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Liberdade de imprensaEuropa

Correspondente da DW em Belarus é detido

7 de agosto de 2020

Jornalista Alexander Burakov é condenado a dez dias de prisão. Direção da DW protesta contra "decisão evidentemente arbitrária". Detenção ocorre dias antes de eleição presidencial.

Alexander Burakov
Burakov escreve como jornalista free-lancer para a redação russa da DWFoto: privat

O jornalista Alexander Burakov, correspondente da DW em Belarus, foi condenado a dez dias de prisão nesta sexta-feira (07/08) por um tribunal do país europeu, depois de ter sido detido na quarta-feira.

O diretor-geral da DW, Peter Limbourg, protestou com veemência contra "essa medida evidentemente arbitrária" em correspondência enviada à embaixada de Belarus em Berlim. "Os motivos alegados para a detenção bem como para a condenação podem apenas ser interpretados como evidente pretexto para impedir o jornalismo crítico e independente a poucos dias da eleição presidencial", escreveu Limbourg.

Lukashenko, de 65 anos, governa o país com mão de ferro desde 1994Foto: picture-alliance/dpa/BelTA/N. Petrov

Desde e detenção, a DW está sem contato com o seu correspondente. Burakov, que há anos escreve direto do país como jornalista free-lancer para a redação russa da DW, foi detido na quarta-feira em sua cidade natal, Mahilou, a cerca de 200 quilômetros de Minsk.

Ele teria sido acusado de transporte ilegal de álcool em seu veículo, segundo informações obtidas pela DW. Depois de as autoridades nada encontrarem no carro, ele foi acusado de dirigir um carro roubado, apesar de o veículo estar no nome dele há anos.

Burakov foi liberado poucas horas depois, mas, logo em seguida, ainda em frente à delegacia, foi novamente detido. Os motivos para a segunda detenção são desconhecidos. Testemunhas relataram à associação de jornalistas de Belarus que Burakov discutiu com uma mulher em frente à delegacia. "Isso é uma provocação", teria dito o jornalista, para em seguida ser novamente preso.

Svetlana Tikhanovskaya é a candidata da oposiçãoFoto: picture-alliance/dpa/TASS/N. Fedosenko

A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) denunciou repetidamente que a imprensa está sendo silenciada em Belarus. Ao menos 40 jornalistas foram detidos nos últimos dias. O trabalho de correspondentes estrangeiros está sendo dificultado, afirmou a ONG. Belarus ocupa a 153ª posição no ranking de liberdade de imprensa da RSF.

O presidente Alexander Lukashenko, de 65 anos, governa o país com mão de ferro desde 1994. Belarus é conhecido como a última ditadura da Europa. Neste domingo, Lukashenko concorre a mais uma reeleição. A oposição está reunida em torno da candidata Svetlana Tichanowskaja, de 37 anos.

Tikhanovskaya, que não tem experiência política, é a mulher do popular blogueiro Serguei Tikhanovski, que foi detido em maio. Ele queria concorrer à presidência, mas sua candidatura foi barrada.

AS/dw/epd

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