Cratera de 31 km de diâmetro é descoberta na Groenlândia
15 de novembro de 2018
Cientistas afirmam que impacto de um meteorito gerou enorme abertura no solo. Primeira cratera encontrada sob uma geleira teria no mínimo 12 mil anos.
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Uma cratera de 31 quilômetros de diâmetro causada por um meteorito foi descoberta sob uma geleira na Groenlândia, afirma um estudo publicado nesta quarta-feira (14/11) no jornal científico Science Advances.
A cratera estaria entre as 25 maiores do planeta causadas por impactos de corpos celestes. Os cientistas acreditam que um meteorito de ferro de um quilômetro de diâmetro, localizado a quase um quilometro abaixo da camada de gelo, teria formado a cratera.
A descoberta, inicialmente, ocorreu em 2015, quando pesquisadores inspecionaram um mapa da topografia sob a geleira Hiawatha.
"A cratera é excepcionalmente bem preservada, o que é surpreendente, por que o gelo das geleiras são agentes erosivos incrivelmente eficientes que poderiam ter removido rapidamente os rastros do impacto", disse o professor Kurt H. Kjaer, do Centro de Geogenética do Museu de História Natural da Dinamarca.
"As condições sugerem que a cratera tenha sido formada após a idade do gelo cobrir a Groenlândia, então entre 3 milhões de anos e, possivelmente, há cerca de 12 mil anos, próximo ao final da última era do gelo", afirmou Kjaer.
Nos verões do hemisfério norte de 2016 e 2017, os pesquisadores sobrevoaram a cratera e utilizaram um radar para mapear as estruturas tectônicas nas rochas no fundo da geleira. Eles coletaram amostras de sedimentos, que possibilitaram determinar que a cratera foi gerada após um impacto de um meteorito, explicou o professor Nicolaj K. Larsen, da Universidade dinamarquesa de Aarthus.
O impacto teria causado eventos de grandes dimensões no planeta, afirmam os cientistas. "Devem ter havido fragmentos projetados na atmosfera que afetariam o clima e causariam um potencial degelo de uma grande quantidade de gelo, que poderia gerar um novo influxo de água no estreito de Nares entre o Canadá e a Groenlândia e afetaria o fluxo do oceano em toda a região", disse o pesquisador John Paden, da Universidade do Kansas.
Os pesquisadores planejam recuperar material que teria se derretido após o impacto no fundo da cratera, para determinar o local exato onde o meteorito caiu e de que forma afetou a região.
RC/dpa/afp
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Os mais antigos artefatos feitos por humanos, de 40 mil anos atrás, foram encontrados na Suábia, no sul da Alemanha. As seis cavernas onde objetos foram localizados são candidatas a patrimônio cultural da Unesco.
Foto: LAD, Y. Mühleis
A Vênus de Hohle Fels
Descoberta em 2008, a figura de Vênus da gruta de Hohle Fels data de 35 mil anos atrás. A mais antiga representação de figura humana é o mais conhecido dos 50 artefatos encontrados nas grutas da Suábia. Esculpida em marfim de mamute, a estatueta de 6 cm tem seios volumosos. Um pequeno aro substitui a cabeça, uma indicação de que a peça tenha sido usada como pingente.
Foto: Hilde Jensen, Universität Tübingen
A caverna Hohle Fels
Os arqueólogos encontraram a figura feminina nesta caverna. A maioria dos artefatos encontrados representa animais e remonta ao período aurignaciano (início do paleolítico superior) um tempo em que o neandertal e o homo sapiens viveram, em parte, lado a lado, e procuravam abrigo em cavernas. Já naquela época havia inúmeras grutas na região de Schwäbische Alb (montanhas da Suábia).
