se de um homem de 61 anos que viajou à Itália a trabalho. (26/02)
Foto: picture-alliance/NurPhoto/FotoRua/F. Vieira
Brasil registra primeiras mortes pelo novo coronavírus
A primeira vítima de covid-19 no país é um homem de 62 anos, morador de São Paulo e que sofria de diabetes e hipertensão. No mesmo dia, um hospital em Niterói, no Rio de Janeiro, anuncia a morte de um idoso de 69 anos com sintomas de coronavírus. (17/03)
Foto: Getty Images/AFP/N. Almeida
Covid-19 em todos os estados
Roraima, o último estado que ainda não registrava casos do novo coronavírus, reporta dois infectados. Com isso, todos os estados brasileiros e o Distrito Federal já têm casos de covid-19 confirmados. (21/03)
Foto: Reuters/A. Perobelli
Governo restringe entrada de estrangeiros
Começa a valer a medida que restringe a entrada no país, via aérea, de pessoas vindas da Europa e de vários países asiáticos por 30 dias para conter a disseminação do coronavírus. A portaria não se aplica a brasileiros natos ou naturalizados ou a imigrantes com autorização de residência no país. (23/03)
O presidente faz um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão no qual conclama o país a "voltar à normalidade", pedindo que os estabelecimentos comerciais não fechem as portas e que as pessoas saiam do confinamento em suas casas. Ele chama a covid-19 de "gripezinha" e fala em "histeria" devido à pandemia. Bolsonaro é alvo de panelaços pelo oitavo dia consecutivo. (24/03)
Foto: YouTube/TV BrasilGov
Bolsonaro sanciona ajuda de até R$ 1,2 mil para informais
Bolsonaro sanciona um auxílio emergencial por três meses, no valor de 600 reais, destinados aos trabalhadores autônomos, informais e sem renda fixa durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. (01/04)
Foto: picture-alliance/robertharding/I. Trower
Mortes por covid-19 no Brasil superam óbitos por dengue e H1N1 em 2019
O país soma 800 mortes em decorrência do novo coronavírus. Durante todo o ano passado, foram registrados 782 óbitos por dengue e outros 312 continuam em investigação, mostra boletim epidemiológico divulgado pela pasta da Saúde. De acordo com outro boletim epidemiológico, em 2019 morreram no Brasil 787 pessoas vítimas de Influenza A (H1N1). (08/04)
Foto: picture-alliance/dpa/EPA/G. Amador
Garoto de 15 anos é primeiro ianomâmi a morrer por covid-19
O adolescente recebia cuidados em um leito de UTI num hospital em Boa Vista desde 3 de abril. Entidades de defesa da causa indígena, como o Instituto Socioambiental (ISA) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), têm denunciado a subnotificação de casos de covid-19 entre indígenas e demonstrado preocupação com o risco para as comunidades. (10/04)
Foto: Adam Renan/Rede Amazônia Sustentável
Bolsonaro demite Mandetta
Em meio à pandemia de coronavírus, Bolsonaro demite o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A decisão ocorre dias depois de o titular da pasta ter dado uma entrevista contrariando a posição do presidente em relação à resposta à pandemia de covid-19. Mandetta defendia o isolamento social. O médico oncologista Nelson Teich foi escolhido para substituir Mandetta. (16/04)
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Borges
Novo ministro da Saúde defende plano para saída do isolamento
Em sua primeira entrevista após assumir o comando do Ministério da Saúde, Nelson Teich defende um plano para saída do isolamento e diz que o número de infectados no país é relativamente baixo se comparado com o total da população e não deve alcançar 70% da população em contato com a doença. "É impossível um país sobreviver um ano, um ano e meio parado." (22/04)
Foto: picture-alliance/ ZUMAPRESS/GDA/O. Globo
Brasil supera a China em mortes por covid-19
A contagem diária de mortes por covid-19 atinge número recorde com 474 óbitos, elevando o total de vítimas no país para 5.017. O Brasil se torna o 9º país com o maior número de mortes em todo o mundo, superando a China, onde surgiu a pandemia e 4.637 óbitos foram registrados. Ao ser questionado sobre as mortes, Bolsonaro responde: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?". (28/04)
Foto: AFP/M. Dantas
Bolsonaro livra agentes públicos de responsabilidade por erros durante epidemia
De acordo com medida provisória (MP) editada por Bolsonaro, agentes públicos apenas poderão ser responsabilizados nos âmbitos civil e administrativo se houver "dolo ou erro grosseiro", "manifesto, evidente e inescusável, praticado com culpa grave" e "com elevado grau de negligência, imprudência ou imperícia". Dias depois, o STF limitou o alcance da MP. (14/05)
