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Corte venezuelana autoriza processo contra procuradora-geral

21 de junho de 2017

Luísa Ortega Díaz, que se posicionou contra a Assembleia Constituinte e critica o governo de Maduro, é acusada de cometer falta grave no exercício do cargo. Ação é movida por deputado chavista.

Apesar de ser uma chavista, procuradora-geral se distanciou do governo de Maduro
Apesar de ser uma chavista, procuradora-geral se distanciou do governo de MaduroFoto: Reuters/M. Bello

Depois de se posicionar contra a convocação da Assembleia Constituinte, a procuradora-geral da Venezuela, Luísa Ortega Díaz, enfrentará um processo, acusada de falta grave no exercício do cargo. A abertura do processo foi autorizada pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) nesta terça-feira (20/06).

A decisão foi tomada pelo STJ, numa sessão presidida pelo presidente da corte, Maikel Moreno, com base num pedido feito pelo deputado chavista Pedro Carreño. O parlamentar solicitou a realização de um "pré-julgamento de mérito", uma figura jurídica que, no país, implica determinar se existem motivos para afastar um alto funcionário do cargo e submetê-lo a um julgamento.

O deputado acusa Ortega Díaz de mentir ao afirmar que não havia apoiado a eleição de 33 magistrados do TSJ em dezembro de 2015. A oposição alega que os juízes servem ao governo. A procuradora-geral pediu a impugnação dos magistrados alegando vícios cometidos no processo de nomeação.

O futuro da procuradora-geral é incerto. Segundo a legislação venezuelana, os integrantes do Conselho Moral Republicano (Procuradoria, Controladoria e Provedoria de Justiça) só podem ser destituídos pela Assembleia Nacional, após um pronunciamento do TSJ sobre uma falta grave. A oposição detém a maioria no parlamento, porém, a Corte atualmente considera nula todas as decisões da Casa.

O Tribunal Supremo deverá agora convocar uma audiência pública e notificar a procuradora-geral e o deputado que apresentou o requerimento, para que compareçam perante o TSJ e façam as exposição que considerem pertinentes. Depois disso, a Corte tem até 30 dias para emitir uma sentença.

Apesar de ser uma chavista declarada, a procuradora-geral se distanciou do governo de Nicólas Maduro nos últimos meses ao denunciar rupturas constitucionais após decisões do Tribunal Supremo e rechaçar a Assembleia Constituinte.

CN/abr/efe

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