Foto: H. Parow-Souchon
O vale do rio Ach
Durante a era do gelo havia poucas florestas nesta região, coberta de estepes e habitada por mamutes e renas. Hoje em dia, a área, que tem mais de duas mil cavernas, é coberta por bosques. Seis das grutas onde aconteceram os achados espetaculares são candidatas a patrimônio cultural da humanidade. A candidatura foi oficializada no início do ano passado pelo estado alemão de Baden-Württemberg.
Foto: LAD, Chr. Steffen
Instrumento musical pré-histórico
O ser humano já fazia música há 40 mil anos. A prova são três flautas encontradas no abrigo rochoso Geißenklösterle, no sul da Alemanha, em 2009. A mais bonita delas, feita de marfim, pode ser vista junto com a Vênus no Museu da Pré-História da cidade alemã de Blaubeuren. O abrigo rochoso Geißenklösterle está bloqueado por uma cerca, mas, como não é muito profundo, pode ser visto a partir de fora.
Foto: Claus Rudolph, Urmu
Gruta Sirgensteinhöhle
A gruta Sirgensteinhöhle, de 42 m de comprimento, é aberta a visitantes e fecha só no inverno europeu, para a proteção dos morcegos que ali vivem. Os arqueólogos descobriram que o homem pré-histórico permanecia principalmente na entrada da caverna, onde fazia fogo, trabalhava e dormia. Há 500 anos, acreditava-se que na caverna havia vivido um monstruoso ciclope (gigante imortal com um só olho).
Foto: LAD, M. Steffen
Vale do rio Lone
As três outras grutas indicadas a patrimônio da humanidade ficam no vale do rio Lone, perto de Heidenheim. Elas se chamam Vogelherd, Hohlenstein Stadel e Bockstein. Da mesma forma como no vale do Ach, os sítios são área protegida. Não podem ser feitas alterações na área sem consentimento das autoridades de defesa do patrimônio. Sem essa garantia, a candidatura à Unesco não teria chance.
Foto: LAD, O. Braasch
A gruta Hohlenstein Stadel
As escavações nas cavernas da Suábia começaram no século 19. Os arqueólogos descobriram ali restos de fogueiras, armas, ferramentas e adornos feitos de pedra, chifre, marfim e osso. Em 1861, foram encontrados na gruta Hohlenstein 10 mil ossos de ursos. Apenas uma parte da caverna é aberta a visitantes.
Foto: Museum Ulm
Figura com traços humanos e de leão
A maior peça encontrada na gruta Hohlenstein Stadel é este artefato em marfim, de 31 cm de altura. Na foto, ele é visto de diferentes perspectivas. A peça, que faz parte do acervo do museu em Ulm, foi reconstruída quase completamente a partir de mais de 300 pedaços. Os arqueólogos não conseguiram identificar se se trata de homem ou mulher, por isso o chamam "Löwenmensch", "humano leão".
Foto: LAD, Y. Mühleis
Gruta Vogelherd
A localização da gruta Vogelherd era perfeita para o homem pré-histórico porque oferece uma ótima vista para o vale. Já se podia avistar os perigos de longe. Ou localizar a caça. Ali foram encontradas dez pequenas figuras de animais feitas de marfim de mamute. Um leão e uma figura de mamute podem ser vistos no parque temático arqueológico que fica junto à caverna.
Foto: LAD, Th. Beutelspacher
Cavalo selvagem
Uma figura de cavalo selvagem de cerca de cinco centímetros é considerada a principal peça encontrada na gruta Vogelherd. Seu pescoço curvado e as formas redondas e elegantes refletem a habilidade artesanal do homem pré-histórico. Ele está exposto no castelo de Tübingen, juntamente com outros achados das cavernas.
Foto: Hilde Jensen, Universität Tübingen
Gruta Bockstein
No rochedo Bockstein, no vale do Lone, há várias cavernas que podem ser acessadas. Os artefatos encontrados apontam que ali já moraram neandertais há mais de 60 mil anos. Em julho próximo, a Unesco vai decidir se "as cavernas com a mais antiga arte da era do gelo" virarão patrimônio cultural da humanidade.