Foto: Getty Images/A. Anholete
Covid-19 atinge dezenas de povos indígenas
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) informou que, até 15/05, 38 povos indígenas do país já haviam sido afetados pelo coronavírus. A associação contabilizou 446 infecções e 92 mortes em comunidades indígenas. A maioria das infeções foi registrada na Amazônia, onde está localizada a maioria das comunidades isoladas. Mas também há casos no Sul, Centro-Oeste e Nordeste. (15/05)
Foto: Reuters/B. Kelly
Nelson Teich pede demissão do Ministério da Saúde
Menos de um mês após ter assumido o cargo, Nelson Teich pede demissão do Ministério da Saúde. Ele afirma que a saída foi decisão dele, sem dar detalhes sobre os motivos. "A vida é feita de escolhas. E hoje eu escolhi sair", destaca. Ele e Bolsonaro vinham discordando sobre medidas na gestão da epidemia. O general Eduardo Pazuello assume o cargo interinamente. (15/05)
Foto: Reuters/A. Machado
Sem base científica, governo amplia uso da cloroquina
O Ministério da Saúde divulga um novo protocolo sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com covid-19, permitindo que os medicamentos sejam administrados também em casos leves da doença. A mudança do protocolo foi feita a pedido de Bolsonaro, apesar de não haver comprovação científica da eficácia do medicamento em pacientes com covid-19. (20/05)
Foto: Getty Images/AFP/G. Julien
Brasil ultrapassa Itália e é terceiro país com mais mortes por covid-19
Exatos cem dias após o primeiro caso registrado, o Brasil ultrapassa a Itália e se torna o terceiro país com mais mortes pela covid-19. O país contabiliza 34.021 mortes e fica atrás apenas dos EUA (108.211) e do Reino Unido (39.987). (04/06)
Foto: Reuters/R. Moraes
Brasil amplia orientações de uso da cloroquina contra a covid-19
O Ministério da Saúde informa que vai ampliar as recomendações de uso da cloroquina e de sua derivada hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, passando a orientar a aplicação precoce das drogas em crianças e grávidas diagnosticadas com a doença. O anúncio ocorre no mesmo dia em que os EUA revogam seu uso emergencial no tratamento da covid-19. (15/06)
Foto: AFP/G. Julien
Casos de covid-19 passam de 1 milhão no Brasil
O Brasil supera a marca de 1 milhão de casos confirmados de covid-19, após registrar um recorde de 54.771 novas infecções pelo novo coronavírus em apenas 24 horas. Menos de quatro meses após a confirmação do primeiro caso, o país soma 1.032.913 ocorrências da doença e é o segundo do mundo com mais casos e mortes, atrás apenas dos EUA. (19/06)
Foto: Reuters/A. Perobelli
Vacina de Oxford contra covid-19 começa a ser testada no Brasil
O Brasil é o primeiro país fora do Reino Unido a iniciar testes de uma vacina desenvolvida pela universidade britânica. O projeto financiado pela Fundação Lemann contará com 2 mil voluntários em São Paulo e outros mil no Rio. A vacina está atualmente na fase 3 de testes. Um dos motivos que levaram à escolha do Brasil foi o fato de a epidemia estar em ascensão no país. (22/06)
Foto: picture-alliance/AP Photo/University of Oxford
Juiz manda Bolsonaro usar máscara em público
O juiz Renato Coelho Borelli, da 9ª Vara Federal Cível de Brasília, impõe ao presidente Jair Bolsonaro o uso obrigatório de máscara em espaços públicos e estabelecimentos comerciais, como medida de proteção contra o novo coronavírus. Em caso de descumprimento, o magistrado fixou um multa diária de R$ 2 mil. (22/06)
Foto: Getty Images/AFP/E. SA
UE estende proibição à entrada de viajantes do Brasil
Lista elaborada por Bruxelas recomenda que Estados-membros reabram suas fronteiras para viajantes de 15 países a partir de 1º de julho. Brasil, EUA e Rússia ficam de fora devido ao alto número de casos de covid-19. (30/06)
Foto: Delfim Martins
Bolsonaro diz estar com covid-19
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que teve resultado positivo em um exame para detectar a covid-19. Ao anunciar o resultado, em entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, ele aproveitou a ocasião para mais uma vez reclamar das medidas de isolamento impostas por prefeitos e governadores. Bolsonaro também disse estar se tratando com hidroxicloroquina. (07/07)
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Casos de covid-19 passam de 2 milhões no Brasil
Menos de um mês depois de o país ter atingido o número de 1 milhão de infectados, em 19 de junho, o Brasil ultrapassou a marca de 2 milhões de casos oficialmente notificados de covid-19. O número de casos identificados da doença dobrou em menos de um mês. (16/07)
Foto: picture-alliance/E. Lustosa
Brasil: 100 mil mortos por covid-19
Menos de seis meses após a identificação do primeiro caso de covid-19 no Brasil, o país cruzou a marca de 100 mil mortes pela doença. O número de casos chegou a 3 milhões. Mesmo num ritmo de mil mortes por dia, o governo do país segue defendendo a flexibilização do isolamento e minimizando os impactos do vírus. (08/08)
Foto: Getty Images/A. Schneider
Mais uma empresa alemã pretende testar vacina contra covid-19 no Brasil
CureVac, de Tübingen, pretende começar testes em voluntários brasileiros em setembro ou outubro. Em parceria com a Pfizer, a também alemã BioNTech iniciou testes no Brasil na semana passada. (11/08)
Foto: picture-alliance/dpa/S. Gollnow
Brasil autoriza testes de mais uma vacina contra covid-19
Anvisa dá aval para estudos clínicos de fase 3 do imunizante desenvolvido pela Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson, com 7 mil voluntários participando dos testes. É a quarta vacina a obter autorização no país. (18/08)
Foto: picture-alliance/AP Photo/University of Oxford
Saldo do coronavírus após seis meses no Brasil
Somada à falta de testes e à desigualdade social, resposta de Bolsonaro à covid-19 contribuiu para que o país virasse o segundo do mundo com mais óbitos devido à pandemia, atrás dos EUA. Seis meses após primeiro caso confirmado no Brasil, país acumula mais de 3,6 milhões de infecções e 116 mil mortes por covid-19, números que devem ser maiores devido à falta de testes e à subnotificação. (26/08)
Foto: picture-alliance/dpa/ZUMA Wire/D. Oliveira
Índia passa Brasil e é segundo país com mais casos de covid-19
País registra mais de 90 mil novas infecções pelo coronavírus por dois dias consecutivos, elevando o total de casos para mais de 4,2 milhões. Brasil ainda é a segunda nação com mais mortes em decorrência da doença. (07/09)
Foto: picture-alliance/dpa/AP/C. Anand
Pazuello é efetivado como ministro da Saúde
General ocupava posto há quatro meses na condição de interino. No período, submeteu a pasta completamente aos desejos de Bolsonaro, tentou esconder números e viu mortes por covid-19 no país explodirem. (16/09)
Foto: Getty Images/A. Anholete
Brasil adere à iniciativa global por vacinas contra covid-19
Governo anuncia inclusão em programa mundial que monitora desenvolvimento de imunizantes e inclui mais de 170 países. Nações envolvidas receberão doses para cobrir ao menos 20% de suas populações. (19/09)
Foto: Adriano Machado/Reuters
Brasil ultrapassa marca de 5 milhões de casos de covid-19
Pouco mais de sete meses depois do primeiro caso de covid-19, o Brasil passou nesta quarta-feira (07/10) a marca de cinco milhões de pessoas infectadas. Segundo o Conass, o país registrou mais 31.553 infecções nas últimas 24 horas, elevando o total para 5.000.694. Ainda nesta quarta-feira, foram registradas mais 734 mortes, elevando o total para 148.228.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/G. Basso
Testes no Brasil mostram segurança de vacina chinesa, diz Butantan
Segundo instituto, resultados preliminares em estudo de fase 3 feitos no país são semelhantes aos de ensaios clínicos feitos na China. São Paulo quer começar vacinação no início do próximo ano. (19/10)
Foto: picture-alliance/dpa/AP/A. Zemlianichenko
"Pandemia deve elevar tanto a fome quanto a obesidade entre brasileiros"
Ex-chefe da FAO, José Graziano se diz preocupado com queda na qualidade da alimentação de crianças fora da escola, bem como com fim do auxílio emergencial, que pode levar milhões a passarem fome e dependerem de caridade. (20/10)
Foto: DW/N. Pontes
Brasil incluirá vacina chinesa em calendário nacional de vacinação
Ministério da Saúde pretende comprar 46 milhões de doses da Coronavac e iniciar imunização em todo país já em janeiro. Resultados de testes ainda são aguardados para liberação de imunizante no país. (20/10)
Foto: Andre Lucas/dpa/picture-alliance
Anvisa autoriza importar 6 milhões de doses de vacina chinesa
Após polêmica envolvendo a Coronavac, a Anvisa autorizou no dia 23 de outubro a importação de 6 milhões de doses da vacina produzido pela chinesa Sinovac em parceria com o Butantan. A licença é só para importação da vacina. Sua distribuição depende de autorização da própria Anvisa. Enquanto ela não autorizar a aplicação, o Butantan deve armazenar as doses e garantir que elas não sejam usadas.